O Jogo - 20200909

(PepeLegal) #1
parar com a frieza e a classe ha-
bituais.

74’


João Félix encontra
o mesmo buraco. O
remate sai forte mas, mais uma
vez, na direção de Olsen.

85’


Começam a surgir
as oportunidades
para contra-atacar e a Seleção
vê-se com três homens contra
dois. Diogo Jota aposta (mal)
no remate, Bruno Fernandes
ganha a recarga e João Félix,

ao segundo poste, perde o des-
vio por pouco.

87’


Outro bom remate
frontal de meia dis-
tância, agora por João Félix.
Olsen desvia para canto.

90’


Svanberg conse-
gue, finalmente,
uma finalização para a Suécia,
no centro da pequena área, em
resposta a um passe da direita.
Chuta rasteiro muito ao lado da
baliza.

UMA LENDA


QUE SE CONTA


EM NÚMEROS


Cristiano Ronaldo fez os golos
100 e 101 da carreira pela Sele-
ção Nacional. O primeiro num
livre de exatidão geométrica,
o segundo num pontapé de
meia distância que, sendo ele
o autor, têm a mesma probabi-
lidade de um penálti. Em ne-
nhum desses momentos pre-
cisou da colaboração da equi-
pa, no sentido de que não fo-
ram assistências, nem jogadas
trabalhadas, mas antes de
marcar já Bruno Fernandes e
Cancelo lhe tinham posto go-
los nos pés, apenas para que o
guarda-redes Robin Olsen pu-
desse adiar a marca histórica.
O Suécia-Portugal pede ana-
listas calmos. Nunca seria
equiparável ao jogo com a
Croácia, para quem esperava
um concerto de violinos, por-
que nem os adversários eram
iguais, nem os suecos usaram
segundas linhas, nem o está-
dio era português. O primeiro
sinal de inteligência foi a tran-
quilidade com que a Seleção
resistiu ao embate físico dos
minutos de arranque, afinan-
do depois a resposta aos cru-
zamentos mais do que expec-
táveis, ao ponto de, nas mi-

nhas contas, os nórdicos só
terem ganho uma bola de ca-
beça na área portuguesa, e
logo no início do jogo. Depois,
com maturidade, Portugal
foi-se entranhando no meio-
campo sueco até que, nos
quinze minutos finais da pri-
meira parte, se apanhou a
mandar na bola, quase em
consenso com o adversário.
Foi desse volume conquistado
com naturalidade que saiu o
livre direto para o golo redon-
do de Ronaldo.
Para que o capitão jogasse,
saiu do onze, sem surpresa,
Diogo Jota. João Félix encaixa
muito melhor com Bruno Fer-
nandes e Bernardo Silva, ao
ponto de se confundir com
eles. Partilham a precisão dos
movimentos, passe e receção,
que ajuda a desorientar os ad-
versários. Uma das boas exe-
cuções da Seleção, em Solna,
foram as permanentes trocas
de posição sem levar a nenhu-
ma desorganização preocu-
pante na equipa, muito à custa
de Danilo, primeiro, e dos dois
defesas-centrais, para além da
contenção dos laterais, bas-
tante menos audazes do que
tinham sido com a Croácia.
Era um jogo para cabedais, de
algum choque físico (sem exa-
geros) e de uma área sueca que
se tornou intransitável depois
da expulsão do médio Svens-
son, pela falta que originou o
golo inicial. Mas esta equipa,
ao contrário de outras gera-
ções, não está desarmada nos
duelos escandinavos. Quem
não tinha estampa, tinha pés
para contornar a dos suecos e
se isso não teve efeitos notó-
rios na baliza de Olsen, o facto
de a Suécia, jogando em casa,

não ter conseguido uma opor-
tunidade sequer, deve ser cre-
ditado, antes dos outros, aos
bons condutores de bola da
seleção portuguesa.
Um deles (Bernardo Silva)
perdeu-se, por lesão, bastante
cedo, mas Gonçalo Guedes
encaixou bem no quarteto de
cordas, com Félix, Fernandes
e Moutinho. Já o percalço da
expulsão sueca, o seleciona-
dor Andersson resolveu com a
deslocação dos alas Kulu-
sevski e Forsberg para o meio-
campo interior e um recuo
total, sem plano imediato para
um golo que não fosse um
eventual contra-ataque ou as
fatídicas bolas paradas. Numa
primeira etapa, também aí
Portugal cumpriu, porque só
uma vez os suecos puderam
disparar para o ataque, por
Forsberg, um jogador que os
portistas e benfiquistas co-
nhecem bem (com queixas),
do Leipzig. Na segunda etapa,
isto é, quando o jogo se aproxi-
mou do fim e a Suécia precisou
de se mexer, o campo virou.
Ronaldo já marcara o segundo,
de meia distância, aproveitan-
do a linha média esticada do
adversário em desvantagem,
com aqueles centímetros de
competência extra que ha-
viam faltado, antes, a Félix,
Bruno Fernandes ou Mouti-
nho. Cristiano só há um.
É o pecado que pode apontar
à Seleção, ontem, a menos que
entendamos como obrigató-
rio que Portugal entre a man-
dar e a encurralar uma seleção
como a Suécia para a sua bali-
za, mesmo jogando fora. As
diferenças deviam ter ficado
vincadas por mais golos. A
equipa de Santos foi melhor

bbb
Textos JOSÉ MANUEL RIBEIRO

Os recordes têm paixão por
Ronaldo e ele nunca lhes
falha. A noite em que se
tornou no segundo jogador
da história a atingir os 100
golos ofusca um jogo bem
interessante da equipa que
já não lhe serve só de plateia

PROTAGONISTAS Ronaldo roubou o palco com mais um


episódio incontornável para a sua saga, mas a Seleção


não foi apenas figurante. É uma equipa em estado adulto


LIGA DAS NAÇÕES


1.ª JORNADA
PORTUGAL-Croácia 4-
Suécia-França 0-
2.ª JORNADA
Suécia-PORTUGAL 0-
(Ronaldo 45’ e 72’)
França-Croácia 4-
(Griezmann 44’, Livakovic 45’+2’
p.b., Upamecano 66’,
Giroud 78’ g.p.)
(Lovren 18’, Brekalo 56’)
CLASSIFICAÇÃO
J V E D M S P
1º Portugal 2 2 0 0 6 1 6
2º França 2 2 0 0 5 2 6
3º Suécia 2 0 0 2 0 3 0
4º Croácia 2 0 0 2 3 8 0
3.ª JORNADA
11/10/2020 (19h45) RTP 1
França-PORTUGAL
4.ª JORNADA
14 /10/2020 (19h45) RTP 1
PORTUGAL-Suécia

Grupo 3


SUÉCIA
PORTUGAL

SUÉCIA
Treinador: Jan Anderson
Substituições: Isak por 22 Quaison AV
(nota 4), 71’; Forsberg por 17 Svanberg
AV (nota 5), 79’; Kulusevski por 8 Ekdal
MO (nota -), 90’;
Suplentes não utilizados: 12 Johnsson
GR, 23 Nordfeldt GR, 2 Lustig LD, 4
Holmén DC, 5 Bengtsson LE, 7 Larsson
AD, 21 Sema AE, 11 Guidetti AV, 19
Andersson AV

PORTUGAL
Treinador: Fernando Santos
Substituições: Bernardo Silva por 17
Gonçalo Guedes AD (nota 6), 22’; João
Moutinho por 18 Rúben Neves MD (nota
6), 73’; Cristiano Ronaldo por 15 Diogo
Jota AD (nota 5), 81’;
Suplentes não utilizados: 1 Rui Patrício
GR, 22 Rui Silva GR, 2 Nélson Semedo LD,
6 José Fonte DC, 16 Domingos Duarte DC,
19 Mário Rui LE, 21 Sérgio Oliveira MD, 14
Trincão AD, 9 André Silva AV

Estádio Friends Arena (Solna)
Árbitro: Danny Makkelie (Países Baixos)
Assistentes: Mario Diks, Hessel Steegstra
4º árbitro: Jochem Kamphuis

Cartões amarelos: Svensson (15’ e 44’),
Raphael Guerreiro (56’), João Félix (86’)
Vermelhos: Svensson (44’)

0 2


0 PONTOS O JOGO DE 0 A 10.

Golos
0-1 Cristiano Ronaldo 45’
0-2 Cristiano Ronaldo 72’

bbb
Textos MÓNICA SANTOS

Enviada
especial em
Solna (Suécia)

em igualdade – as três reais
oportunidades desse período
são portuguesas – e superlati-
va quando passou a ter um
homem a mais. Nunca deixou
de ser uma Seleção madura,
sem individualismos, nem
riscos tontos, e muito acertada
no passe. Um grande parceiro
de dança para Ronaldo que
merece ter a sua própria histó-
ria, nos intervalos da chuva de
recordes que o capitão não
sabe fazer parar.
Como houve uma expulsão,
e só por isso, acrescento uma
referência à arbitragem que,
de outra maneira, não se justi-
ficaria. Svensson é amarelado
duas vezes pela mesma razão:
entrada tardia a Bruno Fer-
nandes e depois ao tornozelo
de Moutinho. Nada a fazer.

Jonathan Nackstrand / AFP

20-João
Cancelo

5-Raphael^6
Guerreiro

5


7-Cristiano
Ronaldo

(^8) 10-Bernardo
Silva
4
12-Anthony
Lopes
5
4-Rúben^7
Dias
Bruno^7
Fernandes
João^5
Moutinho
3-Pepe^5
13-Danilo^7
23-João^7
Félix
6-Augustinsson^5
10-Forsberg^6
16-Krafth^5
15-Kulusevski^5
1-Robin Olsen^6
3-Helander^5
20-Olsson^5
6
14-Isak
18-Jansson^6
13-Svensson^3
4
9-Berg
Quarta-feira, 9 setembro 2020
http://www.ojogo.pt
t twitter.com/ojogo^3

Free download pdf