Meus olhos são a véspera do sono,
agora que contigo estão à sós.
Um estado de sossego e abandono
que, suave, em mim desenha a tua voz.
E seja esse silêncio o que já for,
à sombra da beleza de uma história
é sempre uma vertigem, um calor
nas cores esquecidas da memória.
E a tarde que avermelha o que não sonho
- vermelho anoitecendo ao meu redor –
traz nela a outra tarde em que me ponho
vermelho, anoitecendo de suor ...
Assim, ainda véspera do ardor,
meu corpo quer que um novo corpo aflore ...
Em mim, só há o teu menino-amor.
Em ti, não há ninguém que mais te adore.
“Tempo Desejo
distancia-se do que
costumamos ler de
poesia nesses tempos
niilistas.Umlivroonde,à
flor da pele, a
sensualidade rasga cor-
pos e se inscreve em
versos lúdicos,como nos
bonsjogosdeamor.”
TanussiCardoso
VÉSPERA