Banco Central do Brasil
Revista Valor Setorial/Nacional - Noticias
quinta-feira, 30 de julho de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Produto Interno Bruto
de Saúde Pública de Harvard, prossegue,
“apontou que o aumento de apenas 1% na
concentração de material particulado fino no ar
resulta em um incremento de 8% das mortes
pela covid-19”. E o etanol, lembra ainda,
contribuiu para reduzir as emissões de
materiais particulados na cidade de São Paulo
de 59 microgramas de partículas por metro
cúbico em 2001 para 29 atualmente,
considerando a média anual.
A maior oferta de grãos, a demanda vigorosa
da China por soja e carnes e um câmbio
desvalorizado devem contribuir para que o
agronegócio mantenha forte presença nas
exportações totais do país, avalia Marcello
Brito, presidente do Conselho Diretor da
Associação Brasileira do Agronegócio (Abag).
As vendas externas do setor, destaca Brito,
experimentaram um salto de 370%entre 2000 e
2019, subindo de US$ 20,577 bilhões para US$
96,788 bilhões, o que elevou sua participação
nas exportações totais de 37,4% para 43,2%. A
seu ver, a posição já consolidada do país 110
mercado internacional de commodities
agrícolas e a demanda global por alimentos
tendem a sustentar o crescimento das
exportações neste ano.
Segundo Orlando Ribeiro Leite, secretário de
Comércio e Relações Internacionais do Mapa,
desde janeiro do ano passado, o país
conseguiu abrir 75 novos mercados para o
agronegócio. Ele espera alta entre 5 % e 10%
para as exportações em relação a 2019. Menos
otimista, o gerente do Departamento de
Pesquisa e Análise Setorial do Rabobank, Andy
Duff, estima que as exportações do setor
deverão repetir o número de 2015), ao redor de
US$ 97 bilhões. Mas a receita em reais
crescerá fortemente em função da
desvalorização cambial.
Entre janeiro e junho deste ano, o setor
aumentou as vendas externas em 5),7%, para
US$ 51,634 bilhões, o que representou 50,8%
das exportações brasileiras totais, diante de
43% no primeiro semestre de 2019. Em torno
de 39,6% dos embarques do setor tiveram o
mercado chinês como destino, participação que
havia sido de 33,4% na metade inicial do ano
passado. Turbinadas pelo aumento nas vendas
de soja em grão e de carnes, com destaque
para carnes bovina e suína, as exportações
para a China aumentaram 30,3%, atingindo
US$ 20,470 bilhões. O país asiático respondeu
por 72% das exportações brasileiras de soja
em grão e elevou sua participação para 54,3%
das vendas externas de carne suína e para
46,7% no caso da bovina.
Augusto Adami, vice-presidente de nutrição e
saúde animal da DSM América Latina, observa
que a participação brasileira nas importações
chinesas de carnes avançou de 24% em 2019
para 46% neste ano e acredita que a tendência
de crescimento dos embarques brasileiros
deverá se manter nos próximos anos. Ele
acredita que a China ainda precisará de mais
dois ou talvez quatro anos para recompor o
plantei de suínos, dizimado pela febre suína
africana no ano passado, o que fez a produção
chinesa de carne suína cair 28% entre 2018 e o
ano passado, de 54 milhões para 39 milhões
de toneladas.
Consultor de agronegócio do Itaú BBA,
Guilherme Bellotti Melo espera mais um ano de
margens positivas para os principais produtos
também em 2021, “o que deverá assegurar ao
agronegócio um papel de protagonista na
economia brasileira no próximo ano”.
Comparadas aos níveis históricos observados
na safra 2019/2020, as margens esperadas
para a soja, o milho e o algodão, cultura mais
afetada pela retração do consumo de vestuário
e pelo barateamento das fibras sintéticas,
tendem a recuar no ciclo 2020/2021 entre 12%