Banco Central do Brasil
Revista Valor Setorial/Nacional - Noticias
quinta-feira, 30 de julho de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Blockchain
Arce, da Solinftec, acrescenta que lavouras
conectadas já registraram redução total de 20%
nos custos com insumos graças ás novas
aplicações. Pelas expectativas e previsões,
quando a tecnologia chegar às propriedades de
pequeno e médio porte, o salto produtivo será
grande.
As novidades científicas também contam com a
digitalização para avançarem na cadeia
produtiva. Um exemplo vem da DSM, que
desenvolve tecnologias de nutrição. Para a
cadeia de bovinos, a empresa criou um
suplemento que, adicionado à dieta regular de
ruminantes bovinos, ovinos e caprinos), reduz
em 30% a emissão de gás metano - um dos
principais aceleradores do efeito estufa - por
estes animais. Segundo Mark van Nieuwland,
diretor global da DSM, o rastreamento de
origem dessas carnes com recursos de
computação, como o blockchain, aumenta o
interesse dos produtores. “Eles conseguem
responderá pressão de consumidores
preocupados com a pegada ecológica”, diz. Há
ainda a possibilidade de gerar créditos de
carbono para venda no mercado, criando uma
nova fonte de renda na pecuária.
O produtor rural brasileiro já entendeu as
vantagens de migrar para a agricultura digital.
Mas ainda há muito trabalho para ampliar o
alcance da tecnologia e tirá-la da bolha dos
grandes produtores. O último Censo
Agropecuário (2017) apontou que mais de 70%
das propriedades rurais brasileiras não
possuem acesso à internet
Mateus Barros, líder de negócios da Gimate
Field-View, braço de agricultura digital da Bayer
para a América Latina, diz que ainda falta
infraestrutura. No ano passado, a Climate
ingressou na iniciativa Conectar Agro com
outras sete empresas (FIM, Nokia, Jacto,
Trimble, CNH Industrial, Solinfitec e AGCO). A
ideia era unir os setores de insumos agrícolas
ao de tecnologia da informação e comunicação
para quebrar as barreiras que impedem a
tecnologia de se espalhar pelo campo. “No
agronegócio, todos os sistemas precisam
conversar. O agricultor não vai perder tempo
com detalhes técnicos”, reforça Barros.
O ConectarAgro tornou-se um grande piloto
para construir uma plataforma capaz de
absorver os mais diferentes aplicativos,
sensores e maquinas utilizadas na lavoura.
“Além disso, os serviços de telecomunicações
alcançam pessoas que não tinham acesso a
eles nas zonas rurais” completa Alexandre Dal
Forno, diretor de marketing corporativo e IoT da
TIM Brasil. No início de julho, o ConectarAgro
se transformou em uma associação para, como
disse Gregory Riordan, executivo da CNH
escolhido para presidira entidade, “trazer mais
empresas e ampliara representatividade do
projeto”. Entre os resultados alcançados até
agora estão a cobertura, com banda larga 4G,
em cinco milhões e cem mil hectares no país.
A demanda das maquinas no campo tem
mudado o planejamento das grandes
operadoras, como a Embratel - marca da Claro
para soluções corporativas. Eduardo Polidoro,
diretor de negócios de IoT da empresa, explica
que as oportunidades de negócios são mais
complexas. “Não é fácil chegar ás fazendas.
Por isso, a solução exige experiência para
combinar recursos que vão do rádio aos
satélites”, diz. O que tem animado os negócios
é o número crescente de máquinas, sensores,
drones e câmeras com demanda por
conectividade. Em muitos municípios há mais
coisas do que pessoas penduradas à internet
“É aí que a conta fecha para a expansão das
redes”, destaca o executivo.
Outro desafio, resume George Hiraiwa,
produtor rural e coordenador do ecossistema