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- EXAME. NOVEMBRO 2020
PME LÍDER 2020
Os pilares da recuperação
A capacidade de execução será essencial para regenerar a economia nos próximos anos
Ideias e planos há mui-
tos. Mas o problema
está, muitas vezes, na
sua execução. E, nos próxi-
mos tempos, Portugal terá
de ser rápido a agir e a con-
cretizar as ideias para con-
seguir recuperar do maior
colapso económico das últi-
mas décadas. O histórico do
País em passar as prioridades
económicas do papel ao ter-
reno não é famoso, segundo
os participantes no webinar
“Preparar e Acelerar a Recu-
peração da Economia Naci-
onal”, organizado pela EXA-
ME, no âmbito da parceria
com o Novo Banco dedicado
às PME Líder. Mas a forma
como iremos sair desta crise
dependerá da melhoria des-
se ponto fraco. Já a criativi-
dade do tecido empresarial
nacional, provada vezes sem
conta em contextos de difi-
culdades, poderá ser uma
vantagem competitiva.
“Somos péssimos a exe-
cutar. O nosso modelo de
execução tem muitas debili-
dades, e isso tem de ser con-
tornado”, considerou Antó-
nio Ramalho. O presidente do
Novo Banco refere que “boas
ideias toda a gente tem, na
execução é que se falha mui-
to”, e salienta que “esta crise
vai obrigar a uma execução
muito rápida”. Também Luís
Miguel Ribeiro, presidente da
AEP, sublinhou a necessidade
de se agir de forma imediata
para se resolverem os proble-
mas de curto prazo com que
as empresas deparam. “O óti-
mo é inimigo do bom” e “não
são precisos discursos, mas,
sim, ação”, disse. E quando
se fala dos planos para 2021,
há empresas que precisam de
ajuda agora para lá consegui-
rem chegar.
O responsável da asso-
ciação empresarial salienta
a necessidade de execução
dos fundos europeus e de se
garantir liquidez para apoi-
ar as empresas na tarefa de
digitalização e de adaptação
dos seus modelos de negócio
à nova realidade. E avisa que
a ideia de que vem aí muito
dinheiro pode não corres-
ponder à realidade. “Só se
terá acesso a esse dinheiro
se houver capacidade de exe-
cução e, para isso, é preciso
existir uma desburocratiza-
ção e simplificação de for-
ma a aproveitar-se esse re-
curso.” Relembra ainda que
a execução do Portugal 2020
não chegou a 50% e que não
se deve “vender a ilusão de
que, para o ano, é que vai ser.
Texto Rui Barroso