76 | Sabor. club [ ed. 41 ]
clássicos
Oswaldo Aranha foi
parar na capa principal
revista dos EUA,
depois de dar
um show de
diplomacia (e
educação) ao
presidir a conferência
sul-americana que
aprovou o rompimento
de relações com o Eixo
(Alemanha, Itália e Japão),
em 1942.
Mais tarde presidiu a sessão da ONU na
qual se definiu a criação do Estado de Israel e
foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz.
Para a turma da boa mesa, no entanto,
o bisavô da chef Bel Coelho (Isabel Coelho
Aranha) é o gênio por trás da criação do filé
que leva o seu nome.
A história é curiosa.
O restaurante A Minhota ficava na rua São
José, 72, no centro do Rio. Era um dos mais
elegantes da então Capital federal, o primeiro
do Brasil a ter ar-condicionado. Aranha,
sujeito refinado, de gestual suave e português
fascinante, era habituée da casa, onde era
atendido pelo dono.
Waldemar Cardoso
era igualmente fino e a
relação amistosa com
o embaixador
permitiu que, num
almoço qualquer, o
cliente abandonasse
o cardápio e pedisse
um contrafilé mal passado
(Aranha era gaúcho), na
frigideira. E depois usasse
a mesma panela, com o caldo
de caldo que restava nela, para puxar
o arroz com a farofa. As batatas portuguesas
vinham por cima de tudo.
Não, não tinha alho na receita. Oswaldo
Aranha odiava alho! Os dentes laminados
e fritos foram parar sobre o filé depois que
Waldemar, que os colocava em cima de tudo,
fez a receita em casa e, um dia, resolveu
comê-la no restaurante. Àquela altura, o
prato já era admirado pelos admiradores
do embaixador. E foi um sucesso imediato.
Aprovado pelo dono da receita, que, sem
artimanhas ou podres poderes, conduziu a
vida e a carreira da forma mais democrática
possível. Exemplo, como se vê, que vai
muito além da mesa.
O restaurante
Cosmopolita,
atuante desde 1926,
próximo aos Arcos
da Lapa, reinvindica
a autoria do prato,
uma vez Oswaldo
Aranha também era
frequentador da casa.
Polêmicas à parte,
lá ainda é servido
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pelo diplomata,
no Rio
Aranha do Brasil
É assim que a Time chamou um dos nossos maiores homens públicos
- e olha que o filé que leva o nome dele ainda nem tinha sido criado
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Filé Oswaldo
Aranha
(1 porção)
INGREDIENTES
310 g de filé mignon
(2 medalhões)
150 g de farinha de mandioca
50 g de bacon cortado
em cubinhos
100 g de alho em lâminas
Azeite a gosto para a farofa
Óleo de soja para fitar
2 batatas Asterix médias
PREPARO
[farofa]
Numa frigideira grande,
frite o bacon até dourar com
aproximadamente 2 colheres
de sopa de azeite
Acrescente a farinha, toste
bem e acerte o sal. Reserve
[alho frito]
Numa panela pequena e
funda, aqueça óleo de soja,
suficiente para uma fritura
por imersão
Mergulhe o alho em lâminas
no óleo não muito quente
e mexa sempre até dourar
levemente
Escorra em papel absorvente
e reserve
[batatas portuguesa]
Cozinhe as batatas, com a
casca, até ficarem al dente
Descasque-as e corte em
rodelas de 0,5 cm. Deixe
esfriar na geladeira
Frite por imersão em óleo
bem quente até dourar
[filé]
Tempere os medalhões com sal
e pimenta preta moída e grelhe
até o ponto desejado
[montagem]
Disponha os medalhões num
prato, cubra com o alho frito
Na frigideira usada para
grelhar a carne, puxe o arroz
e depois a farofa, com o suco
que ficou no fundo
Coloque os filés no prato, com
as lâminas de alho sobre eles,
ladeados pelo arroz e pela
farofa. As batatas vão por
cima de tudo
por Robert Halfoun