vida, como sempre esteve, no cotidiano, em circunstâncias
de momentos, em afazeres domésticos e em entreteni-
mentos familiares, no convívio com amigos, enfim, no fluir
da vida, reverenciando, amorosa e respeitosamente, ao
longo de sua existência, a todos e a natureza que a rodeava.
Nada a impedia de realizar sua predestinação poética,
sabia administrar o tempo e superar limitações. Escrevia
em qualquer papel de embrulho, no que restava dos sacos
de compras, não desperdiçava nada. Registrava, dessa
forma, tudo o que sua percepção permitia, embora a pouca
instrução escolar, demonstrando assim que a escola não
forma, nem "diploma" o poeta (Infelizmente, ou feliz-
mente?!). Diga-se de passagem, que o lado pedagógico de
suas vivências literárias, dentre outros entendimentos,
contém algo explicativo do porquê dos poemas e das
dedicatórias.
No seu primeiro trabalho, possivelmente, de 1957,
Artêmia revela sentimentalismo e uma inata tendência à
poesia rimada, como se podem ver nos seguintes versos de
Inesperada Missão, p.13: "Sem conhecimento de enfer-
meira/Este ofício vim executar,/Pois o destino sem demora
trouxe/Um primo, a procura do meu lar." (...) "Ele sentia
precisão urgente/Da sua mãe que adorava/Eu pude com
carinho confortá-lo;/Que um dia de repente se passava".