O Estado de São Paulo (2020-05-27)

(Antfer) #1

5 São Paulo, 27 de maio de 2020 |


Este material é produzido pelo Media Lab Estadão.

Bitrenzão ou rodotrem:


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Esses caminhões podem ser tecnicamente parecidos, mas é o tipo de operação


que vai determinar qual é a melhor opção. Conheça as diferenças entre eles


VEÍCULOS


O


bitrenzão e o rodotrem ga-

nharam força no transporte

rodoviário de carga nos últi-

mos anos pela capacidade. Eles são

compostos pela união de um cavalo

mecânico com dois semirreboques,

resultando em uma composição de

nove eixos, com peso bruto total

combinado (PBTC) de 74 toneladas.

Esse peso é a soma do caminhão,

dos dois semirreboques e da carga.

Essas composições só podem ser

tracionadas por cavalos mecânicos

guração 6×4, popularmente na confi

chamados de caminhões traçados.

Por tamanha capacidade, esses veícu-

los são comumente usados em opera-

ções de longas distâncias rodoviárias.

Os implementos mais comuns nessas

composições são graneleiro, bascu-

lante, sider, tanque e furgão. Aparen-

temente, bitrenzão e rodotrem pare-

cem similares. Mas são equipamentos

bem diferentes, cuja escolha vai de-

l de aplicação. pender muito do perfi

Fábio Rossi Tronca, gerente de

engenharia de produto da Librela-

to, explica que uma das principais

diferenças entre o bitrenzão e o ro-

dotrem é o peso. O rodotrem é uma

composição mais pesada em relação

ao bitrenzão por causa do dolly.

O dolly tem a função de fazer a

ligação entre os dois semirreboques

do rodotrem. Ele acopla o semir-

reboque dianteiro por um engate e

um cambão. Este faz a ligação com

o semirreboque traseiro por meio

de uma quinta roda. “O rodotrem

tem dois pontos de articulação –

portanto, mais componentes. E, por

isso, a estrutura do chassi é mais pe-

sada”, completa Tronca.

Já o bitrenzão só tem um ponto

de articulação. Os dois semirrebo-

ques são engatados entre si por uma

quinta roda. Com relação à carga

líquida, o bitrenzão parece ser uma

opção mais vantajosa.

“O bitrenzão pode até ser mais leve

em relação ao rodotrem. Mas cada

tipo de produto, graneleiro, tanque

etc., tem a sua particularidade, e o


  • O bitrenzão é mais leve e chega a ser de 8% a 10% mais


barato que o rodotrem. Mas o volume de vendas no mercado

interno é maior no rodotrem, que custa em média R$ 236 mil.


  • Os dois semirreboques do rodotrem têm o mesmo


comprimento. No bitrenzão, por uma questão de distribuição

de carga, o semirreboque dianteiro é menor que o traseiro.


  • Tanto o rodotrem como o bitrenzão devem ter, no mínimo,


25 metros e no máximo 30. Mas há locais, como algumas

rodovias de São Paulo, que não permitem essas composições

trafegarem à noite se tiver mais de 26 metros de comprimento.


  • Por serem composições mais pesadas, dependendo da rota e


do comprimento, é exigida a Autorização Especial de Trânsito

(AET). Essa autorização é dada pelo Departamento Nacional

de Infraestrutura de Transportes (DNIT) a veículos que não

se enquadrem aos limites de peso e dimensões, conforme

estabelecido pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran),

na Resolução 210/06.

O que você precisa saber sobre bitrenzão e rodotrem


peso pode não fazer tanta diferença.

É a operação que vai determinar qual

semirreboque usar”, explica Tronca.

PESO X CARGA LÍQUIDA

O rodotrem com medida de cai-

xa mais próxima do bitrenzão, sem

o cavalo mecânico e sem adicionar

os quase 2 metros de espaço entre o

dolly, mede 21 metros. Nessa com-

posição, as duas caixas juntas pesam

14.680 quilos. O bitrenzão tem 20,9

metros de comprimento somando só

os dois semirreboques. Nessa confi -

guração, ele pesa 14.090 quilos.

Considerando apenas a área útil de

carga, o rodotrem é 590 quilos mais

pesado que o bitrenzão. Portanto, car-

rega menos carga líquida.

DIRIGIBILIDADE

O rodotrem, por ter duas articulações

gurado com dois eixos no e ser confi

semirreboque dianteiro, dois eixos

no dolly e dois eixos no semirrebo-

que traseiro, tem um raio de curva

melhor. Outra vantagem de ter duas

articulações é que o desgaste de pneu

é inferior por ter menos arraste.

O bitrenzão é configurado com

três eixos no semirreboque dianteiro

e três eixos no semirreboque traseiro.

Essa configuração gera mais arraste

por ter uma única articulação. Logo,

gera mais desgaste de pneu. Por ou-

tro lado, sua única articulação lhe dá

maior estabilidade.

DISTRIBUIÇÃO DE CARGAS

Como o rodotrem tem as caixas iguais,

ou seja, com o mesmo comprimento, é

possível fazer a mesma distribuição de

carga, facilitando a operação.

No bitrenzão, o semirreboque dian-

teiro é menor que o traseiro para não

sobrecarregar o cavalo mecânico. Em

caso de pesagem por eixo, pode gerar

excesso de carga no eixo do cavalo

quando passar na balança. Por essa ra-

zão, a distribuição de carga vai ser di-

ferente. Isso pode limitar o uso do se-

mirreboque dianteiro no transporte de

cargas industrializadas, por exemplo.

“Fazer o transporte de uma carga

de tubos de 11 metros de comprimen-

to no bitrenzão só vai ser possível no

semirreboque traseiro. No rodotrem,

essa mercadoria pode ser transporta-

da nos dois semirreboques”, exempli-

ca o executivo da Librelato.fi

POR SEGMENTO

99% dos operadores desse Tanque: •


segmento utilizam o bitrenzão por-

que ele é mais leve e transporta mais

carga líquida.

60% preferem o ro-Graneleiro: •


dotrem pelo menor desgaste dos

pneus, já que rodam longas distân-

cias rodoviárias.

exibi- por questão de flBasculante: •


lidade da descarga, 99% do mercado

prefere o rodotrem porque a carga

escoa pela parte traseira e a operação

pode ser feita simultaneamente nas

duas caixas. No bitrem basculante,

por uma questão construtiva, o se-

mirreboque dianteiro só tomba para

o lado, enquanto o traseiro tomba

para trás. Dependendo do espaço do

local de descarga, o descarregamen-

to desse conjunto não pode ser feito

ao mesmo tempo.

como a descarga é feita em Furgão: •


docas pela traseira, o rodotrem é o

equipamento mais usado pela grande

maioria dos operadores.

CUSTO DE MANUTENÇÃO

A vida útil do pneu é 30% maior no

rodotrem. O custo de manutenção é

menor no bitrenzão porque ele tem

poucos componentes em relação ao

rodotrem, que possui quinta roda,

dolly, engate e cambão que exigem lu-

cação e são peças de desgastes que brifi

eventualmente devem ser trocadas.

CUSTOS DE OPERAÇÃO

No rodotrem, os dois semirreboques

e o dolly devem ser emplacados. No

bitrenzão, apenas os dois semirrebo-

(A.R.) ques são emplacados.

A linha Titanium,

da Noma, foi

apresentada

nal do ano no fi

passado e promete

ser 10% mais

leve em relação à

geração anterior

Fábio, à frente do

bitrem caçamba e do

rodotrem tanque

Foto: Willians Rocha | Divulgação

Foto: Johnny Mazzilli | Divulgação

FAZER TRANSPORTE DE CARGA DE


TUBOS DE 11 METROS DE COMPRIMENTO


NO BITRENZÃO SÓ VAI SER POSSÍVEL NO


SEMIRREBOQUE TRASEIRO.


, gerente de engenharia de produto da LibrelatoFábio Tronca

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