No mesmo ano de ingresso no colégio aconteceu a úl ma reavaliação no
Rio de Janeiro. Charlo e estava com quase oito anos. Depois de passar por toda a
equipe, ela e a mãe chegaram à sala do Dr. Veras. O homem de barbas brancas
chamou a menina e colocou em suas mãos um canudo, como um diploma:
"Entregue para sua mãe". Era a alta.
Bernadete nha vencido a primeira grande batalha. Sua filha corria,
escrevia, falava, estava em excelentes condições sicas: "Não preciso mais
rastejar, mãe?"
Os cansa vos exercícios nham chegado ao fim. Agora, ela poderia escolher
uma a vidade de que gostasse. Fez aulas de dança, ginás ca rítmica, natação.
Mas a guerra ainda não havia terminado. Bernadete sabia que precisava
dividir o que aprendera. Tinha que fazer brotar outros girassóis.
Desde que começara o trabalho no Sesi, quando alguns pais a procuravam
para esclarecer dúvidas e melhorar a vida dos filhos deficientes, ela já via a
possibilidade de abrir uma ins tuição para esse fim. O chão de sua sala ficara
pequeno demais.
A primeira sede, uma sala emprestada na rua Daniel Imhof, abrigou as
crianças por seis meses. Ainda em 1990 mudaram para um espaço maior, uma
casa em frente ao Sesi que, mesmo com a abertura da escola, con nuava a ceder
uma grande sala para a vidades sicas. O crescimento foi notório. Com ajuda da
comunidade e de alguns pais era possível pagar o aluguel, contratar profissionais e
comprar todo o material necessário.
Em 1997 um novo espaço foi alugado. Três grandes salas abrigavam um
número bem maior de crianças, uma cozinha, uma recepção, um depósito.
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(Casulo21 Produções)
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