JornalValor--- Página 7 da edição"01/04/20201a CADA" ---- Impressa por VDSilva às 31/03/2020@21:44:
Quarta-feira, 1 de abrilde 2020| Valor|A
Política
Bolsonaro modera o tom na TV, mas
distorce fala de diretor da OMS
AndreaJubé,MatheusSchuche
CristianeAgostine,Fa bio
Murakawa
De Brasíliae São Paulo
Umasemana apósa polêmica
manifestaçãoem que cobrouo
fim das medidasde isolamento
social, desafiandoos governado-
res, o presidente Jair Bolsonaro
voltou a se dirigir aos brasileiros
ontem à noite em rede nacional
de rádioetelevisão. Ele adotou
desta vez, um tommoderado,
mas distorceu declarações do di-
retor-presidenteda Organização
Mundial de Saúde,Tedros Adha-
nomGheybresus,para insistir
que os brasileirosretomema ro-
tinadetrabalho.
Os ministros da Casa Civil,
Walter BragaNetto, eda Secreta-
ria de Governo, LuizEduardo Ra-
mos, alémde Tarcísio de Freitas,
da Infraestrutura, foramouvidos
para aredação final do textolido
ontem pelo presidente.Aversão
da semana passadaem tom de
confronto, e que repercutiu ne-
gativamenteentreos chefesdos
Poderes, parlamentarese socie-
dade civil,passouapenas pelo
crivodo chamado“gabinete de
ódio” doPlanalto.
OValorapurou que Bolsona-
ro cogitafazerum terceiro pro-
nunciamentohojeànoite.Suas
falas,entretanto,têm sido mar-
cadaspor ondasde panelaços
em váriascapitaise grandes ci-
dades,comoSão Paulo - em es-
pecial,no Ipiranga, Pinheiros,
Perdizes eLimão-, Rio de Janei-
ro, em bairroscomo Humaitá,
Brasília(Asa Sul e Norte)e Belo
Horizonte(Anchieta)
Pelo menosum terçodos oito
minutosde discurso foramdedi-
cadosa repetirtrechoseditados
de declaraçõesdo diretor-geral
da OMS.Bolsonaro ressaltou fra-
ses de Tedros como“sei que mui-
ta genteprecisatrabalhar cada
dia para ganharo seu pão”e“go-
vernosdevemlevaressa popula-
çãoemconta”.
Nas redessociais,entretanto,
Tedrosesclareceuque paraaju-
dar os maisvulneráveis, os países
devem desenvolver “políticas
que forneçamproteçãoeconô-
micaàs pessoasque não possam
receberou trabalhar devido à
pandemia”. Bolsonarodissea
jornalistas que Tedros voltou
atrásportersidocitadoporele.
No discurso,Bolsonaroressal-
tou que não negaaimportância
das medidasde prevenção, mas
disseque está pensandono “ca-
melô,ambulante,diarista, cami-
nhoneiros”, e outrosautônomos
comquemmantémcontato.
Para que as pessoas voltemao
trabalho, Bolsonarodisse que
determinouao ministro da Saú-
de aampliaçãoda rede do Siste-
ma Únicode Saúde(SUS),eao
ministro da Economia,Paulo
Guedes,que adotasse medidas
paraprotegerempregoerenda.
Ele mencionou aajuda financei-
ra de R$ 600, mas não explicou
comoogovernofará paraque
esse dinheiro cheguena ponta,
até o cidadão.
Ao contrárioda semana passa-
da, quandoentrouem colisão
com os governadores,Bolsonaro
fez elogio expresso aos gestores
estaduais, e agradeceu os profis-
sionaisde saúde, os chefesdos
demaisPoderes,os prefeitos, os
parlamentarespela ajudaao go-
vernono enfrentamentoda pan-
demiadocoronavírus.
O presidente disseque “infeli-
zmenteteremosperdasnesteca-
minho”. Afirmouque sabe como
é doloroso, porqueperdeupes-
soaspelocaminho.Masressaltou
que o governoprecisaevitara
destruiçãodeempregos.
Ontemo ministro Luís Rober-
to Barroso,do SupremoTribunal
Federal(STF),proibiuo governo
de federal de fazer qualquer
campanha contrao isolamento
socialrecomendadopelaOrga-
nizaçãoMundialde Saúde.Ade-
cisãoéliminar, isto é, temporá-
ria, mas vale enquantoo tema
não for discutido peloplenário
daCorte–oquenãotemdatapa-
ra ocorrer. (Colaborou Isadora
Peron)
IMPACTOSDO
CORONAVÍRUS
Oportunidade para a
políticatradicional
Fernando Exman
A
política,tão
difamadapelo
presidenteJair
Bolsonaro,tem
agrande
oportunidadederefazersua
imagemperanteapopulação.
DiantedademoradoExecutivo
emadotarasmedidas
necessáriasparacombateros
efeitossocioeconômicosda
pandemiaprovocadapelonovo
coronavírus,foiapolíticaquem
tirouoEstadodainércia.
Parlamentarese
governadores tomarama
dianteirana construçãode
saídas para a crise,enquanto o
poder centralclaudicava,
mostrandoa importância do
sistema de pesose contrapesos
emumaRepública.Oriscoque
se coloca,porém, é o governo
Bolsonarotambémajudara
reabilitaros aspectosmais
nefastos da chamada política
tradicional.
Osprimeiroscasosde
covid-19surgiramnaChinano
fimdoanopassado,masneste
primeiromomentoapenasas
autoridadesdesaúdeentraram
emalerta.Aospoucos,mais
áreasdogovernopassarama
monitoraroavançodadoença.
AcúpuladoExecutivosócaiu
emsiquandoaItáliasucumbiu.
Diantedainsistênciado
presidentedaRepúblicaem
relativizaroproblema,os
congressistasdemandaramque
Bolsonaroassumisseo
protagonismoqueosistema
presidencialistapressupõe.Ele
atendeuopleito,masnão
exatamentecomoqueriamos
parlamentares.Comode
costume,preferiupartirparao
ataquecontraopróprio
Congressoeosgovernadores
queadotarammedidasmais
restritivasparatentarcontero
avançodovírus.
AcúpuladoCongressoeos
partidospolíticosdecidiram,
então,nãoficarapenas
aguardando.Optarampor
adiartemporariamentea
agendadereformasqueeles
mesmoshaviamconstruídoe
montarumapauta
emergencial.Ainiciativauniu
partidosdeesquerda,decentro
ededireita,osmais
intervencionistaseosmais
ortodoxos:concluiu-sequeserá
precisousartodoo
instrumentaldisponívelpara
salvarempresas,manter
empregosepreservarvidas.
Apolíticafoiserecolocando
nojogoemarcounovospontos,
aoconseguirqueapropostade
ajudaemergencialdogoverno
àpopulaçãomaisvulnerável
subissedeR$200paraR$600.
Entreuma sessãoremotae
outrano Congresso,
intensificaram-seas
articulaçõespartidárias.Em
menosde um mês, Bolsonaro
conseguiufazero que todos à
esquerdaconsideravam
improvável. Depois de um
rachanas eleiçõesde 2018,o
qual vinhasendomantido sem
trégua públicadesdeentão, os
principaispré-candidatosa
presidentedos partidosde
esquerdasubscreveramum
manifestoconjunto para
criticara posturado chefede
governo.
Aindaécedoparapreverse
essaunidadeserápreservadaem
novasaçõesdeoposição,se
sobreviverãoàsdisputas
municipaisprevistasparaeste
anoouaoperíododeconstrução
decoligaçõesparaaseleiçõesde
2022.Mesmoassim,éinegável
quehojeháumambientemelhor
entreospartidosdeesquerdae
seusprincipaislíderesem
comparaçãocomoqueera
observadoatépoucotempo
atrás.
Épossíveldizeromesmoa
respeitodarelaçãodesses
partidoscomassiglasdecentro
edecentro-direita.
DestacadasliderançasdoPT
têmprocuradointegrantes
dessassiglas,paratentar
construiraliançastáticas.
Queremrecomporcanaisde
diálogoqueforamobstruídos
duranteosgovernosdoPTe,
principalmente,emmeioà
disputapolíticaqueculminou
noimpeachmentda
ex-presidenteDilmaRousseff.
Orecadodessespetistasé
quenãoveemproblemasem
fazeraliançascoma
centro-direitaseforpara
enfrentaroquechamamde
“bolsonarismo”,embora
destaquemqueéprecisoter
clarezadequeessemovimento
nãosignificaoabandonodo
programapetistaedatentativa
deseconstruirumafrentede
esquerda.
Essaaproximaçãojáresultou,
porexemplo,nasomade
esforçosparaalterarareforma
daPrevidência,nadesidratação
dopacoteanticrime
apresentadopeloministroda
JustiçaeSegurançaPública,
SergioMoro,enaobstrução,no
Congresso,àsiniciativas
relacionadasaomovimento
“EscolaSemPartido”.Nãosem
motivo, diversoslíderesdo
Centrãodefenderamasoltura
doex-presidenteLuizInácio
LuladaSilva.
Noentanto,existeuma
grandediferençaentreacordos
táticoseapossibilidadedese
chegaraumaaliança
estratégicavisando2022.Isso
porque,paraospartidosde
centro-direita,oPTdeixoude
seraopçãodealternânciade
podernavisãodamaioriado
eleitorado.Primeiroporque
colocouascontaspúblicasem
umasituaçãodefragilidade
extrema,oqueacabou
resultandonoimpeachmentda
ex-presidenteDilma.Depois,
portambémapostarna
radicalização.
Estasmovimentações
partidáriascomeçaramantes
doiníciodacriseprovocada
pelocoronavírus.Tendemase
intensificardaquiemdiante,
emboranovamentenãoseja
possívelprever,ainda,oquanto
irãoprosperar.
Oquejáépossívelobservaré
que,enquantoopresidenteJair
Bolsonarocontinuaanegara
política,oCongressoeos
partidosvãoapresentando
resultados.Agrandemaioria
dosgovernadoresvaise
consolidandocomoparteda
solução, umespaçoqueagora
osprefeitosqueremocupar
também.
Nofimdesemana,aliás,o
ministrodaEconomia,Paulo
Guedes,fezduasreuniões
virtuaiscomrepresentantesdos
prefeitos.Aoreconhecerafalta
deabrangênciadoCadastro
Único,pediuaosgestores
municipaisquecedessemseus
cadastrosparaqueogoverno
federalpudesserepassar
rapidamenteaajuda
emergencialàpopulação
carente.Dissequeaspessoas
indicadaspelosprefeitos
receberiamodinheiro
automaticamente,mesmoque
nãoconstassemdaslistasde
possíveisbeneficiários
mantidasemBrasília.Étudoo
quedesejaumprefeitoem
buscadareeleição.
Mesmosemquerer,mais
umavezogovernoBolsonaro
podeacabarajudandoaclasse
políticaasereerguer.Inclusive
dandoferramentasparaqueo
clientelismo,umadaspráticas
maiscondenáveisdapolítica,
ganheforçanaspróximas
campanhaseleitorais.
FernandoExmané chefe da redação,
em Brasília.Escreve às quartas-feiras
Congressoe Estados
constroemsaídas
para a crise
Aocontrário doquesugeriu presidente,entidadenãomudou
AssisMoreira
De Genebra
A Organização Mundial da Saú-
de (OMS) não alterouem nada sua
posição sobre distanciamento so-
cialnocombateàpandemiadeco-
vid-19. Amensagemfoi dadaon-
tem pela vice-diretora da organi-
zação, abrasileira Mariângela Si-
mão,enquanto opresidenteJair
Bolsonaro mobilizava sua equipe
paratentarprovarocontrário.
Um levantamentosobremedi-
das adotadas por vários países
mostra que Bolsonaro estáisolado
na cena internacional na sua polí-
tica de minimizar apandemia. Até
a Holanda, queapostou no desen-
volvimentodeumaimunidadeco-
letiva, voltou atrás e endureceuo
tom.A Dinamarcaadotouduras
medidas de controle da infecção
que começaram adar resultadoe
estáafrouxandoasrestrições.
Anova polêmicapatrocinada
por Bolsonaroaproveitoudecla-
rações do diretor-geralda OMS,
TedrosAdhanom Ghebreyesus,
feitasna entrevistarotineirada
entidade,nasegunda-feira.
Tedros respondia auma jorna-
lista da Índia, país com o maior
confinamento do mundo, envol-
vendo 1,3 bilhão de pessoas. Ela
mencionou que o “lockdown”te-
ria levado a uma situação de crise
humanitária sem precedentes,
com milhões de pessoas migran-
dodeumladoparaoutrodopaís.
Eperguntou qualo conselho da
OMSdiantedessasituação.
O diretor-geral da OMSrespon-
deu dividindo os países em quatro
categorias diante da covid-19: sem
casos, com casosesporádicos,com
casos localizados epaíses com
transmissãocomunitária.
Emseguida,Tedrosengatouodis-
cursode que “talvez alguns países já
tenham tomadomedidaspara dis-
tanciamentofísico, fechamento de
escolaseprevençãodereuniõeseas-
sim por diante. Isso podeganhar
tempo, mas, ao mesmotempo, cada
país realmentedifere.Algunspaíses
têm um forte sistema de assistência
socialeoutrosnão”.
E continuou:“Eu sou da África,
comovocêsabe,e sei que muitas
pessoas realmente precisamtraba-
lhar todos os dias para ganhar seu
pão diário. Os governosdevem levar
em consideração essa população;se
estamos fechandoou limitandoos
movimentos,o que acontecerácom
aquelaspessoasqueprecisamtraba-
lhar diariamenteeque ganham seu
pãodiariamente?”
ParaTedros,“cadapaíscombase
em sua situaçãodeverespondera
essa pergunta. Não estamos vendo
isso comoum impacto econômico
em um país, como uma média de
perdade PIB ou as repercussões
econômicas. Temosque ver tam-
bém o que isso significapara oin-
divíduonarua e talvezeutenhadi-
to isso muitas vezes. Venho de uma
família pobre e sei oque significa
sempre se preocuparcom oseu
pãodiárioeissodeveserlevadoem
consideração”.
Tedros na verdade enviou
mensagemparadiferentespú-
blicos,numcenárioem que pro-
cura se equilibrar na cordabam-
ba, atacadona mídiasocialpor
suposta proximidade exagerada
com a China.
Na mesma segunda-feira à
noiteas afirmaçõesdo diretor-
geralda OMSjá tinhamsido tra-
duzidaspara oportuguêsepro-
pagadaspor gruposdefensores
de Bolsonaro,segundo fontes
que se dizem impressionadas
com a rapidezdessesmovimen-
tos. Na semanapassada,esses
mesmos grupos bolsonaristas
atacavamTedros.
OntemcedoBolsonarocome-
moroua fala do diretor-geralda
OMS,na qualinterpretouuma
defesadapolíticadele.
A OMS,acionadapara esclarecer
as declarações de seu diretor-geral,
levouTedrosatuitar ontem à tarde
algumasfrases.Visivelmentefezisso
para mostrarque sua preocupação
era compopulações vulneráveis e
não tinha nadaa ver com a política
minimalistadeBolsonaro.
“Eu crescipobreecompreendo
essarealidade”,tuitouTedros.“Apelo
aos países paraque desenvolvam
políticas que forneçam proteção
econômica às pessoas que não po-
demaprenderoutrabalharemmeio
à pandemia.Solidariedade.” E acres-
centou: “As pessoas sem renda regu-
lar ou qualquercolchãofinanceiro
merecem políticas sociais que ga-
rantam dignidade e lhes permitam
cumprir as medidas de saúdepúbli-
ca recomendadas.”Certos observa-
doresnotamque omandato deTe-
dros é paratratarde regulamentos
sanitários internacionais. A OMS
nãodeterminapolíticadeumpaís,e
nem Tedros podedizeroque uma
naçãopodefazer.
AOMS diz quenão compilao
que cada país está fazendo na luta
contraapandemia.Masoexemplo
que seus técnicos temmenciona-
do nos últimosdias é Seattle, a pri-
meiracidade nos EUA que regis-
trou caso de covid-19. O governo
localdeterminou estritoconfina-
mento da população rapidamente
eissocomeçaadarresultados.
Em entrevistaaoValor,avice-
diretorada OMS,MariângelaSi-
mão,afirmoua:“Nossarecomen-
daçãoé a mesma[sobreisola-
mento]e nossoentendimentoé
de que fazendoodistanciamen-
to socialse podetambémsair
maisrápidodafasedecrise.”
Ela exemplificou que já tem
país,como a Dinamarca, que ado-
tou as recomendações de confina-
mento, podecontrolar maisonú-
merode infectados e agoraestá
afrouxandoasmedidasrestritivas.
“O distanciamento social não é
só a maneira mais rápida e melhor
para sair das restrições, mas tam-
bém a melhormaneira de preven-
ção”, disse.“O distanciamento so-
cial éextremamente importante
[no combate]aumadoença infec-
ciosa.Jáestácomprovadoqueaco-
vid-19podesertransmitidonope-
ríodo assintomático,quando a
pessoa ainda não desenvolveune-
nhumsintomadadoença.”
Discursodá guinada contra isolamento
Análise
Maria CristinaFernandes
DeSãoPaulo
Numareação ao isolamento
que lhe foi imposto desdeopro-
nunciamento da semana passada,
opresidente JairBolsonarogirou
em 180 graus sua abordagem so-
bre apandemiaempronuncia-
mento em rede nacional. No pior
diadesdeoiníciodoenfrentamen-
to do coronavírus no Brasil, quan-
do foram registrados42 mortos e
1.138 novos casos, opresidente
abandonou o discurso da “histeria
e pânico” que marcou o pronun-
ciamentoanterior.Disse queos
efeitosdasmedidasnãopodemser
piores do que a doençaque visam
combater. “Minha preocupação
semprefoi a de salvar vidas, tanto
aquelas ameaçadas pela pande-
miaquantopelodesemprego”.
O presidente voltou acomparar
sua abordagem àquela feitapelo
diretor-geraldaOrganizaçãoMun-
dial de Saúde,TedrosAdhanom
Ghebreyesus. Bolsonaro citouum
trechodo discursodo dirigente da
OMSemqueelelembrasuaorigem
pobrepara se dizerpreocupado
com aquelesque precisam traba-
lhar paraganhar avida. Omitiu, no
entanto,que este trecho foi prece-
didopela ponderação de Ghe-
breyesus de que os governos, ao
adotaremmedidas para restringir
a circulação, devem garantir apoio
às pessoas que perderamrenda e
aosmaisvelhosevulneráveis.
Bolsonaroreproduziu um tre-
cho do discursodo dirigente da
OMS—“todavidaimporta” —para
secontraporàsuaprópriadeclara-
ção:“Algunsvãomorrer?Vãomor-
rer, ué, lamento.” Insistiu na com-
paraçãoadespeitodeodiretor-ge-
ral da OMS ter esclarecido que não
corroboraracomofimdoconfina-
mento,mas apenas apelaraàsen-
sibilidadedosgovernantes.
Bolsonarocitou medidas como
a liberaçãode R$ 600para traba-
lhadoresinformais,aindapenden-
te de sanção presidencial, linhas
de crédito para empresas, alémdo
adiamentono reajuste dos medi-
camentos e do pagamentodas dí-
vidasdeEstadosemunicípios.
Na mão contrária àadotada há
apenas uma semana, quando con-
frontara governadores eprefeitos
peloisolamento,opresidentecon-
clamou a união de todas as autori-
dadespara salvar vidas e elogiou a
atuaçãodosprofissionaisdesaúde
edeatividadesessenciais.
O discurso marca uma inflexão
na postura. Os panelaços durante
opronunciamento nasgrandes ci-
dades,porém,sugerem queBolso-
naro demoroumuito paravoltar
atrás eterá dificuldadeemrecon-
quistaraconfiançadapopulação.
REPRODUÇÃODATVBolsonaro: empronunciamento, presidente dizqueestápensandono“camelô,ambulante,diarista,caminhoneiros”
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