Estapanorâmicade
Hiroxima,constituída
porimagensdoExército
dosEUAcaptadas
poucassemanasapóso
bombardeamento,
mostraa dimensãodos
estragos.Naúltima
página,vê-sea
estruturaarredondada
doIndustrialPromotion
Hall,hojeconsiderado
umsímbolodadevasta-
çãodabombaatómica.
APÓS A EXPLOSÃO DA BOMBA, Hiroxima reanimou-
-se com a rápida revitalização de serviços básicos
de abastecimento de água e electricidade e com as
histórias de heróis não louvados, vindos de perto
e de longe, que ajudaram a devolver a vida à cidade
nos anos seguintes.
Nanao Kamada cresceu numa zona rural a
cerca de seiscentos quilómetros de Hiroxima.
Nunca pensara muito na bomba atómica antes
de 1955, ano em que se candidatou à faculdade
de medicina da cidade. Uma vez chegado a Hiro-
xima, porém, começou a encontrar pessoas com
bonés e mangas compridas sob um calor abrasa-
dor, para esconderem as queimaduras. Anos de-
pois, Nanao tornou-se uma autoridade no trata-
mento de sobreviventes da bomba atómica e na
investigação sobre a radiação.
Hoje em dia, os problemas de Hiroxima são
iguais aos de tantas outras cidades japonesas: a
diminuição da taxa de natalidade, o envelheci-
mento da população, uma capacidade hoteleira
desadequada para os mais de dois milhões de vi-
sitantes recebidos anualmente e a obsolescência
de edifícios e infra-estruturas. Existe uma sen-
sação de urgência na preservação das memórias
dos sobreviventes – os hibakusha. Existem cerca
de 47 mil em Hiroxima, com uma idade média
de 82 anos. A cidade enviou hibakusha para todo
o mundo, em pessoa ou através da Internet, para
contarem as suas histórias.
O Museu Memorial da Paz de Hiroxima tem
uma videoteca com mais de 1.500 relatos de so-
breviventes e cerca de quatrocentos podem ser
vistos online. Alguns sobreviventes até se encon-
tramdisponíveisparaparticiparemvideocon-
ferências.Muitosdizemquea partilhadassuas
históriasdámaissentidoaoseusofrimento.
FOTOGRAFIA: CORTESIA DO MUSEU MEMORIAL DA PAZ DE HIROXIMA (PANORÂMICA
COM DEZ FOTOGRAMAS DIGITALMENTE COMPOSTA POR ARI BESER)
QUANDO A BOMBA CAIU 37