Exame - Portugal - Edição 439 (2020-11)

(Antfer) #1
LUCÍLIA MONTEIRO

NOVEMBRO 2020. EXAME. 17

FERNANDA, PAULA,
MARTA E LUÍSA AMORIM

Galp Energia, Corticeira Amorim,
Banco-Luso Brasileiro, Tom Ford,
Comporta Imobiliário

€3 017

MILHÕES


Com o falecimento do empresário
Américo Amorim, em 2017, a parcela
do património empresarial que lhe
era atribuída transitou para a esposa,
Maria Fernanda, e para as três filhas:
Paula, Marta e Luísa. São agora
quatro as mulheres que controlam
o maior império nacional, valor que
já se mantém estável na primeira
posição há vários anos.
O empresário de Mozelos, Santa
Maria da Feira, nascido em 1934,
conhecido internacionalmente como
o “Rei da Cortiça”, construiu o seu
legado a partir de um negócio fami-
liar fundado pelo avô, António Alves
de Amorim, em 1870, destinado ao
fabrico manual de rolhas de cortiça.
Aos poucos, o pequeno negócio
cresceu, tornando-se uma multi-
nacional com cerca de 30 unidades
industriais. A Corticeira Amorim,
atualmente cotada em bolsa e com
uma capitalização bolsista próxima
dos €1 400 milhões, é líder mundial
no setor da cortiça e regista um
volume de negócios de cerca de
€800 milhões. Esta área de negó-
cios contribui com uma considerável
fatia para a fortuna das herdeiras do
empresário nortenho.
Apesar da origem industrial do grupo,
Américo Amorim começou a diver-
sificar os seus negócios, há alguns
anos, e a cortiça já não é o principal
ativo da família. A entrada no capital
da Galp Energia, que tem atualmente
um valor bolsista próximo dos €6,
mil milhões, através da Amorim
Energia, empresa que a família
Amorim ainda controla, confere-lhe

a maior parcela da sua fortuna. Ainda
assim, nos últimos anos, esta parcela
tem decrescido consideravelmente,
pois as ações têm vindo a sofrer uma
perda de valor: em 2018, a capitaliza-
ção bolsista da Galp Energia atingia
os €13 mil milhões, cerca do dobro da
avaliação atual do mercado.
Apesar da forte propensão de Amé-
rico Amorim para a área financeira


  • esteve na génese do BPI, do BCP e
    do BNC –, nos últimos anos, o grupo
    tem vindo a desinvestir neste setor.
    No entanto, a família mantém ainda
    alguns investimentos na banca, com
    participações no Banco Luso-Bra-
    sileiro e no Banco Carregosa, cuja
    contribuição é fraca para o somatório
    total da fortuna familiar. A outra
    área que começa a ganhar peso no
    património empresarial é a do luxo:
    o Grupo Américo Amorim entrou
    no capital da Tom Ford, em 2007, e
    continua a investir nesta atividade.
    Por outro lado, a área imobiliária
    sempre foi um pilar financeiro do
    grupo que detém atualmente
    projetos em Portugal e no Brasil –
    neste país, está a desenvolver na
    Bahia dois empreendimentos que se
    estendem por 30 milhões de metros
    quadrados. Também Paula Amorim
    entrou neste universo e, em 2018,
    estabeleceu uma parceria com Clau-
    de Berda, um dos empresários mais
    ricos de França, para a compra da
    Herdade da Comporta, um negócio
    que ascendeu a €158 milhões e que
    implicará investimentos na ordem
    dos €1,5 mil milhões nos próximos
    dez anos.


OS 25 MAIS RICOS DE PORTUGAL

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