REVISTA VOX - 7ª Edição

(VOX) #1

“Fui o primeiro ca-


tanduvense a passar


em primeiro lugar na


Faculdade de Medici-


na de Catanduva, aos


17 anos”.


básica.
Uma das dificuldades, nos dois
anos finais do curso, foi com as
mensalidades da Faculdade. Quando
seu pai morreu, em junho de 1995,
todo o primeiro semestre já estava
com pagamentos em atraso. Mas o
esforço do estudante foi percebido
pela direção da instituição, que acei-
tou o pagamento das mensalidades
finais após a conclusão do curso.
“Assinei vinte e quatro promissórias
e fui pagando uma por mês”, recorda.


Habilidade com as mãos
A conclusão da Faculdade de
Medicina foi em 1996, e até então
o novo médico não tinha qualquer
definição sobre a especialização
que seguiria. Porém, a habilidade e o
controle com as mãos revelaram, no
curso de medicina, que Dr. Francisco
caminharia para a área cirúrgica, e
entre as opções – além da oftalmo-
logia – estavam a cirurgia plástica e
a neurocirurgia.
Já em Bauru – onde fez residência
em oftalmologia – o que ajudou o
novo médico a decidir a área de espe-
cialização foi a rotina de trabalho. Ele
dava plantões em prontos-socorros
na região de Bauru – como em Pirati-
ninga, onde se tornou chefe da escala
de plantonistas. Os plantões eram
das 19h às 7h do dia seguinte, de 4 a
5 vezes por semana, e as atividades
de residência em cirurgia plástica e
neurocirurgia, por exemplo, exigiam
que estivesse disponível a partir das
6h da manhã, o que era incompatí-
vel com o horário de término dos
plantões.
Já a residência em oftalmologia
se dava a partir das 7h, o que viabi-
lizava sua participação. A opção por
Bauru se deu em razão do pioneiris-
mo local na realização de cirurgias
de cataratas à laser.


A vida em família
Desde a morte do pai, Dr. Fran-
cisco assumiu a condição de arrimo
de família. No mesmo período que
cursava residência médica em Bau-
ru, teve com seu irmão a mesma
conduta que vivenciou com seu pai,
no final do terceiro ano do ensino
médio. Seu irmão cursava marketing
e não ia bem no curso, e de certa


forma até indisciplinado. Dr. Francisco
conseguiu convencer seu irmão a
prestar medicina e passou a ajudá-lo
também. Hoje é um colega de profis-
são, da mesma área, e seu sócio no
hospital de olhos que possuem em
Três Lagoas (MS).
Treze anos depois da morte de
seu pai, Dr. Francisco perdeu a mãe
(2008), vítima de câncer. Quatro
meses antes da morte da mãe nasceu
seu primeiro filho, Vitor. E encontrou
nessa dinâmica da vida a resposta e o
conforto. “Deus tira algo e nos dá de
volta uma coisa boa no lugar”, disse.
Hoje, diz ter uma família pequena,
mas bastante unida, sobretudo ele,
a mulher e os dois filhos; o irmão,
cunhada e os dois filhos gêmeos do
casal – Branca e Matias – que com-
pletaram um ano em novembro; e os
familiares de sua esposa – os sogros
Edite e Álvaro – e a irmã da sua es-

posa e seu marido Simone e Rafael.
Tios e primos estão, sobretudo, em
Catanduva e São José do Rio Preto.
A perda do pai e as responsabi-
lidades que vieram a partir dela são
tidas por Dr. Francisco como um mar-
co divisor. “A falta que meu pai me fez
exigiu de mim uma responsabilidade
que eu não tinha, até então”, diz.
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