Contava às amigas suas proezas, narrando cada
elucidação com deleite de mordida em fruta doce.
Atiçava os quereres de algumas, entusiasmava a busca
por olhar para dentro em outras. Dizia com firmeza
que podiam. O que quisessem.
Uma ciranda de mãos firmes começou a girar, com
amigas da amiga, irmã da amiga, prima desta,
tia daquela, uma vizinha. Nesse contato genuíno
renovavam para si mesmas a fúria pela vontade de ser.
Cultivou também na família o fascínio pelo voo e
sentiu-se abraçada em momentos de frio na barriga.
Espelhava-se na avó que sobre a mesa antiga surrava
a massa do pão com precisão a fazê-la crescer. Dizia
em gesto que para alcançar a consistência às vezes é
preciso mão incansável. E que é preciso ter força.
é preciso
ter força