O diagnóstico de uma doença rara e séria aos 20 anos impôs à moça a decisão de como viver o que
poderia ser seu último ano de vida. Prestes a se formar em Física pela Pontifícia Universidade Católica
do Rio de Janeiro (PUC), o futuro profissional parecia sem saída. Porém, mesmo sem nenhuma força
muscular, seguiu o sonho e ingressou no doutorado no Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos
Estados Unidos. Renasceu, assim como a força em seus passos.
A partir desse episódio, sua carreira na Física proporcionou diversas experiências humanas que
geraram aprendizados. Muitos deles relacionados ao papel da mulher em ambientes profissionais
tradicionalmente masculinos, como o seu.
A cientista das astropartículas, pesquisadora principal em projetos da National Aeronautics and Space
Administration (NASA), professora e decana na University of Chicago lembra de diversos momentos em
que foi a única mulher em sala de aula ou laboratório e o desconforto causado por isso. Para as iniciantes,
ela aconselha flexibilidade com as frustrações, foco nos objetivos, respeito aos próprios limites e ter boa
relação com seus pares.
A vontade de retornar ao Brasil foi transformada pelo entendimento de que, como a natureza,
a vida tem seu fluxo e é preciso respeitá-lo. Assim, lá do Hemisfério Norte, proporciona orgulho e
representatividade aos brasileiros, integrando o seleto grupo de membros da Academia Americana
de Artes e Ciência, formado por grandes nomes da história mundial, como Albert Einstein e Charles
Darwin. Também é membro da National Academy of Sciences nos EEUU e membro correspondente da
Academia Brasileira de Ciências.
Angela Villela Olinto