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Revista Veja/Nacional - Colunistas
sexta-feira, 31 de julho de 2020
Cenário Político-Econômico - ColunistasClique aqui para abrir a imagemClique aqui para abrir a imagemO Exército brasileiro carece de glórias. Ao longo
de sua história, em duas cruciais ocasiões nas
quais foi chamado a bater-se, numa saiu-se com
heroísmo, na outra conheceu humilhante fiasco.
Gloriosa foi a participação na II Guerra Mundial;
inglória foi a guerra contra o arraial do beato
Antônio Conselheiro, em Canudos. O
envolvimento com o governo Bolsonaro, pelo
que se observa até agora, ameaça entrar para a
história da força pelo lado, se não do fiasco, da
lamentável sabujice. Exemplo disso é a adesão
do Exército à “guerra da cloroquina”, tal qual
proposta pelo presidente.A participação na II Guerra foi gloriosa, antes de
tudo, por ter sido travada contra um inimigo
indesculpável. As simpatias dos dois principais
chefes militares do período, os marechais Dutra
e Goes Monteiro, estavam com o nazifascismo,
mas a matreirice do presidente Getúlio Vargas
e, sobretudo, a força conjugada da economia,
da geopolítica e dos ventos da história
empurraram o Brasil para os braços dos aliados.
Os 25 000 homens da Força Expedicionária
enviada à Europa lutaram com bravura e sua
contribuição para a libertação da Itália é
reconhecida nas comunas onde atuaram.Os brasileiros que visitam a Toscana deveriam
incluir no roteiro o antigo cemitério de Pistoia.
Os corpos dos 465 pracinhas ali inicialmente
enterrados foram removidos para o memorial da
Praia do Flamengo, mas seus nomes continuam
inscritos num muro atrás do bonito monumento
projetado pelo arquiteto Olavo Redig de
Campos. Uma pira eterna e a bandeira nacional