CHARLOTTE

(Casulo21 Produções) #1

conhecimento sobre o assunto, fundando em 2013 a AMA – Associação de pais,
profissionais e amigos dos austas de Brusque e região.
Bernadete relata que, mesmo não havendo dados cienficos, percebe
aumento no número de casos de ausmo e lamenta que muitas vezes a medicina
ofereça soluções por meio de medicamentos.
Enquanto ela senta-se ao meu lado, no chão da sala, seu trabalho com a
criança é substuído pelas mãos de Charloe. A voz doce volta a me fazer relatos
emocionantes, com um entusiasmo ímpar.
Bernadete revela que o principal movo pelo qual Charloe retornou a
Brusque após o casamento foi dado por exames médicos, que indicaram algumas
funções alteradas, principalmente o elevado nível da reoide. As mudanças de
rona com alimentação, menos avidades sicas aliadas a ociosidade,
acarretaram nesse problema. “Mas a gente se vê a cada 15 dias, eu vou pra lá
uma vez, e ele vem pra cá na outra vez” complementa a atenta Charloe, ao
longe.
Bernadete conta que, quando surgiu a ideia do casamento, surgiu também
o assunto-tabu da sexualidade. Apesar de os portadores da síndrome serem
estéreis, ela pediu que Guilherme fizesse um espermograma para confirmar,
podendo evitar assim que a filha fizesse uso de contracepvos. Mesmo havendo
consenso sobre a inferlidade, existem três casos de paternidade confirmados na
literatura médica mundial e não há estudos profundos sobre a causa definiva.
Sabe-se que metade das mulheres ovula e que entre 35 e 50 por cento das
crianças nascidas de mães com a síndrome de Down são susceveis a ter a
trissomia do 21 e outras deficiências de desenvolvimento. As meninas começam a
menstruar por volta dos 12 anos e têm ciclos regulares.
Assunto velado ainda de uma forma geral, a sexualidade foi debada numa
conversa entre as famílias antes do casamento, o que criou um clima de extremo

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