Clipping Banco Central (2020-08-01)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Revista Exame/Nacional - Entrevista
quinta-feira, 30 de julho de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Reforma da Previdência

sendo um ano fácil para o Rio Grande do Sul.


Qual é a resposta para o problema dos
gafanhotos?
Uma equipe de fiscais na fronteira monitora o
deslocamento da nuvem e temos o apoio da
aviação para, se for o caso, aplicar defensivos
que dispersem a nuvem ou parte dela. Essa
nuvem se desloca com enorme variação,
segundo condições climáticas e direção do
vento.


O defensivo mata os gafanhotos?
Não sou especialista, mas tenho a impressão
que, por matar uma parte, ele ajuda a dispersar
os demais. Se o defensivo sozinho fosse
suficiente, a Argentina e o Uruguai já teriam
resolvido o problema. Ele certamente ajuda a
reduzir os danos. Nossa equipe está
mobilizada e tem o apoio do Ministério da
Agricultura.


Nas últimas semanas, o senador José Serra e
o ex-governador Geraldo Alckmin, dois
caciques de seu partido, estiveram às voltas
com denúncias de corrupção. Como os
episódios afetam o futuro do PSDB?
Acho que a Justiça tem de ser uma só para
qualquer político, de qualquer partido. Da
mesma forma, também acho que o direito à
defesa também tem de ser concedido a todos.
Você não vê nas minhas manifestações
ataques nem contentamento com episódios de
outros políticos de outros partidos envolvendo
denúncias ou investigações. Acho apenas que
o país precisa de sobriedade institucional.
Nunca foi meu estilo atacar políticos de outros
partidos por causa de denúncias ou
investigações, porque entendo que esse é um
papel que cabe à Justiça. O país precisa de
sobriedade institucional.


O que isso quer dizer, especificamente?
Há uma polícia que investiga, há o Ministério


Público que denuncia, se for o caso, e há um
Judiciário que julga, e todos eles estão
trabalhando. Há uma investigação policial, uma
oferta de denúncia, mas há também a
oportunidade de esclarecimento. Entendo que
tanto o ex-governador Alckmin quanto o ex-
governador Serra, assim como qualquer
homem público, precisam esclarecer os fatos
sobre as doações de campanha, e tenho a
certeza de que farão isso com a serenidade e a
segurança que a vida pública de cada um deles
apresenta. Essa é a sobriedade necessária.

Quando o senhor fala em sobriedade
institucional, faz referência implícita à falta dela
no governo Bolsonaro?
O presidente Jair Bolsonaro é, na Presidência,
o que foi ao longo de sua vida pública:
polêmico. Entendo que, para exercer um
mandato no Executivo, há que ter mais
sobriedade e capacidade de diálogo. Mas não
foi por esses atributos que ele se elegeu. Ele
foi conduzido ao cargo pelo seu estilo. Meu
estilo é outro, completamente distinto, mas
respeito a legitimidade dele. Busco trabalhar
com o presidente Bolsonaro em prol da
população, dos brasileiros que estão no meu
estado, para os quais nós dois governamos.
Não é meu papel fazer oposição ao presidente,
mas é certamente meu papel apresentar com
clareza as divergências que temos. Acho que
essa postura radical, de enfrentamento e de
alimentar a ideia de que há uma guerra do bem
contra o mal, é algo que já foi visto em outros
tempos no país, especialmente pelo lado do
Partido dos Trabalhadores, mas acaba
prejudicando a possibilidade de realizarmos
mais reformas. A reforma da Previdência
seguiu adiante porque era uma pauta que já
vinha anteriormente. Agora, vamos ver.
Torcemos para que os conflitos que o governo
federal estabeleceu politicamente não
prejudiquem e não atrasem ainda mais as
outras reformas tão necessárias ao país. Já
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