aeroporto quando pedi ao motorista que desse meia-volta para retornar ao
Congresso
Cheguei à Câmara e fui direto ao plenário da CCJ, a Comissão de
Constituição e Justiça, que analisa a constitucionalidade de tudo o que é
votado naquela Casa. Estava superlotado. A imprensa, que havia sido
proibida de acompanhar a sessão, estava aglomerada ao lado da porta de
vidro e, como não poderia haver filmagens, os jornalistas se acotovelavam
para conseguir as melhores imagens. E, fiquei pasmo, estava lá também o
senador Nelson Trad. Meu temor não se mostrou injustificado, dois dias
depois ele testou positivo para o novo coronavírus. Foi o primeiro senador a
contrair a doença.
Sentei-me à mesa com Rodrigo Maia, David Alcolumbre, Paulo Guedes, o
presidente do Banco Central, Roberto Campos Netto, o ministro Luiz
Eduardo Ramos, chefe da Secretaria de Governo, e o ministro-chefe da
Secretaria-Geral da Presidência da República, Jorge Antonio de Oliveira
Francisco.
A reunião começou com a fala de Rodrigo Maia, depois veio a de David
Alcolumbre, e então deram a palavra ao Roberto Campos Netto, que expôs,
sob a ótica do Banco Central, as preocupações que tinha. Na equipe
econômica do governo, só Roberto Campos conversava comigo sobre os
impactos do novo coronavírus na economia. Paulo Guedes demonstrava
profundo desinteresse sobre o assunto. Naquela reunião, foi a primeira vez
que ele me ouviu explicar o que era o vírus. Até então, ele vinha se pautando
nas informações do Ministério da Economia e ignorando as do Ministério da
Saúde, que era quem tinha os dados sobre uma pandemia que iria impactar
fortemente a vida econômica do país.
Quando me deram a palavra, expliquei o que era o vírus, os problemas que
o nosso sistema de saúde enfrentaria e as dificuldades de compra de
antfer
(Antfer)
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