Clipping Banco Central (2020-08-02)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Correio Braziliense/Nacional - Economia
domingo, 2 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

Antigo debate, novo normal


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Autor: ROSANA HESSEL

No meio da pandemia de covid-19, um antigo
debate entre fiscalistas e desenvolvimentistas,
tanto no governo quanto no setor privado, voltou
a ganhar corpo, especialmente, sobre o
tamanho do Estado na retomada econômica
após o tsunami provocado pela covid-19. O
primeiro grupo, formado por economistas
ortodoxos, defende políticas de controle de
despesas para garantir a retomada da atividade
e, no caso do Brasil, a manutenção do teto de
gastos -- emenda constitucional aprovada em

2016 que limita o aumento de despesa primária
pela inflação do ano anterior. O segundo grupo,
de economistas heterodoxos que seguem a
cartilha de John Maynard Keynes, aposta no
aumento do investimento público e do
endividamento para reduzir as desigualdades e
estimular o crescimento econômico.

Estudiosos, no entanto, reconhecem que os
conceitos macroeconômicos para o
enfrentamento da crise em discussão contêm
várias mudanças de paradigmas. Um deles é o
fato de que, apesar das divergências entre as
duas correntes, existe uma espécie de
consenso de que o Estado ainda precisará estar
muito presente na economia para corrigir as
fissuras sociais, ampliadas desde a recessão de
2015-2016.

A saída pelo lado desenvolvimentista, aliás, está
sendo adotada pela maioria dos países que
terão forte aumento da dívida pública, a
exemplo da União Europeia, com mais um mega
plano de resgate econômico, de 750 bilhões de
euros, recentemente aprovado. As projeções de
dívida pública dos países europeus indicam uma
explosão e mostram que o mercado, sozinho,
não se regula. O Estado precisará intervir nesse
processo durante a crise e no pós-crise. Para os
neoliberais e fiscalistas, esse é um "momento
de exceção", e o tamanho e a duração desse
socorro com gasto público depende da
capacidade fiscal de cada governo.

Caminho do meio
Otaviano Canuto, ex-vice-presidente do Banco
Mundial e diretor do Center for Macroeconomics
and Development, em Washington, não vê
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