- EXAME. NOVEMBRO 2020
Alves Ribeiro e do Banco Invest, que taco
a taco tem consolidado a sua fortuna que já
se aproxima dos €1,2 mil milhões.
O empresário da área tecnológica, José
Neves, é a grande entrada para o Top 5 dos
mais ricos. O empresário, que o ano passado
estava em 17ª posição, ascende ao quinto lu-
gar, com a histórica valorização das ações da
Farfetch, que cotavam a mais de 27 dólares
à data da avaliação. A sua participação de
15% confere-lhe, pois, uma generosa parcela
de €1 165 milhões. Uma vez que a empresa
que fundou está ligada ao comércio online,
o qual disparou com a pandemia, este po-
derá muito bem ser um dos empresários a
manter-se no topo na lista do próximo ano.
Os filhos de Belmiro de Azevedo, Nuno,
Paulo e Cláudia, caíram para sétima posi-
ção, com uma fatia de pouco mais de mil
milhões de euros, ficando a seguir ao em-
presário António Silva Rodrigues que soma
€1 160 milhões e ocupa a sexta posição. A
oitava é ocupada pelo empresário de Vi-
seu, Fernando Campos Nunes, que regis-
tou uma valorização considerável do seu
património, atingindo os €803 milhões.
Dionísio Pestana e os primos de Alexan-
dre Soares dos Santos, Fernando e Maria
Isabel, na casa dos €500 milhões, ocupam
as posições seguintes nesta lista.
NOVAS ENTRADAS NO RANKING
À semelhança de anos anteriores, a edição
de 2020 registou a entrada de novos nomes
que não tinham, até então, chegado a figu-
rar no ranking. António Ferreira de Amo-
rim, irmão de Américo Amorim, e família
que detém atualmente 35% da Corticeira
Amorim, depois da reorganização de algu-
mas participações, tem uma fatia de perto
de €500 milhões.
A família Jervell, dona do grupo Nors,
anteriormente designado de Auto Sueco,
e de parte do Grupo Ascendum (ex-Au-
to Sueco Coimbra), é também uma nova
entrada. Liderada por Tomás Jervell, que
assumiu a gestão em 2006, a companhia
portuguesa tem crescido a um ritmo alu-
cinante, nos últimos anos. Presente em 17
países, distribuídos por quatro continen-
tes, o grupo regista um volume de negó-
cios de superior a €1,6 mil milhões. Este
império confere à família uma parcela de
cerca de €361 milhões, dando-lhe a vigé-
sima segunda posição. E
A METODOLOGIA
APLICADA
N A S AVA L I AÇÕ E S
O objetivo deste
estudo da EXAME é,
ano após ano, fazer
um levantamento
exaustivo dos maio-
res patrimónios na-
cionais, através do
valor das socieda-
des detidas, cotadas
e não cotadas. Em
vários casos, como
não foi possível
aferir as participa-
ções específicas de
cada membro, foi
avaliada a posição
da família como um
todo.
Este trabalho reflete
apenas o produto
de uma pesquisa
jornalística que re-
sulta da consulta de
informação dispo-
nível em centenas
relatórios e contas
de empresas, de
textos publicados
em entrevistas e
outro tipo de artigos,
bem como da
consulta de fontes
próximas das com-
panhias, nos casos
em que a informa-
ção era praticamen-
te inexistente. Os
dados recolhidos
resultam, pois, na
sua maioria, de
informação pública,
e a sua veracidade
depende muito
da transparência
desses dados.
A EXAME elaborou,
nos últimos anos,
um método de
análise, recorrendo
para isso à ajuda de
diversos especia-
listas em avaliação
de empresas.
Assim, no caso das
empresas cotadas
foram tidas em
conta as cotações
das sociedades a 7
de outubro de 2020,
o mesmo aconte-
cendo nas holdings
de empresas
cotadas. Nestas
últimas, utilizou-se
o valor do mercado
da casa-mãe, pois
as empresas por ela
detidas não podem
ser livremente
negociadas.
Nas holdings não
cotadas, foi aplicada
a avaliação da
soma das partes, e
nas sociedades do
grupo foi aplicado,
individualmente ou
consolidado, o mé-
todo dos múltiplos
EV/EBIDTA, ou seja:
aplica-se o valor
dos resultados ope-
racionais vezes o
múltiplo, excluindo-
-se a dívida líquida.
Nas sociedades
imobiliárias, o cami-
nho utilizado para a
avaliação foi o dos
capitais próprios. As
empresas da banca
não cotadas foram
calculadas através
da utilização do PER
do setor aplicado
sobre os lucros.
Para as cotadas, foi
usado o valor bol-
sista das mesmas.
A avaliação pelos
múltiplos dos EBID-
TA é, atualmente,
a fórmula mais
utilizada no mundo
e reflete de uma
forma mais realista
o valor da empresa.
Não foi possível
avaliar a liquidez
existente em
contas bancárias
dos protagonistas,
dentro ou fora do
País, bem como
as suas dívidas
pessoais e outros
créditos associados.
Foram, no entanto,
excluídos do estudo
os casos em que
as dificuldades
financeiras são do
domínio público.