Micro
- EXAME. NOVEMBRO 2020
Escritórios vazios, vendas a crescer
A Páginas Amarelas tem agora todos
os funcionários novamente no ativo.
Em teletrabalho.
direção – “temos pessoas, aqui, com 35 e
40 anos de casa” –, através de renovação
de competências ou apenas realocando as
pessoas a outras funções, quando se tor-
nou necessário. A combinação de ideias
novas e experiência acumulada foi funda-
mental para conseguir voltar aos lucros e
a uma faturação consistente, considera o
empresário, notando que a empresa con-
tinua sem dispensar empregados. Além
disso, para António, o que importa é o fac-
to de todas as pessoas que trabalham na
Páginas Amarelas terem “a mesma cultura
e a mesma visão da empresa, e isso é inde-
pendente da idade – que, para nós, não é
mesmo um facto relevante”, conclui.
É também por isso que, acredita, hoje
pode dizer que são “a maior agência de
marketing digital, e com muitos anos de
mercado”. “Temos uma marca muito for-
te, que facilita, por exemplo, que as pes-
soas não nos fechem a porta à primeira
quando vamos apresentar-lhes algo”, ati-
ra, com um sorriso. “Por outro lado, tam-
bém aumenta o ceticismo, porque con-
tinuam a achar que somos apenas um
diretório de empresas. Mas genericamen-
te, é mesmo uma mais-valia.”
Foi isso, aliás, que o encantou no proje-
to, quando decidiu avançar em 2013: o fac-
to de poder alinhar os seus conhecimentos
digitais com uma marca que não precisava
de ser apresentada ao mercado. “Tínhamos
o produto, mas não tínhamos os clientes;
a Páginas Amarelas tinha os clientes, mas
não tinha produto.” E, apesar de ainda es-
tar longe da faturação do início do século, a
verdade é que, seis anos depois de ter arre-
gaçado as mangas, já se pode dizer que o ca-
samento perfeito fez a empresa renascer das
cinzas. Agora, no universo online, continua
a encontrar os contactos das empresas, mas
pode também pedir orçamentos a várias
empresas e fazer marcações, entre outros
serviços disponíveis, organizados por áreas.
Para 2021, os objetivos de António Ale-
gre não são propriamente modestos: con-
seguir recuperar, pelo menos, o que perdeu
este ano. “Digamos que 2020 foi um stop”,
resume, confiante de que, no próximo ano,
o crescimento do volume de negócios po-
derá voltar a ser uma realidade. E de que
a Páginas Amarelas continuará a marcar o
imaginário das próximas gerações, mesmo
que sem a ajuda do “calhamaço amarelo”,
como carinhosamente lhe chama. E
Muitas empresas
perceberam
finalmente
aquilo que
andávamos
a dizer-lhes há
um tempo: era
fundamental
terem uma
presença online”