18 ESPECIAL
26 de agosto de 2020
çAs regras por que todos os
desportos, à exceção do futebol
profissional, esperavam desde 30
de julho, finalmente chegaram. A
Direção-Geral da Saúde divulgou
o documento com orientações
em que estratifica as modalida-
des de baixo, médio e alto risco,
autorizando o regresso aos trei-
nos e competição, além de definir
um eventual protocolo de testes.
De fora ficam todos os escalões de
formação, que continuam para-
dos no sinal vermelho e a poder
treinar apenas com distancia-
mento de 3 metros e, no caso do
futebol, apenas com direito à
partilha da bola.
Desta forma, as competições
jovens continuam à espera, com
raras exceções. Só quem já tem
provas internacionais anuncia-
das poderá entrar em ação, como
é o caso de Benfica e FC Porto,
podendo começar a treinar 45
dias antes de participarem na
UEFA Youth League. De resto, as
ordens são para esperar, algo que
está a gerar preocupação às fede-
çUma vez que o documento
não faz distinção entre futebol
profissional e amador, a verdade
é que as equipas da Liga e 2ª Liga
deixam de ter a obrigação de fa-
zer testes à Covid-19 regular-
mente antes de cada encontro.
Ainda assim, segundo apurá-
mos, a Liga Portugal não abdica
de fazer os exames de rastreio e
está a trabalhar no sentido de es-
tabelecer um protocolo para os
clubes do primeiro e do segundo
escalão, também pela ligação
existente com a UEFA.
Naturalmente, esta equação é
mais fácil de resolver com as
equipas da divisão principal, até
porque estas preferem jogar pelo
seguro e garantir que não há
problemas quando for altura de
participar nas competições in-
ternacionais. De forma resumi-
da, basta manter aquilo que está
a ser feito. Mais difícil é a questão
da 2ª Liga, uma vez que existe a
preocupação em relação a algu-
mas equipas deste escalão quan-
to à capacidade financeira para
suportar os testes constantes à
Covid-19.
O documento refere que os
testes serão equacionados pelas
federações e equipas, até me-
diante os recursos disponíveis,
pelo que não são mandatórios.
Certo é que as modalidades de
baixo risco nunca têm de testar,
as de médio só consideram se o
jogo for com uma equipa de zona
com transmissão comunitária
ativa, e as de alto até se a partida
for numa zona sem transmissão
comunitária ativa. *
DGS regulamenta regresso
do futebol e modalidades
seniores, mas coloca travão
nas competições jovens
rações e aos clubes, especial-
mente os que têm jogadores resi-
dentes, como acontece com
Benfica, Sporting e FC Porto, en-
tre vários outros.
A preocupação é a nível des-
portivo – até porque se trata de
ativos que deixam de ser rentabi-
lizados e potenciados –, mas,
acima de tudo, escolar e social.
Há vários contextos que se tor-
Liga mantém testes
NOVAS REGRAS NO DESPORTO
CLUBES ESTÃO PREOCUPADOS
COM OS JOVENS, TANTO A NÍVEL
DESPORTIVO COMO SOCIAL.
ORIENTAÇÕES PODEM MUDAR
DIOGO JESUS E PEDRO GONÇALO PINTO
nam complicados de assegurar e
dúvidas que se acumulam quan-
to ao futuro dos jovens jogadores.
Crença mantém-se
A Associação de Futebol de Avei-
ro até já tinha feito os sorteios
para as provas jovens, mas Ar-
ménio Pinho mantém-se oti-
mista, embora afirme que “ha-
verá consequências muito gran-
des se os escalões jovens não ar-
rancarem”. “Temos esperança
de que a DGS vai abrir condições
para o futebol de formação. Este é
só um ponto de partida e final-
mente apareceu. Estas orienta-
ções deixam a porta aberta para
que se continue a negociar e a
progredir”, disse a Record, antes
de reforçar a confiança: “É bom
os testes não serem obrigatórios,
mas é impensável os jogos serem
à porta fechada. Acredito no bom
senso. É um dia de esperança.” *
O documento com as linhas
orientadoras da DGS está a ge-
rar muitas dúvidas aos clubes e
outras entidades, como a ques-
tão da definição de que zonas es-
tão com transmissão comunitá-
ria ativa, por exemplo. No entan-
to, este é apenas um de vários
pontos que gera confusão, sen-
do que o próprio documento não
foi consensual. É que Record
sabe que Filipe Froes, pneumolo-
gista que esteve envolvido no
processo desde o início, pediu es-
cusa e pediu mesmo para sair do
grupo de trabalho por não con-
cordar com a versão final. Con-
tactado pelo nosso jornal, o con-
sultor da Liga naquilo que foi a
retoma do futebol, não quis fa-
zer comentários.
Froes pediu escusa
do grupo de trabalho