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MOBILIDADE.
| São Paulo, 27 de maio de 2020 4
EMBAIXADOR DA MOBILIDADE
Este material é produzido pelo Media Lab Estadão.
O
setor de transporte rodoviá-
rio de cargas no Brasil é um
dos mais tradicionais da eco-
nomia nacional. Sua origem data da
década de 1950, com a instalação da
indústria automobilística no País.
Naquele momento, criou-se opor-
tunidade para empreendedores que
passaram a levar mercadorias dos
pontos de produção até seus pontos
de consumo, dando origem às gran-
des transportadoras do Brasil.
Hoje, observamos que o setor se
encontra espremido entre margens
muito achatadas devido à alta com-
petição e à falta de restrições técnicas
para a criação de novas empresas na
área. O excesso de oferta faz com que
essas companhias não consigam se di-
ferenciar pela qualidade de seu traba-
lho, tornando o preço do frete o prin-
cipal critério de escolha do cliente.
BIG DATA E ALGORITMOS
Esse cenário tem sido alterado, nos
últimos anos, pelo advento da tec-
nologia, que viabilizou a criação de
diferentes modelos de negócio no se-
tor. Novos players, cuja operação não
xos, mas em big se baseia em ativos fi
data, algoritmos de recomendação e
técnicas de colaboratividade, como o
crowdsourced delivery (modelo em
que uma rede de entregadores autôno-
mos realiza serviços para uma empre-
sa), começam a ofertar seus serviços
ao setor de transporte de cargas.
O mercado de logística pós-covid-19:
o derradeiro equilíbrio entre oferta e demanda
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O TSUNAMI QUE ESTÁ VARRENDO O
SEGMENTO DE TRANSPORTES VAI RETORNAR
AO MAR, MAS COM DANOS COLATERAIS
NO TRANSPORTE DE CARGAS.
São nessas condições – já abaladas
pelos novos players high-tech, que
trazem em seu DNA novos e disrup-
tivos modelos de negócio e investi-
mentos milionários – que as trans-
portadoras mais tradicionais estão
enfrentando a pandemia.
Apesar de o setor de transportes ser
essencial, com os comércios fechados e o
consumo de alguns itens (notadamente,
uos, como rou- os considerados supérfl
pas e eletrônicos) diminuindo, temos
notado uma redução média de 50% no
movimento dessas empresas, ao passo
que seus custos de operação – na maioria
xa – não acompanham essa redução. fi
DIGITALIZAÇÃO E INVESTIMENTOS
Diante disso, devem sobressair em-
presas que acompanharam as tendên-
cias do setor. Aquelas que atualizaram
seu modelo de negócio entraram de
cabeça na digitalização de seus pro-
cessos e trouxeram investidores estra-
tégicos para a sua sociedade.
Outro fator crucial para a sobrevi-
vência dessas empresas prestadoras de
serviço são as pessoas que as compõem.
Equipes motivadas por um propósito,
que se identifiquem com a missão da
companhia, tendem a prevalecer em
momentos de crise, tendo a cultura em-
presarial como alicerce. Este é um mo-
mento de dedicar esforços e atenção ao
nan- time, tanto quanto de se preparar fi
ceiramente para a crise que já se insta-
lou. Apesar de ainda estarmos no meio
da pandemia e não termos como prever
o que virá pela frente, é possível fazer
alguns prognósticos. Esse tsunami que
está varrendo o setor de transportes vai,
em breve, retornar ao mar, mas inevi-
tavelmente com alguns danos colaterais
no setor de transporte de cargas.
As empresas que já não vinham
fi nanceiramente saudáveis, que não
possuem uma tecnologia atualizada
e que não têm em seus quadros cola-
boradores engajados com sua cultura
são as mais propensas a não sobrevi-
ver a essa crise.
REORGANIZAÇÃO DO SETOR
Assim, o enorme excesso de propos-
tas de frete e de serviço de logística e
transporte existentes, hoje, no Brasil,
nitivamente, à tende a se alinhar, defi
procura gerada pela indústria e pelo
comércio por esses serviços.
Isso não significa que o setor vai
quebrar ou que faltarão caminhonei-
ros ou transportadoras, mas que ha-
verá uma reorganização da oferta e
demanda do setor. Após a pandemia,
teremos empresas atualizadas digital-
ssionalmente orga-mente e mais profi
nizadas no setor, e essas vão garantir
o transporte e o abastecimento da so-
ciedade brasileira.
é fundador e CEO do TruckPad, maior plataforma Carlos Mira
de conexão entre caminhoneiros e cargas da América Latina
Foto: Alessandra Santos | Divulgação
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