TCU recomenda a BC relatório anual sobre reservas internacionais
Banco Central do Brasil
O Globo/Nacional - Economia
quinta-feira, 22 de outubro de 2020
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Autor: GERALDA DOCA
O Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou ao
Banco Central (BC) avaliar periodicamente, uma vez
por ano pelo menos, o custo de manutenção das
reservas internacionais, que somam US$ 357 bilhões.
Esses recursos funcionam como uma espécie de
proteção do país em momentos de choque externo,
como crises cambiais e fuga de capitais, mas têm
efeitos na dívida pública.
A decisão tem como base um relatório da área técnica
do TCU sobre a acumulação de reservas internacionais
no período 2006-2019. 0 trabalho constatou que o peso
das operações com reservas internacionais na dívida
pública pulou de 5,7% em 2007 para 11,5% em 2018 e
vem se mantendo nesse patamar, considerado elevado.
CONFIANÇA AO MERCADO
No voto, o relator do processo, ministro Bruno Dantas,
acolheu a recomendação da área técnica. Mas destacou
que mensurar o custo do benefício da manutenção das
reservas internacionais é um debate "difícil" e
considerou "intangível" medir de forma objetiva o efeito
desse colchão em momentos crise. Ele explicou que o
custo de carregamento das reservas é determinado,
basicamente, pelo diferencial de taxa de juros que o
país deixa de auferir ao aplicar as reservas em títulos e
moedas estrangeiras em detrimento de títulos do
Tesouro Nacional.
"Por outro lado, dentre os objetivos estratégicos de
longo prazo de se deter reservas internacionais, está a
confiança transmitida ao mercado de que o país será
capaz de honrar seus compromissos externos e dar
suporte à execução das políticas monetária e cambial,
provendo estabilidade, por exemplo, ao comércio
exterior e ao mercado financeiro", diz o ministro no voto.
No entanto, com o crescimento da dívida pública, que
beira 100% do Produto Interno Bruto (PIB), o TCU
entende que avaliar o papel das reservas internacionais
é ainda mais relevante. O objetivo é melhorar a gestão
desses recursos, que devem ficar em patamares
considerados "adequados", embora não haja consenso
sobre esta questão específica, disse o relator.
O BC tem prazo de 180 dias para comunicar o TCU
sobre as providências tomadas. A recomendação
também vale para o Tesouro Nacional, que deve
realizar estudos que permitam quantificar os efeitos das
reservas sobre o estoque da dívida e o custo de
emissão de títulos, entre 2006 e 2019.
O BC sempre destaca que as reservas internacionais
atuam como uma espécie de seguro contra choques
externos e que seu custo de carregamento vem caindo
nos últimos anos em função da menor diferença entre
as taxas de juros doméstica e externa. Entre 2008 e
2018, o resultado foi positivo em R$ 70 bilhões,
considerando a desvalorização da moeda e a redução
no custo de carregamento.
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