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tio da noiva, participam do cerimonial do casamento. Rivers desprezou
completamente estas divergências;
2") Entre as diversas modalidades do casamento dos primos cruzados
é o casamento matrilateral (correspondendo portanto à troca generali·
zada) de longe a mais freqüente;
3") Quando se analisa a descrição feita por Rivers, de sessenta e
sete grupos nos quais o tio materno intervém no casamento, verifica·se
que, pelo menos em trinta e dois grupos, o tio de que se trata é
o irmão da mãe da noiva. Um grande número de casos são incertos,
mas, fundando·nos nessa proporção, já considerável, podemos deduzir
que a intervenção do tio materno da noiva é, de muito, a mais freqüente.
A lndia corrobora portanto a surpreendente correlação, aliás já estabele·
cida, entre a troca generalizada e o papel de "parte receptora" desem·
penhado pela linhagem matrllinear da noiva.
Ora, este papel de "parte receptora" dos maternos, que tanto imo
pressionou Hocart, tem uma expressão muito mais precisa e sistemática
nas duas formas de casamento do tio com a filha da irmã, e do filho
do irmão com a filha da irmã (casamento com a filha da irmã do pai).
Devemos voltar·nos para estas formas desenvolvidas de um fenômeno
muito geral a fim de procurar chegar a uma interpretação das aparentes
anomalias da troca generalizada. O privilégio avuncular acaba de ser ana·
lisado. Examinaremos agora o casamento com a prima cruzada patrilateral.
- Rivers, Martiage 01 eoustns in India, op. cit., Apêndice.
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