A BOLA
Segunda-feira
7 de setembro de 2020
31
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Taça dos Campeões,
a história do nome mau
Wolverhampton e a arrogância na criação da prova pelo L ́Équipe dÀ
última hora UEFA apoderou-se dela e Santiago Bernabéu foi despedido
N
A História da Champions
que já está nos seus três
primeiros volumes na Loja
d ́A BOLA em http://www.abo-
la.pt está claro a história
que deu origem à Taça dos Cam-
peões (que teve como primeiro jogo
o Sporting-Partizan, no Jamor) — e
o que aqui se vai contar é apenas
parte do que lá se pode encontrar...
O Wolverhampton desafiou o
Honved a partida no Molineux (que
se tornara o primeiro estádio com
holofotes, os gastos com a ilumina-
ção rondaram 10 000 libras – que
hoje equivaleriam a mais de 275 000
libras). Nesse Honved, treinado por
Jeno Kalmar (que haveria de se tor-
nar treinador do FC Porto), jogavam
vários surpreendentes derrotados
do Mundial de 1954 no que se achou
que era o primeiro Dream Team da
história do futebol, a seleção da Hun-
gria: Gyula Lóránt , László Budai ,
József Bozsik , Zoltán Czibor, Ferenc
Puskás e Sándor Kocsis. Semanas
antes, o Wolverhampton batera o
Spartak de Moscovo por 4-0 – e nes-
sa tarde de 13 de dezembro de 1954
espicaçou-se ainda mais a euforia
entre os seus adeptos (e não só) ao
vencerem o Honved por 3-2 (depois
de estarem a perder por 0-2).
Na baliza dos húngaros não apa-
receu uma das suas estrelas: Gyula
Grosics – soube-se, entretanto, que
fora afastado da equipa por «sus-
peita de espionagem e traição ao go-
verno comunista». E, ao largar o
relvado, a caminho do balneário,
Stanley Cullins, o seu manager, ati-
rou, num brado, ao magote de jor-
nalistas em seu redor: There they are,
the champions of the world. Antes da
BBC correr a retransmitir a segun-
da parte do Wolverhampton-Hon-
ved (a da sua «estonteante reviravol-
ta» apenas), a manchete do Daily
Mail sintetizava a exaltação (em cla-
mor) tratando os Wo l v e s assim: So-
mos Campeões do Mundo!
Ao lê-lo, Gabriel Hanot, escre-
veu no L ́Équipe crónica a refutá-lo:
que sim, que os ingleses tinham con-
seguido duas grandes façanhas mas
que não se justificava regozijo ta-
manho: «Será melhor que viajem
até Moscovo ou até Budapeste para
vermos se, de facto, são a melhor
equipa do Mundo, não esquecendo
que, na Europa, há outros clubes re-
conhecidos internacionalmente: o
AC Milan ou o Real Madrid, para só
citar dois» — e, no balanço do remo-
que, Hanot abriu o futuro ao seu re-
mate: «Assim sendo, um Campeo-
nato do Mundo de Clubes, ou pelo
menos um Campeonato Europeu
mais alargado e prestigiante do que
a Taça Mitropa ou a Taça Latina e
mais original do que uma competi-
ção para seleções nacionais deveria
ser lançado».NOME QUE NÃO PEGAVA, PEGOU
Jacques Goddet, o diretor do
L ́Équipe, encantou-se com a hipó-
tese, pensando que, dessa forma,
poderia incrementar as vendas ao
longo no tempo em que o futebol
estivesse parado e as atenções se
centravam quase só no Tour de Fran-
ce – e encarregou Jacques Ferran de
lhe atiçar-lhe o rastilho, esboçar-
-lhe o molde, escrever-lhe o regu-
lamento. Fê-lo e, a 6 de maio de
1955, a UEFA solicitou à FIFA pare-
cer sobre a «competição que o
L ́Équipe tinha em mente» - co-
lhendo garantia de que a FIFA o re-
conheceria se fosse «organizado sob
a sua autoridade e responsabilidade».
Mês e meio depois, Afonso Lacerda,
enviado especial a Paris (por causa
da Taça Latina que lá se disputava)
escreveu: «Decididamente, a Taça
Europa, primeiro nome porque foi
designado o torneio entre clubes eu-
ropeus lançado pelo L ́Équipe, tem
mudado de nome à medida que vai
tomando forma. Depois de Taça Eu-ropa, passou a chamar-se proviso-
riamente Taça da Europa, Taça Seell-
drayers e agora Taça dos Clubes Cam-
peões Europeus, nome que é muito
complicado e que não entrará cer-
tamente no domínio popular. Taça da
Europa seria mais fácil de pronun-
ciar e de escrever. Faltando-lhe o
acordo da União Europeia seis dos
oito membros deste organismo re-
solveram, pura e simplesmente, au-
torizar o torneio, mas organizado
pela própria UEFA. Para variar qual-
quer coisa, arranjaram esse nome
pomposo de Taça dos Clubes Cam-
peões Europeus que não significa
nada, pois, nem todas as equipas se-
rão os campeões dos seus países,
porque no primeiro ano vão aprovei-
tar tudo o que estava feito pelo an-
tigo Comité Organizador e conse-
quentemente fazer disputar o torneio
com os clubes já convidados.» Do
Comité Organizador «despedido
pela UEFA», foram afastados San-
tiago Bernabéu e Ernest Bédrignants
— e, por entre jogo do Belenenses
com o Real para a Taça Latina, Al-
berto Valente apanhou de Bédrig-
nants o descontentamento e a lamú-
ria: «Não está certo que nós
estudássemos esta organização para
agora os dirigentes da UEFA: virem,
sem mais nem menos, tomar con-
ta de tudo e pôr em marcha uma
coisa que já estava a andar.»
A FA impediu o Chelsea de a dis-
putar (como queria) essa edição de
1955/56 – e a primeira final da Taça
dos Campeões Europeus foi em Pa-
ris, quem a ganhou (ao Stade de
Reims) foi o Real de Bernabéu.Por
ANTÓNIO SIMÕESCONTA-ME COMO FOI
Hoje
Nota — Os programas anunciados, bem como os horários relativos
à transmissão, são da responsabilidade dos respetivos operadores
de televisão, aqui identificados por nome de canalLA BOLA TV
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17.00 – Flashnews
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18.00 – Flashnews
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dins Históricos: Jardins do Palácio Nacional de Que-
luz; 17.30 — Portugal em Direto; 19.08 — O Pre-
ço Certo; 19.59 — Telejornal; 21.00 — Mesa
Portuguesa... Com Estrelas com Certeza!; 21.30
— Joker; 22.34 — 3 Mulheres; 23.33 — Depois,
Vai-se a Ver e Nada: Luís de Matos; 00.52 — Cri-
mes Graves; 01.40 — Longmire; 02.48 — Fron-
teiras XXI; 03.58 — Televendas; 05.59 — Man-
chetes 3
RTP2 L 07.00 — A Fé dos Homens (As di-
versas confissões religiosas existentes em Portu-
gal); 07.32 — Espaço Zig Zag; 14.01 — Folha de
Sala; 14.08 — Camarões: Um País a Caminho da Es-
cola; 15.02 — Caminhos; 15.30 — E2, Escola Su-
perior de Comunicação Social; 15.56 — Atlelier
d’Arquitetura; 16.23 — Cultura Antiga (As culturas
e os lugares do sudoeste asiático); 17.00 — Es-
paço Zig Zag; 20.56 — Rapazes do Nada; 21.24
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2; 22.04 — Folha de Sala; 22.13 — Os Durrell;
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realizador austríaco Michael Haneke, com Daniel
Autueil, Juliette Binoche e Maurice Bénichon);
00.57 — Nada Será Como Dante; 01.27 — Visita
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ca, 2.ª Edição
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Bom; 19.30 — O Noivo é que Sabe (Diário); 20.00
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O Noivo é que Sabe (Diário); 02.25 — Filme: «Pul-
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nal da Uma; 14.55 — Destinos Cruzados; 16.15 —
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Nota — Os programas anunciados, bem como os horários relativos
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de televisão, aqui identificados por nome de canalL20.00 – A Bola das 8HELENA VALENTE/ASFD.R.Stade de Reims e Real na primeira final da Taça dos Campeões (que arrancou no Jamor)