JornalValor--- Página 4 da edição"01/04/20201a CADA" ---- Impressa por ccassianoàs 31/03/2020@21:13:5 6
A4| Valor|Quarta-feira, 1 de abrilde 2020
Brasil
IMPACTOSDO
CORONAVÍRUS
Fonte:STN/Siconfi,comelaboraçãodoValorEconômicoPesodoFPE
Recursosem relaçãoa despesascorrentese de pessoalem 2019- %
Acre
Alagoas
Amazonas
Amapá
Bahia
Ceará
Espírito Santo
Goiás
Maranhão
Minas Gerais
MatoGrosso do Sul
MatoGrosso
Pará
Paraíba
Pernambuco
Piauí
Paraná
Rio de Janeiro
Rio Grande do Norte
Rondônia
Roraima
Rio Grande do Sul
SantaCatarina
Sergipe
SãoPaulo
Tocantins
Estado Cota-Partedo FPE
(R$bilhões)61,
54,6 4
17,
80,
21,
31,
12,
10,
51,
5,
11,
14,
26,
49,
22,
41,
6,
2,
40,
43,
76,
3,
5,
49,
0,
52,
FPE/despesas
correntes91,
79,
34,
116,
40,
60,
20,
15,
78,
9,
16,
18,
46,
70,
41,
62,8 7
10,
3,
51,
63,
112,
7,
7,
74,
1,
70,
FPE/despesa
de pessoal3,
4,
2,
3,
9,
7,
1,
2,
6,
4,
1,
2,6,
4,
6,
4,
2,
1,
4,
2,
2,
2,
1,
4,
0,
4,
Contas públicasGovernadoresenfrentamquadrofiscalcomplicado
Mesmo com suspensão da dívida,
situação de Estados é delicada
MartaWatanabe
De São Paulo
Depoisdas transferênciasde
recursos diretos paraa saúde, a
recomposição dos repassesdo
Fundo de Participaçãodos Esta-
dos (FPE)e asuspensãodo paga-
mentoda dívidasão considera-
das duas medidas com efeito
maisimediatodentrodo pacote
de ajudada Uniãoaos governos
estaduaisparaamenizar os im-
pactos financeiros da pandemia.
Apesarde importantes,as me-
dias devemter alcancefinancei-
rolimitado, segundoanalistas,já
que17Estadosjáestãocomopa-
gamentoda dívidasuspensae a
maiorrelevância do FPE é con-
centradaemmenosdametade
dosEstados.
Nummovimentoiniciadopor
São Paulo, nasúltimas duassema-
nas 12 Estadosobtiveramlimina-
res no SupremoTribunal Federal
(STF)parasuspenderopagamento
dadívidacomaUniãoporseisme-
ses edestinaros recursosno com-
bate àcovid-19. Alémdesses entes,
outrosquatroEstados não pagam
o serviço da dívida com baseem
medidas judiciais anteriores à cri-
se com a pandemia. São MinasGe-
rais,Rio Grandedo Sul,Goiás eRio
Grande do Norte. ORio de Janeiro
tambémtemopagamentodadívi-
da suspenso,mas por estarno Re-
gimede Recuperação Fiscal. São,
portanto, 17 Estados ao todoque
não devempagar a dívida com a
Uniãoduranteseismeses. Segun-
do dadosdo TesouroNacional, as
prestaçõesdos 17 entes somam
R$2,85bilhões,oquecorresponde
a 98% do que os Estados pagariam
mensalmenteàUnião.
Levantamento doValor com
basenos dadosde 2019mostra
que dentreos 26 Estadosdo país,
emseteovalortransferidodeFPE
garante pagamentode maisda
metadedadespesacorrenteeem
12 equivaleamais de 50% dos
gastoscompessoale encargos
sociais.Ao mesmotempo,em
seis Estadoso valordo FPE paga
menosde 10% das despesas cor-
rentes.Entreeles, Estadosjá com
situação fiscaldifícil, comoMi-
nas Gerais,Rio de Janeiroe Rio
Grandedo Sul. Em Goiás,outro
Estadocom equilíbriofiscaldeli-
cado,oFPE cobre10,9%dos gas-
tos correntes.Foram considera-
dasasdespesasliquidadas.
Oquadro mostraque garantir
os níveis de FPE podecontribuir
fortementepara amenizar os im-
pactosdonovocoronavírusnasre-
ceitas de algunsdos Estadosme-
nospopulososecommenorPIBno
Nortee Nordestemas, para outros,
a situação é bemmais complicada,
avalia o economista Manoel Pires,
pesquisadordoInstitutoBrasileiro
de Economiada FundaçãoGetulio
Vargas(Ibre/FGV).
Manter onível de valor do fun-
do não ésuficientejustamente
para Estados com população
maioreporisso,maiornecessida-
de natural de diversidade de ser-
viços públicos. “E há umacoinci-
dência negativa jáque nesse gru-
po estão também os Estados que
estão com maior dificuldade em
termosdequadrofiscal.”
Já acorridados Estadosao Ju-
diciárioparasuspenderopaga-
mentoda dívidamostraabusca
por umamedidade efeito mais
imediato, diz GeorgeSantoro, se-
cretáriode Fazendade Alagoas,
Estadoque na segundaobteveli-
minarparanãofazeropagamen-
to da prestaçãoàUnião que ven-
cianomesmodia.
Oparcelamento prometido pe-
la União, explica o secretário, deve
ser incluídono projeto do Plano
Mansueto,PLP149/2019,assimco-
mo outras medidas bem-vindas.
Mas há, conta,necessidadeurgen-
te de receitas parafazer frente à
iminente quedade arrecadação
em abril e o projeto deve demorar
cerca de duas semanaspara ser
aprovado.Dequalquerforma,será
importante aaprovação de lei ga-
rantindoa suspensão da dívida,
conformeopacoteanunciadopela
União, para dar segurançajurídica
aos Estados. Amedida judicial foi
procuradatambém por entes com
situação fiscal maisconfortável.
Espírito Santo, únicoEstadocom
nota “A” no rating do TesouroNa-
cional,tambémconseguiuliminar
doSTFnoúltimodia30.
Em Alagoas,diz Santoro,tanto
a suspensão de dívidaquantoa
recomposiçãodo FPE são medi-
das representativas. O repassedo
FPE equivalea 54,6%da despesa
corrente do Estadoe a 79,7%da
despesa de pessoal.Mesmoas-
sim, contabilizandooefeitode
todasas medidasjá anunciadas
pelogoverno,diz, partedo im-
pactoaindaserá suportado pelo
Estado, conforme onível de que-
dadearrecadação.Porenquanto,
se esperareduçãode 10% na re-
ceitadeICMS,segundoSantoro.
O cenárioatual,diz Pires,mos-
tra que à frentehaverá um desa-
fio substancialaos Estadosna
saídada atualcrise.Será preciso,
diz, avaliara situaçãoparaque
seja possívelareorganizaçãodas
finanças. “Em particularna for-
ma comolidarcom a questãofe-
derativa.Os programasimple-
mentadosdesde 2016 nãoconse-
guiramdarumasoluçãocomple-
ta ainda”, diz oeconomista, ci-
tandoperíododa últimarenego-
ciaçãode dívidasentreEstadose
União. Em 2016a dívidafoi rene-
gociadaemtrocadocompromis-
so dos Estadosde obedecera um
tetodegastosprimários.
Alguns Estados já estavam
comas contasdeterioradas do
pontode vistafiscalepassadaa
criseatual,o problemairá bater
no caixados Estadose épossível
que seja necessáriaumanova re-
negociaçãode dívidas,diz aeco-
nomista Ana CarlaAbrão,sócia
da consultoria Oliver Wyman.
Para ela o pacotedo governofe-
deralestánocaminhocerto,mas,
com exceção das medidas de
transferênciadiretade recursos
paraa saúde,há poucoefeito
imediatonaliquidez.
AnaCarlaavaliaquenãoépos-
sível dimensionar nestemomen-
to o tamanhodo problemafiscal
que os Estadospoderãoter. “E
nestemomentoaprioridadeéa
de salvarvidas.Maistardeéque
isso poderáser contabilizadoeaí
serápreciso um programade
médioprazoparaconsolidação
fiscaldos Estados”,diz ela. Nesse
sentido,éimportante que medi-
dascomooPlanoMansuetoesta-
beleçamnãosomenteoarcabou-
ço jurídico para as medidas
emergenciais como tambémpa-
ra oajusteestrutural que os Esta-
dosprecisarãofazer.
Ana Carla: apósa criseé possível que seja precisonova renegociaçãode dívidas
ANNACAROLINANEGRI/VALORGovernos regionaisterão
maislimite para se endividar
Edna Simão
De Brasília
Ogoverno vai elevar olimite de
contratação de créditopara Esta-
dos emunicípios, com ou sem aval
doTesouroNacional,paraajudara
minimizar os efeitosdapandemia
do coronavírus. Por enquanto, os
técnicos da áreaeconômica ava-
liam que o teto para empréstimos
paraessesentes, hoje de R$ 8 bi-
lhões, deve voltar ao patamarque
vigorouem 2018e2019, ou seja,
algoporvoltadosR$24bilhões.
A medida faz parte do planode
R$ 88,2 bilhões anunciado recen-
tementepelo presidente Jair Bol-
sonaro para socorrer Estados e
municípios. Na ocasião, ogoverno
informou que destinariamais
R$ 40 bilhões para operações com
facilitação de crédito, mas não for-
neceudetalhes.
SegundofontesouvidaspeloVa-
lor, aampliaçãodo limite, no en-
tanto, depende de aprovaçãode
projeto de lei (PLN2/2020),que
trata de ajustes na Lei de Diretrizes
Orçamentária(LDO)paraestabele-
cer normasde regulamentaçãodo
orçamentoimpositivo) pelo Con-
gresso Nacional. Alémdisso, o
montanteprecisateroavaldoCon-
selhoMonetárioNacional(CMN).
O aumento devefocar as opera-
ções de créditocom aval da União
porque, do limite de R$ 4,5 bilhões,
R$ 3,850bilhões já foram usados.
Em2018e2019,olimiteeradeR$
bilhõeseR$13,5bilhões,respectiva-
mente. No caso das operações sem
aval, no entanto,foramutilizados
apenas R$ 125,346 milhões do limi-
te de R$ 3,5 bilhões. Para autorizar o
empréstimo, oTesouro considera a
capacidadedepagamentodoente.
Somenteem2020,aCaixaEconô-
micaFederal contratouR$ 3,35 bi-
lhões em 246 operações com 195
entespúblicos.Aindaestãoemestu-
do 324 operações de financiamento
para estes clientes, que somam
R$ 5,16 bilhões, sendovárias delas
semnecessidadedeavaldaUnião.
“No momento, não há espaço
dentrodo limite de endividamento
paraentes públicos estipulado para
este ano, contudo,háexpectativa
que o Conselho Monetário Nacional
[CMN] faça novadefinição sobreo
tema, o que poderá viabilizarcon-
tratações com outrasgarantias [sem
avaldaUnião]”,informouaCaixa.
Segundoo banco,aca rteira ativa
da instituição (todasas operações
contratadasa entes públicos não li-
quidadas), em 26 de março de 2020,
contacom2.830 operações,com
montante totalna ordemde R$ 76
bilhões. Dessas operações, 2.668 so-
mamR$ 54,6bilhões com garantias
diversas e orestante, 162 operações,
temumtotaldeR$21,4bilhões,que
sãooperaçõescomavaldaUnião.
Noanopassado,noentanto,hou-
veforterestriçãodogovernonalibe-
raçãodas operaçõesde crédito aEs-
tadosemunicípios,comousemaval
doTesouro,paraimpediroaumento
de endividamentodos entes em um
momento de dificuldade financeira.
No ano passado, o Tesourodesem-
bolsou R$ 8,35 bilhões para honrar
dívidas não pagaspor cincoEstados
edois municípios, omaior valor da
sériehistórica,querepresentoucres-
cimento de 73,2%em relação ao to-
taldoanoanterior(R$4,82bilhões).
Em 2019,ogoverno federal enca-
minhouao Congresso Nacional a
Proposta de Emenda à Constituição
(PEC)doPactoFederativo,queprevê
ofim do empréstimocom garantia
da Uniãoem 2026.O Tesourosó po-
deráentãodar garantiaacrédito
contraídopor governosregionais
comorganismosinternacionais.
Despesa comsubsídio
creditício cresce 93%
De Brasília
As despesas do governocom
subsídioscreditíciosregistraram
aumentono primeirobimestre,
na comparação como mesmo
períodode 2019,passando de
R$ 388 milhõesparaR$ 742 mi-
lhões(altade 93%),segundo o
Boletimde Subsídiosdo Tesouro
Nacionalno âmbitodo PSI edos
empréstimosao BancoNacional
de DesenvolvimentoEconômico
e Social(BNDES). Poroutro lado,
os subsídiosfinanceiroscaíram
no mesmoperíodo de R$ 2 mi-
lhões para R$ 1,4 milhão no
mesmoperíodo desteano.
Os subsídios creditícios resul-
tam da diferença entre a remune-
raçãodecontratosfirmadoscomo
BNDES eocusto para oTesouro,
por isso alterações nessastaxas. A
antecipação de pagamentos do
BNDESaoTesourotambémcontri-
buiupara aredução desse saldo.
Em fevereiro, a curva de juros teve
leve ganho de inclinação,confor-
me oTesouro, com indicadores de
inflação ecrescimento abaixo das
expectativas e o comportamento
afetaossubsídioscreditícios.
O aumentodos subsídioscre-
ditíciosocorreu devidoàqueda
acentuadanas taxasde jurosre-
ferentesà remuneraçãopagado
Tesouro semacorrespondente
reduçãoproporcional no custo
médiode emissõesem ofertapú-
blicada DívidaPúblicaMobiliá-
ria Federalinterna–DPMFi,defi-
nidometodologicamentecomo
custodecaptaçãodoTesouro.
No caso dos subsídios financei-
ros,aquedaaolongodotempo,de
acordocom o Tesouro,étendência
natural porque esses subsídios de-
correm de equalização de taxas de
juros no âmbito do PSI, em que
não há maiscontratação de novas
operaçõesdesde2015.
O boletimmostraaindauma
projeçãodos subsídios, que vão
até2041,trazendo-osavalorpre-
sente.Nessecálculo,ossubsídios
financeirosprojetadosalcançam
R$ 3,45bilhões, e os subsídios
creditícios,R$16,22bilhões.(ES)
Déficit primário chega a
R$ 20,9bi emfevereiro
Alex Ribeiro e Estevão Taiar
De São Paulo e de Brasília
Osetorpúblicoconsolidado
fechoufevereirocom déficitpri-
máriode R$ 20,901bilhões, de
acordocom oBancoCentral.Em
fevereirode 2019o resultadofoi
deficitárioemR$14,931bilhões.
Osdadosdosetorpúblicocon-
solidadoenvolvemgovernocen-
tral (formadopor Previdência e
Tesouro, alémdo próprioBC), Es-
tados,municípios e estatais.Fi-
cam de fora da conta Petrobras,
Eletrobrasebancos públicos,co-
moBancodoBrasileCaixa.
No ano, osetor público registra
umsuperávitdeR$35,375bilhões.
Em 12 meses até fevereiro,por sua
vez, odéficit alcançouR$58,
bilhões,oequivalente a0,8%do
Produto Interno Bruto(PIB).Em
janeiro,estavaem0,72%doPIB.
O resultado refletiu um déficit
do governo central de R$ 18,
bilhões eum superávit de R$ 5,
bilhões de Estadosemunicípios.
As estatais federaistiveram déficit
de R$ 45 milhões, as estatais esta-
duaistiveram superávit de R$ 788
milhões e as estatais municipais ti-
veramequilíbrio(resultadozero).
A metade resultadoprimário
parao setorpúblicoconsolida-
do para 2020 é déficit de
R$ 118,9bilhões.Devidoao co-
ronavírus,no entanto, o governo
decretouestadode calamidade
pública, o que permite odes-
cumprimentoda meta.
Osetorpúblicoconsolidado
registroudéficitnominal,quein-
clui despesas com juros, de
R$ 49,355bilhõesem fevereiro.
Um ano antes,oresultadohavia
sidodeficitárioemR$45bilhões.
O resultado nominaldo mês
passadorefletiu um déficit pri-
máriodeR$20,901bilhõeseuma
conta de juros de R$ 28,454 bi-
lhões. No ano,odéficit nominal é
de R$ 30,235 bilhões, emcompa-
ração com R$ 18,969 bilhões no
mesmoperíodode2019.
Adívidalíquidadosetorpúbli-
co não financeiro variou de R$
4,949 trilhões, ou 54,1% do PIB,
emjaneiroparaR$3,923trilhões,
ou53,5%doPIB, emfevereiro.
Investimentopúblico em2019 nãorepôs depreciação
Fabio Graner
De Brasília
União, Estados e Municípios
investiramem 2019menosdo
que o necessárioparaao menos
repora depreciaçãodos seus ati-
vos. De acordocom númerosdo
TesouroNacionaldivulgadosho-
je, alémde o investimentopúbli-
co do conjunto dos governos ter
caído3,2%no ano passado, na
comparação com2018, houve
aumentono“consumodecapital
fixo” de3,9%.
Dessaforma, oBrasil teve um
investimento líquido negativo
de0,4%doProdutoInternoBruto
(PIB), opior resultadoda série
iniciadaem 2010e só repetido
em 2017.Em valores nominais,o
saldonegativo foi de R$ 28,9 bi-
lhõesnoanopassado.
Investimentos são gastosque
geramativosque podem ter al-
gumretornofuturo. É o caso da
construção de estradas ou de
hospitais,quehojesãotãoneces-
sário parao combateàcrise do
coronavíruse cujacarênciade
oferta de leitose respiradores
tem exigidoum enormeesforço
dos governoparaque sejamsu-
pridas.
Das três esferasde governo,
apenas o conjuntodas prefeitu-
ras teve um volumede investi-
mentossuperior à depreciação
de ativosexistente,em R$ 4,7 bi-
lhões. No governo federal,o sal-
do negativo foi de R$ 20,1bi-
lhões, enos Estados,deR$13,
bilhões.
Alémda depreciaçãodos ati-
vos, houvevendade capitalfixo
no governogeral,no total de
R$ 9,9 bilhões, oque aumentao
saldo líquido negativo dos inves-
timentos.Mesmosem isso, o vo-
lume de investimentos ficaria
abaixo do necessário parapelo
menosmanterocapital.
Oresultadodo ano passadosó
não foi piorporqueno quarto
trimestre houve crescimentodos
investimentos. Nesse período,
houve reforçodo caixada União,
Estados eMunicípios por conta
do leilãodas áreasda cessãoone-
rosadopré-sal.
Sem considerarvendasde ati-
vos, o governo federalconseguiu
cobrir aperdade valorde seu
capitalfixo existente. Estadose
Municípios,entretanto, tiveram
um desempenho bemmelhor
do que a União.
Comacrise fiscaliniciadaem
2015, oBrasil tem tido um de-
sempenhocadavez pior nos in-
vestimentospúblicos.Osaldo lí-
quidoque até aqueleano vinha
sendopositivo, a partir de 2016
passoua ficar sempreno terreno
negativo, basicamente por conta
da queda no volumebrutode
investimentosdas três esferasde
governo.
Alémde decisõesde política
econômicaque privilegiama re-
duçãodo Estadoeinvestimentos
privados,o recuonessa rubrica
dedespesaestárelacionadaàele-
vadarigidezorçamentária.Com
grande volumede despesas obri-
gatórias,oespaçoparaajustenas
contaspúblicasé basicamente
nessetipodegasto.
Nessemomento,dianteda cri-
se geradapelo coronavírus,esse
temada excessiva rigidez do or-
çamentoperdeuespaçona dis-
cussãoeconômica.Mas,nas di-
versas manifestações de autori-
dades do governofederal,como
o secretáriodo Tesouro, Mansue-
to Almeida, esse problemaconti-
nuasendolevantado.
A leituraé que, apósessa fase
agudade reação,adiscussãopa-
ra se reformaro gastopúblico,
reduzindodespesas como pes-
soal paraabrirespaçoainvesti-
mentos,seráretomada.
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