Banco Central do Brasil
Revista Carta Capital/Nacional - Nosso Mundo
sexta-feira, 31 de julho de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas
estruturas econômicas – como as empresas
estatais –, enquanto novas indústrias eram
geradas por meio de uma ampla gama de
políticas industriais. O povo chinês foi o
principal beneficiário, é claro, experimentando a
redução mais rápida da pobreza na história”.
Mas esses ganhos não vieram à custa do resto
do mundo. Longe disso. As políticas de
crescimento que hoje despertam a ira de outros
países são a razão pela qual a China se tornou
um mercado tão grande para exportadores e
investidores ocidentais. Mas as políticas
industriais chinesas, como as implantadas em
suprimentos médicos, não são injustas com os
concorrentes em outros lugares? Devemos ter
cautela antes de chegar a tal veredicto. A
justificativa padrão para a política industrial é
que novas indústrias produzem repercussões
de aprendizagem, externalidades tecnológicas
e outros benefícios sociais amplos que rendem
apoio estatal desejável. Muitos economistas
ocidentais presumem, no entanto, que os
governos não são muito bons em identificar
indústrias que merecem apoio, e que os
consumidores domésticos e os contribuintes
incorrem na maior parte dos custos.
Em outras palavras, se a política industrial
chinesa foi equivocada e maldirecionada, é a
própria economia da China que sofreu com o
resultado. Pela mesma lógica, se os
formuladores de políticas chineses
efetivamente visavam atividades onde os
benefícios sociais excedem os benefícios
privados, produzindo melhor desempenho
econômico, então não está claro por que os
estrangeiros devem reclamar. Isso é o que os
economistas chamam de “corrigir falhas de
mercado”.
Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
Econômico - Colunistas