são D (par n. 2); um homem B casa·se com uma mulher A (par n. 1),
os filhos são C (par n. 2).
Mas existe uma segunda possibllidade, que satisfaz simultaneamente
as exigências da exogamia de classes e a da divisão, formulada ou não-
formulada, em metades. Esta possibilidade pode exprimlr·se pela fórmu·
la: se um homem A casa·se com uma mulher B, um homem B casa·se
com uma mulher C. Neste caso o vinculo entre as classes exprime-se,
ao mesmo tempo, pelo casamento e pela descendência. Propomos chamar
os sistemas que realizam esta fórmula sistemas de troca generalizada,
Indicando assim que estes sistemas podem estabelecer relações de reei·
procldade entre um número qualquer de parceiros. Contudo, estas re-
lações são relações orientadas: se um homem B depende, para casar·se,
da classe C colocada depois da sua, uma mulher B depende de uma
classe A colocada antes.
Um sistema desta espécie pode ser ilustrado pela Figura 24, onde
as flechas representam casais com sentido único (indo do homem para
a mulher), ao passo que o mesmo sistema gira de maneira simétrica,
mas inversa, quando nos colocamos do ponto de vista do outro cônjuge
(Figura 25).
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Figura 24
Figura 25
Examinemos este sistema do ponto de vista dos casais, dos pares
e dos ciclos. Admite primeiramente quatro tipos de casamento possive!s:
A com B, B com C, C com D e D com A (ou, colocando·se do ponto de
vista da mulher, B com A, C com B, D com C e A com D, o que vêm
a dar no mesmo). Temos, portanto, de acordo com com a terminologia
de Radcliffe-Brown, quatro casais, mas estes casais não têm o mesmO
caráter que no sistema de troca restrita. Nestes sistemas a noção de ca·
sal implica uma dupla relação matrimonial. Assim, para o casal AB,
a de um homem A com uma mulher B, e a de um homem B com uma
mulher A. AO contrário, em um sistema de troca generalizada os ca·
sais são unívocos em lugar de: serem recíprocos, isto é, unem somente
os homens de uma das secções com as mulheres da outra secção. Con·
forme vimos, é este caráter de reciprocidade dos casais que permite
reduzi·los a dois em um sistema Kariera. A este respeito a diferença
é que, num sistema do tipo que estamos descrevendo, temos quatro
casais unívocos ou orientados.
Consideremos agora os pares. Qualquer que seja a relação que una
a secção do pai à secção dos filhos, os pares continuam os mesmos.
A mesma observação pode ser feita a respeito dos ciclos, isto é, areia·
ção entre a secção da mãe e a dos filhos não têm influência sobre a
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