A garota do lago

(Carla ScalaEjcveS) #1

luzes piscando. Uma cena semelhante ocorria na frente da entrada do pronto-
socorro.
Peter sabia que não iria longe usando vestimenta cirúrgica azul, mas nem
pensou em ir para casa. Em vez disso, dirigiu-se para a cidade. Ali, também
notou grande presença policial. Pegou ruas secundárias e ruelas desertas e, por
fim, encontrou um bar na margem do lago. Entrou e achou uma mesa no canto.
Havia só duas pessoas no estabelecimento, ambas encostadas no balcão e de
modo algum interessadas no dr. Peter Ambrose.
Ele pediu um refrigerante para a garçonete e consultou o celular. Havia quatro
mensagens de texto de Kelsey. A primeira advertia que a polícia na certa o
procuraria em sua casa ou no hospital. A segunda informava que ela estava
escondida no apartamento de Rae escrevendo um rascunho do artigo do caso
Eckersley para enviar ao seu editor. A terceira era um pedido para ele entrar em
contato com ela para informar se estava bem. E o texto final dizia que ela e Rae
tinham feito uma pausa na investigação do caso e rumavam para as montanhas
para falar com um dos rapazes mencionados no diário de Becca, cuja família
tinha uma propriedade ali.
Peter ligou para o número de Kelsey, mas o celular caiu direto no correio de
voz. A garçonete serviu o refrigerante, e Peter recusou delicadamente o cardápio
oferecido por ela. Ele percorreu com os olhos o bar vazio, fixando o olhar na
porta da frente. Enfim, sacou as informações de contato de Gail Moss do bolso
da vestimenta. Ligou para os dois primeiros números, mas ninguém atendeu.
Porém, no terceiro, foi atendido por uma jovem agradável, e a convenceu a fazer
contato telefônico com o dormitório de Gail em Stanford.
Gail atendeu no terceiro toque.
— Alô! Gail Moss?
— Sim. Quem é?
— Olá, Gail. Meu nome é Peter Ambrose. Sou médico em Summit Lake e
estou trabalhando no caso de Becca Eckersley.
— Você está trabalhando com a polícia?
— Não exatamente. Mas estou tentando ajudá-los a descobrir o que aconteceu
naquela noite com Becca. Eu queria lhe fazer algumas perguntas.
— Ninguém falou comigo ainda. A polícia, quero dizer. Nada me foi
perguntado.
— Sério? Tenho certeza de que logo vão procurá-la. As coisas ainda estão um
pouco agitadas por aqui, como pode imaginar. Gail, você conheceu bem Becca,
não? Vocês moraram juntas?
— Sim, éramos boas amigas.
— Certo. Você sabia que Becca estava namorando?

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