JornalValor--- Página 3 da edição"22/06/20201a CADC" ---- Impressa por LGerardiàs 21/06/2020@19:15:48
Sábado,domingoesegunda-feira, 20,21e22dejunhode 2020| Valor|C3
Finanças
EstratégiaComfoconotorcedor,ofertaincluicontacorrente,cartãoeseguro
BRB e Flamengo fazem
parceria para banco digital
Costa, presidentedo banco brasiliense: commeta de atrair pelomenos1,5 milhão de clientes, BRBe Flamengopodemse tornaracionistas de operaçãode R$ 1 bi
Talita Moreira
De São Paulo
O Flamengoe o Banco de Bra-
sília(BRB)lançam em meados
de julhouma operaçãode banco
digitalvoltadaaos torcedoresdo
clube rubro-negro. O acordo
prevêaofertade contacorrente,
cartõesde crédito,cartõespré-
pagose produtos de seguridade
ecapitalização, com receitas
compartilhadasmeioa meioen-
tre os dois parceiros.
Em buscade expansãopara
alémdacapitalfederal,oBRBen-
tra em campono lugar do BS2. O
bancomineiro encerra no fim
destemês seu patrocínioao Fla-
mengo-— um acordoque tam-
bémcontemplouaaberturade
contasdigitais.Anova parceria,
entretanto, temdiferençasim-
portantes.O prazoé de três anos,
prorrogáveis por maisdois,mas
existeapossibilidade de oacor-
do comercial evoluirparauma
jointventure.Nessecaso,oBRBe
o clubese tornarãosócios do
bancodigital, comparticipação
de 50% cadae planosde um IPO
nofimdessescincoanos.
Ocontratoprevêopagamento
mínimode R$ 32 milhõesao Fla-
mengopelo direito de exclusivi-
dadeno uso do balcãodo clube.
Porém, aexpectativaé que o clu-
be recebabemmaisdo que isso
comadivisãode resultados.A
operaçãodeverágerarlucro de
R$ 150 milhõesa R$ 200 milhões
no quinto ano, conformeprevis-
tonoplanodenegócios.
“OBRBeoFlamengopodemse
tornaracionistasde umaopera-
ção de R$ 1 bilhão”, afirmao pre-
sidente do banco brasiliense,
Paulo Henrique Costa, em entre-
vista aoValor. O cálculotem co-
mo referência,segundoele, múl-
tiplosque vêm sendousados pa-
raavaliarbancosdigitais.
O acordofoi aprovado pela di-
retoria do clube eapresentado
na sexta-feiraao conselhodeli-
berativodoFlamengo.
Onovo bancodigital,cujo no-
me só será anunciadoem julho,
nasce com a metade atrairpelo
menos1,5 milhãode clientes-
torcedores.ParaCosta,oobjetivo
é factível,já que atorcidarubro-
negra éestimada em cerca de 35
milhõesdebrasileiros.
Apesar disso, oacordo repre-
sentaumsaltograndeparaoBRB,
que hojetem cerca de 750 mil
clientes, quase todos em Brasília.
Obanco, controlado pelo gover-
nodoDistritoFederal,terminouo
ano passadocom carteira de cré-
ditoexpandidadeR$11bilhões.
“O Flamengotraz engajamen-
to eacapacidade de atrairclien-
tes de todasas faixasde renda”,
diz Costa.A ideiaé explorara vi-
sibilidade da marcado clubee
explorar novos canais —por
exemplo, usarsupermercadose
redesvarejistaspara vendercar-
tões pré-pagos, vales-presentee
produtosde seguridade.Não ha-
verácobrançadetarifanaconta.
Em contrapartida, os clientes
torcedores poderão ter “cashba-
ck”nocartãodecréditoparacom-
pra de ingressos comdescontos
oumesmoprioridadeparaadqui-
rir entradas paraas partidas do
Flamengo.“Comotempo,confor-
me a demanda,vamos evoluirpa-
ra outros produtos, comofinan-
ciamento de veículos e imobiliá-
rio”,afirmaoexecutivodoBRB.
Para colocaraoperaçãoem pé,
obancoestatalcriouuma unida-
de de negócios que abrigaráa
parceria. Ela será segregadacaso
o acordose convertaem uma so-
ciedade.O contratoprevê,no en-
tanto, que desdejá o BRB e oFla-
mengoserãocoproprietários da
basedeclientes-torcedores.
Desde que assumiu a presidên-
cia do BRB, em janeiro do ano
passado, Costa vem promovendo
umareorganizaçãodosnegócios.
De um lado, oobjetivo é usaros
canais digitaispara dar escala às
operações. De outro, venderati-
vos considerados não essenciais.
Obancocontratou aBBInvesti-
mentos e o BTG Pactual para en-
contrar sócios paraas áreas de
gestão de ativos de terceiros,cor-
retoradesegurosecartões.
Governo desenha
‘crédito fumaça’a
pequena empresa
FláviaFurlan
De São Paulo
O governoavançano desenho
deuma linhadecréditoparaem-
presasde menorporte,dessavez
baseadanos recebíveisdas ven-
das com cartõesecom um possí-
velmecanismodeabatimentode
impostosdirecionadoaos bons
pagadores. Segundo o Valor
apurou,amodalidadecontaria
inicialmentecom cercade R$ 10
bilhões,advindosexclusivamen-
tedoTesouroNacional.
A novalinhafuncionaria nos
moldesdo “créditofumaça”, bas-
tanteconhecidopelomercado
decartões.Nele,bancosecreden-
ciadorasusamo histórico de re-
cebimento de pagamentos em
“maquininhas”dos clientes para
liberaroperaçõesde crédito.As
parcelassão cobradasna forma
de um percentualdas vendasfu-
turas.No fim de março, oValor
antecipouque osetorprivado
havia apresentado propostade
créditofumaçaparaogoverno.
Chamada nos bastidoresde
“Emergir”, a linhaseriadirecio-
nadaa empresasque receberam
nas transaçõescom cartõesentre
R$ 3,2 mil e R$ 30 mil, na média
mensal,noperíododenovembro
de 2019 amarço de 2020, isto é,
antes que oisolamento social
derrubasseas vendas.Estima-se
que as empresas possam tomaro
equivalentea duasvezesos valo-
restransacionadospormês.
Segundo proposto até omo-
mento, podemparticipar empre-
sascomfaturamentoanualdeaté
R$ 360 mil, o que significa que
microempreendedoresestariam
incluídos na novalinha. O prazo
seria de três anos e ojuro prefixa-
do em 3,75% ao ano, o que pode
ainda serrevisto devidoàs que-
das recentes da Selic. O desconto
sobre as vendas seria de algoem
tornode5%dofluxoacadamês.
OValorapurou que bons pa-
gadores podem terabatimento
doimposto.Emreuniãocomose-
tor privado em 12 de junho, Pau-
loGuedes,ministrodaEconomia,
foiquestionadosobreisençãofis-
cal em meio à crise, algo que está
sendo feitoem outros países. Ele
respondeu: “Temde botar todo
mundo em pé primeiro,depois a
gentefaladeimposto”.
Na ocasião, oministrocitouo
mecanismo de abatimento de
impostoàempresaque tomar
créditocom recursosdo Tesouro.
“Seria comoum ‘prêmio pela
adimplência’ e pela empresater
se mantido solvente em meioà
crise”, dissePaulo Solmucci,pre-
sidenteda AssociaçãoBrasileira
de Barese Restaurantes(Abra-
sel). O ministroafirmouque está
conversandocomo presidente
JairBolsonarosobreaquestão.
Os bancos seriam responsáveis
pelos custos operacionais do cré-
dito fumaça, valor estimadoentre
R$3mileR$5milportransação.“A
ideia da linha éboa aprincípio,
mas há dúvidas sobre se o poten-
cial de alcance seria pequeno, uma
vez queessas empresasjápodem
ter comprometidoo fluxo de valo-
res recebidos comoutras opera-
çõesem meio àcrise”, disse um
executivodosetorbancário.
Credenciadorasdecartõesaju-
darãoa “travar”os recebíveis que
foremdadoscomogarantiade
pagamentoem uma operaçãode
crédito,paraqueelenãosejausa-
do em outrade formafraudulen-
ta. O BNDESou o BancodoBrasil,
aindanão está definido, admi-
nistrariam os recursos prove-
nientesdoTesouroNacional.
Caso seja de fato lançada, essa
será aquarta linhado governo
para liberarcrédito às empresas,
em meioàs reclamações de que o
dinheiro não chegou até o mo-
mentoaquemprecisa. No Pro-
grama Nacionalde Apoio às Mi-
croempresaseEmpresasdePe-
queno Porte (Pronampe), que
temdestinaçãodeR$15,9bilhões
parafinanciar capital de giro pa-
ra microempresascom fatura-
mento anual de até R$ 4,8mi-
lhões, a reclamaçãovai da buro-
craciaàfaltadeflexibilidade.
“O estatuto do Fundo Garanti-
dor de Operações obriga que 80%
dos recursos sejam direcionados
a empresas com faturamentode
até R$ 360 mil,etem banco en-
tendendo que primeiro temde
emprestar para esse público.
Comesse ruído, há recursos em-
poçados”, disseumafontequere-
presenta o setor produtivo,mas
quepreferiunãoseridentificada.
No ProgramaEmergencialde
SuporteaEmpregos(Pese),desti-
nado a empresascom fatura-
mentoanualentreR$ 360 mil e
R$ 10 milhões,há R$ 40 bilhões
de destinação. O Tesouroassume
85% do riscodas operaçõeseos
bancos,os demais15%.A linha
tem taxa de 3,75%ao ano e finan-
cia dois meses da folhade paga-
mento. Coma contrapartidade
as empresasmanteremosem-
pregosno período, ademanda
foi reduzida. Ogovernotenta
juntoao Congressofazeraltera-
çõesparatorná-lamaisatrativa.
Os bancos têm trabalhadomais
arduamente, por ora, parainiciar
os empréstimos do Programa
Emergencial de Apoioao Crédito
(Peac),queabrangerecursostotais
de R$ 20 bilhões paracapital de gi-
ro para empresas com faturamen-
to entre R$ 360 mil e R$ 300 mi-
lhões.Nessalinha,hácoberturado
Fundo Garantidor para Investi-
mentos (FGI). “Ele pegaomaior
número possível de empresas,é
maissimples e tem menos travas”,
disse um interlocutor do setor
bancário.Orelatordamedidapro-
visória 975, que cria o Paec, depu-
tadoEfraim Filho(DEM-PB), de-
fendeque as empresas tenham
cincoanos para quitar os emprés-
timos ecarência de ao menos seis
mesesparainiciaropagamento.
BBCE prepara derivativos de energia
De São Paulo
Apesarde atrairum número
crescentede agentesfinanceiros,
o mercadolivre de energiaainda
époucosofisticado. Só existea
opçãodenegociarcontratoscom
entrega física,emboraa maior
partedademandasejaporpreço,
enão pelo insumoem si. Énesse
espaço que a BBCE(BalcãoBrasi-
leiro de Comercialização de
Energia)queratuar.
A empresaplanejalançarem
agosto uma plataforma de nego-
ciação de derivativosde energia,
e obtevena semanapassadaau-
torizaçãodo colegiadoda Co-
missão de Valores Mobiliários
(CVM) para atuarcomoadminis-
tradora de mercadoorganizado
devaloresmobiliários.
ABBCE tem em vistaoferecer
derivativos para consumidores de
energia ou investidoresque não
precisam da entrega física. Hoje,o
volume negociado no mercado li-
vre é, em média, 5,7 vezesmaior
que o efetivamenteconsumido—
oque significa que a maiorparte
da comercialização tem finalidade
meramentefinanceira.
“Muitosoperamno mercado
físico apenasparase posicionar
em preço. Comos derivativos,
vão ter aferramenta correta”,
afirmaDanielRossi,presidente
doconselhodaBBCE.
Para CarlosRatto, presidente
da plataforma,as transaçõesde
derivativosajudarãoasupriras
necessidadesde quemsó precisa
negociar preço—enão a com-
moditypropriamente. “A falta de
um mercadode derivativos gera
riscosoperacionais”,afirma.
ABBCE écontrolada por co-
mercializadorase,deacordocom
oexecutivo,aexpectativa éque a
negociação de derivativos atraia
bancosefundosinteressadosem
operar esses ativos. É objetivoda
companhiaevoluirparaumabol-
sa de negociação de energia —a
primeira do país —, oque depen-
dedeumdesenvolvimentomaior
domercadobrasileiro.“Esseéum
caminhopossível efaz partedo
nosso planejamento de longo
prazo”,afirmaRossi.
SegundoRatto, que foi execu-
tivo da antigaCetip,osderivati-
vosdeenergiaserãoosprimeiros
a ser oferecidospela BBCE,mas a
licençada CVMpermiteque a
plataforma ofereçaoutrosativos
debalcãoorganizado.
Nas próximas semanas, aBBCE
investirá em ações educativas so-
breofuncionamento do merca-
do efará testes na plataforma. No
começodestemês, acompanhia
reforçouagovernançacomaelei-
ção de três conselheirosindepen-
dentes: oex-presidente do Banco
Central Gustavo Franco; o ex-pre-
sidentedo Bancodo BrasilCássio
Casseb; e oprofessor e especialis-
taemtecnologiaSilvioMeira.
A B3 também manifesta, aos
poucos, maior interessepela área.
Acompanhiaestá desenvolvendo
umaferramentadepré-registrode
contratosde energia elétrica, mar-
cando sua entrada no setor. Numa
entrevista recente, odiretorde
produtosde balcão,commodities
e novos negócios da B3, Fabio Ze-
naro,disse queaevoluçãopara
uma bolsa de energiaanda está no
“campodaspossibilidades”.(TM)
CarlosRatto, presidenteda BBCE:“A falta de um mercadode derivativos de energia gera riscosoperacionais”
ANAPAULAPAIVA/VALOR
Curta
NDBcapta US$1,5 bi
ONovoBancodeDesenvolvi-
mento(NDB,nasiglaeminglês),
conhecidocomobancodoBrics,
captouUS$1,5bilhãocomaemis-
sãodetítulosdedívidacomprazo
detrêsanosnomercadointerna-
cional.Trata-sedoprimeirobônus
emdólardentrodoprogramade
açõesparaocombateàcovid-19.
Dototaldaoferta,75%ficaram
cominvestidoresqualificados,co-
mobancoscentraiseinstituições
oficiais.Ospapéisforamemitidos
comtaxaderetorno(“yield”)de
0,660%aoano.Emrelaçãoàdistri-
buiçãogeográfica,aÁsiacomprou
56%daoferta;aregiãodaEuropa,
OrienteMédioeÁfrica,29%e
Américas,outros15%.
SILVIA ZAMBONI/VALOR
ALTERESECURITIZADORAS.A.-CNPJ: 02.783.423/0001-50
Editalde2ªConvocação-AssembleiaGeral deTitularesdeCRI
Ficam convocadosostitularesda 1ª série,3ªemissão dos certificadosde recebíveisimobiliáriosda AltereSecuritizadora S.A.
(“Titulares”,“Emissão”,“CRI”e“Emissora”,respectivamente)asereuniremem AssembleiaGeralde Titularesde CRI, nos
termosda CláusulaDez do “Termode Securitizaçãode CréditosImobiliáriosda 1ª série da 3ª emissãode Certificadosde Re-
cebíveisImobiliáriosda AltereSecuritizadoraS.A.”, celebradoem 13 de setembrode 2017(“Termode Securitização”) eda
InstruçãoCVMNº 625 (“ICVM625”),que será realizadaem 07 de julhode 2020,às 16:00horas,digitalmente,por vídeocon-
ferênciaonline,naplataformaMicrosoftTeams epor meiode voto medianteboletimde voto adistância,sendoque olink de
acessoareuniãoeoboletimde voto adistância,serãodisponibilizadosaos titularesdas Debênturesaté 1(um) dia antesda
data marcadapara arealizaçãoda AGD, para deliberareapreciaracercadas seguintesmatérias:(a)análiseeprovidências
quantoao descumprimentodas obrigaçõesrelativas a: (i) cláusula1.5.1.do Termo de Securitização,emrazãoda não manu-
tençãodo Fundode Reserva;(ii) faltade pagamentodas parcelasde amortizaçãoejuros remuneratóriosvencidasem
25.10.2019,25.11.2019e25.12.2019,27.01.2020,25.02.2020,25.03.2020,27.04.2020,25.05.2020e25.06.2020,nos ter-
mos da cláusula2.7, incisosXeXI, respectivamente;(iii) falta de apresentaçãodo Relatóriode DestinaçãoImobiliária,nos ter-
mos da cláusula4.1.1.do ANEXOII ao Termo de Securitização;(iv) aplicaçãodos recursosem fundosde investimentos diver-
sos dos autorizados,nos termosda 4.1.3.doANEXOII aoTermo de Securitização;(v) não obtençãoda aprovação do Empreen-
dimentoImobiliáriono prazode até 360 dias contadosda Data de Emissão,nos termosda cláusula8.1., incisoXXI doANEXO
II ao Termo de Securitização,bem comoarespectivaausênciade definiçãode data para iníciodo desenvolvimentodo Proje-
to; (vi) faltade pagamentoda amortizaçãoejurosremuneratóriosdevidosem 25.10.2019,25.11.2019e25.12.2019,
25.01.2020,25.02.2020,25.03.2020,27.04.2020e25.05.2020,conformeANEXOII; (vii) Inclusãode garantiareal, consubs-
tanciadaem cessãofiduciáriaou alienaçãofiduciária,das quotasdos Fundosde InvestimentosImobiliáriosnos quaisos re-
cursosda liquidaçãoencontram-seinvestidos;e(viii) autorizaçãoao AgenteFiduciárioepara Emissoraadotaremtodasprovi-
dênciaspara oaperfeiçoamentodo aprovado naAssembleia.InformaçõesGerais:(a) OsTitularesque se fizeremrepresen-
tar por procuradores,deverãoentregarorespectivoinstrumentode mandato,com poderesespecíficospara representaçãona
AssembleiaGeraldeTitularesde CRI, na sede socialdoAgenteFiduciário,naAvenidaBrigadeiroFaria Lima,nº 3.900–10º an-
dar,cidadeeestadode São Paulo.São Paulo,19dejunhode 2020.PLANNERTRUSTEEDTVMLTDA–AgenteFiduciário.
By_Lu*Ch@Qu£