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i
X2 x1
~J i
a c
X3
A
.~
A=O
d b
Figura 4
ocasião a e seus irmãos dão peixe a xl. e c, e as mulheres dos irmãos
de seu marido, dão-lhe pães_ Em troca, a recebe pães e c recebe peixe_
Ao mesmo tempo, d dá peixe a x3 e b dá-lhe pães, e recebem o presente
complementar _ Em outra ocasião, a dá a x2 peixe e c dá-lhe pães, e cada
um recebe o presente complementar em retribuição; simultaneamente, d
dá peixe a xl e b dá-lhe pães_ Assim, "em uma troca, o chefe recebe
peixe de seus consangüineos masculinos e pães de suas afins femininas-
Em outra recebe peixe de seus afins masculinos e pães de suas paren-
tas_ Nos dois casos guarda uma parte dos presentes e oferece a cada
pessoa o presente complementar da que ele próprio recebeu"_"" As trocas
econômicas oferecem assim uma glosa ideal das transações matrimoniais.
Analisando uma relação de parentesco especial, sobre a qual volta-
remos a falar, em vigor entre certos grupos da Nova Guiné, Seligman
observa: "O povo de Beipaa engorda porcos e cria cachorros, mas estes
porcos e estes cachorros não são para eles, e sim destinados à aldeia de
Amoamo que é sua utuapie, e em troca os porcos e os cachorros de
Amoamo vão para Beipaa. .. O mesmo sistema funciona no que se refere
aos casamentos. Segundo a regra admitida, uma jovem de uma aldeia
não deve casar-se com homens que não entram no grupo dos ufuapie". 30
Não somente, conforme se vê por esses exemplos, que seria fácil multi-
plicar quase ao infinito, o sistema das obrigações inclui o casamento, mas
é a continuação dele. No Alasca, a rivalidade dos potlatch desenvolve-se
essencialmente entre o sogro e o genro, e nas ilhas Andaman o genro
é obrigado, muito depois do casamento, a homenagear especialmente seus
sogros com presentes. Na Nova Caledônia o nome da irmã perpetua a
lembrança dessas trocas, ao mesma tempo que sua situação de mulher
exógama garante-lhe a continuidade. É chamada puneara, "causa de ali-
menta". e a expressão indica que todo irmão encontra seu prato feito
no país onde sua irmã é casada. 3'
Finalmente, ° sistema das obrigações conduz ao casamento.
No momento da puberdade os rapazes Konyak Nagas começam a
procurar moças do clã complementar do seu e trocam pequenos pre-
sentes cujo valor e natureza são estritamente fixados pelo costume. ES-
tes presentes têm tal importância que a primeira questão que o rapaz
faz a uma moça cujos favores procura obter é a seguinte: "Queres acei-
tar meus presentes?" A resposta é ora "aceitarei" ou "recebi presen-
tes de outro, não quero trocar contigo". O próprio texto destes preli-
minares é fixado pela tradição. Esta troca de presentes inaugura uma
- H. Ian Hogben, Tribal Ceremonies at Ongtong Java (Solomon IslandsL Journal
01 the Royal Anthropological Institute, voI. 61, 1931, p. 47. - C. G. Seligman, The Melanesians 01 British New Guinea, Londres 1910, p. 364.
- M. Leenhardt, Notes d'ethnologie néO·calédonienne. Travaux et mémoires de l' Institut
d'Ethnologie, vaI. 8, Paris 1930, p. 65.
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