meio, ainda morava conosco. Fazia medicina em Campo Grande. O plano era
terminar a residência em cirurgia geral e depois escolher alguma
especialização, provavelmente endoscopia e colonoscopia intervencionista.
Isso não tem em Campo Grande, então em algum momento ele também terá
de se mudar para o Rio ou São Paulo.
Assim, eu tinha uma casa em Brasília, uma casa em Campo Grande, uma
casa em São Paulo e uma casa no Rio. Administrar quatro casas é
enlouquecedor, então eu e Terezinha estávamos muito inclinados a morar no
Rio de Janeiro. Chegamos a cogitar ir para São Paulo, mas isso dependia de
como me recolocaria no mercado de trabalho.
Quando o Bolsonaro me chamou para o governo eu estava no Rio, já tinha
oferta de trabalho e estava procurando um apartamento para morar. Mas um
convite para ser ministro não é pouca coisa, acabei aceitando. E isso mudou a
vida da Terezinha também. Lembro que falei para ela: “Ministro é diferente
de deputado. É de segunda a sexta no ministério, às vezes sábado e domingo
também. Terei de fazer muitas viagens para visitar os outros estados. Ou você
vai pra Brasília ou só vou te ver quando terminar meu período no governo”.
Foi difícil para ela, que tinha toda a vida organizada em Campo Grande.
Não era uma decisão simples, mas ela aceitou me acompanhar.
Terezinha pediu demissão do trabalho no Hospital São Julião, onde era
contratada com carteira assinada, e isso foi muito duro para ela. Além do São
Julião, ela era concursada do município de Campo Grande, servidora pública
vinte horas semanais no período da manhã. Como eu era ministro, a
prefeitura a cedeu para a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, que a
enviou para o HRan, sigla do Hospital Regional da Asa Norte, que estava
começando o projeto de cirurgia bariátrica para diabéticos.
Uma equipe especializada em diabetes estava sendo formada e ela foi
chamada a fazer parte. Havia um cirurgião, um clínico, mas precisavam de
antfer
(Antfer)
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