A BOLA
Segunda-feira
7 de setembro de 2020
A Bola ao CENTRO 19
Futebol
jOBRIGADO, CARLOS QUEIROZ. «Naquela fase da minha vida o ‘mister’
Carlos Queiroz foi uma pessoa muito importante. Sempre acreditou em mim, nunca
teve dúvidas desde o primeiro momento em que me lançou. Apoiou-me sempre.
Tenho de lhe agradecer imenso. Consegui desfrutar daquele Campeonato do Mundo
de 2010. Eu estava tão à vontade que me sentia capaz de estar na plenitude das
minhas funções. Quase sem experiência de seleções eu consegui tirar o maior
rendimento de mim», assim recordou Eduardo o Mundial da África do Sul, no qual
Portugal se despediu nos oitavos de final, diante da Espanha (0-1), que se sagraria
vencedora da prova com Iker Casillas na balizajCAMPEÃO EUROPEU! «Esse é o título da minha vida. Quando falo da minha
carreira falo do sentimento de ter sido campeão europeu e da experiência de ter
pertencido àquela equipa. É um sentimento de eu consegui, eu estive presente. É o
culminar de viver uma experiência daquelas. Eu fui campeão europeu. Eu estive
presente. É o ponto máximo», eis a forma como Eduardo recordou o Euro-MIGUEL NUNES/ASFmeus colegas no campo. Sou mui-
to impulsivo, mas agora tenho de
ser mais ponderado. Tenho a felici-
dade de estar a trabalhar com quem
era meu colega há um mês. Enten-
do-os. Sei como são no balneário. Sei
a personalidade deles, o que facili-
ta na nossa relação. O que me cau-
sa mais estranheza é chegarmos ao
treino e dizer-lhes: ‘Agora faz isto,
e faz aquilo... Agora ouve o que eu
digo.’ Isso causa-me estranheza,
pois há pouco tempo era colega de-
les e agora mando-os fazer as coi-
sas. Mas sinto que eles confiam em
mim e no meu trabalho. Quero ti-
rar o melhor rendimento deles, pois
são excelentes pessoas e excelentes
profissionais.
— Que tipo de guarda-redes
gosta mais?
— Gosto de um guarda-redes
com personalidade, que não tenha
medo. Que seja corajoso, trabalha-
dor, que acima de tudo tenha uma
grande ambição de melhorar dia-a-
-dia. Eu ao longo da minha carrei-
ra procurei melhorar todos os dias.
Gosto de atletas que queiram melho-
rar. Não gosto de gente acomodada.
— Está numa equipa técnica li-
dera por Carlos Carvalhal, que foi
o treinador com quem se estreou
a jogar na Liga, no Beira-Mar, com
quem venceu a primeira Taça da
Liga, no Vitória de Setúbal, e com
quem trabalhou também em Bra-
ga e na Turquia. É o treinador da
sua vida?— [Risos] Acima de tudo foi uma
pessoa muito importante na minha
carreira e na minha vida. Mesmo
quando não trabalhou comigo foi
meu amigo. Aconselhei-me mui-
tas vezes com ele. Além de ser um
excelente treinador, é um exce-
lente ser humano. Foi um amigo
que guardei para a vida. Quis ago-
ra o destino que nos voltássemos
a encontrar no meu primeiro ano
de treinador. Comecei com ele e
iniciei a minha vida de treinador
com ele. O destino tem destas coi-
sas. Agora é uma responsabilida-
de acrescida na minha função de
complemento à equipa técnica que
ele lidera.— Faltou-lhe ser campeão cá e
vencer a Taça de Portugal. É isso
que espera ter na palma da mão en-
quanto treinador de guarda-redes?
— Faltou-me ser campeão e ter
ido a uma final da Taça de Portu-
gal. Mesmo. No geral, quando olho
para o que foi a minha carreira, te-
nho um orgulho imenso. Veremos
o que conseguirei conquistar ago-
ra como treinador de guarda-redes
[risos].PEDRO BENAVENTE/ASFNo treino era chato
e quase insuportável,
mas fora do treino
era muito brincalhão
PEDRO BENAVENTE/ASFNão sei se chorei,
mas não é fácil dizer:
acabou! Quando chega
o dia não é fácil
EDUARDO NA SELEÇÃO NACIONAL
ANDRÉ ALVES/ASF