consegui ou seja fui deslizando para dentro quase sem dar por isso, uma coisa no
interior de outra coisa e a mulher dos anéis a aplaudir-me
- Já está
e agora que já está o que é que eu faço minha senhora, mexo-me para a frente e para
trás, mexo-me de lado, não me mexo, espero apenas, digo - Amor
a mulher dos anéis - Com mais alma moço
e eu a abrir a voz - Amor
eu como com a minha mulher embora não fosse a minha mulher - Amor
um - Amor
que não me saiu mal nem bem, saiu-me estranho, numa voz oblíqua - Amor
e depois à medida que eu para trás e para diante menos diferente da minha mulher - Amor
enquanto a dos anéis me ajudava com amizade, empenhada - Esse amor como deve ser
eu, num tom como deve ser - Amor
a pensar na minha mulher em Portugal, sozinha na cama, se calhar de cabeça na
minha almofada para se sentir menos só enquanto o meu filho avançava para mim com
a faca, me encontrava a carótida, me encontrava a jugular, me segredava - Pai
ao mesmo tempo que a dos anéis me dizia, a empurrar-me - Pela primeira vez não foi mal mas agora se fazes favor tira-te de dentro de mim que
já morreste acabou-se.