Exame - Portugal - Edição 439 (2020-11)

(Antfer) #1
NOVEMBRO 2020. EXAME. 41

As caixas


Multibanco


têm a missão


de trazer um


canal digital


aos portugueses


que estão menos


servidos


de internet”


MADALENA CASCAIS TOMÉ / CEO da SIBS


MB WAY “ESTÁ JÁ NO LÉXICO


COMUM DAS PESSOAS”


A SIBS conta já com 2,7 milhões de utilizadores no MB Way, serviço
que está a implementar nos 11 países onde desenvolve atividade,
entre os quais três dos cinco países mais populosos de África

Quais as grandes altera-
ções provocadas por esta
pandemia no sistema de
pagamentos?
Houve um acelerar de
tendências que já vinham
a acontecer, nomea-
damente o reforço da
utilização de meios de
pagamento digitais e a
própria digitalização dos
hábitos de compra. No
auge do confinamento,
as compras através de
pagamento eletrónico
passaram de um peso de
9% para 15 por cento.

Por falar em digitaliza-
ção, como está a correr o
MB Way?
Neste momento, temos
2,7 milhões de utilizado-
res e cerca de 8 milhões
de operações mensais.
Um número muito
significativo. Fomos o
primeiro país da Zona
Euro a ter esta solução de
transferência de dinheiro
entre pessoas através
do telemóvel. Hoje, está
já no léxico comum das
pessoas. Veio substituir
as pequenas transações
que antes eram feitas em
numerário. Aliás, mais de
50% das operações MB
Way são transferências
de valor inferior a 20
euros.

Por que razão o número
de caixas Multibanco tem
vindo a diminuir ao longo
dos últimos anos?

Uma parte muito impor-
tante da rede Multibanco
está relacionada com as
agências bancárias. São
uma extensão dessas
agências. À medida que
os bancos têm vindo
a reduzir os balcões, é
normal que o número
de caixas Multibanco
acompanhe essa evolu-
ção. Mas, mesmo assim,
ainda temos uma das
redes mais capilares em
todo o mundo. Estamos
em terceiro lugar ao nível
mundial, no número de
caixas por habitante.

Defende o pagamento
de comissões sobre a
utilização de serviços de
pagamento eletrónicos?
A SIBS é alheia a esse
tema. As políticas co-
merciais dizem respeito
a cada um dos bancos.
Mas reconheço que todos
os serviços têm de ter
um modelo de negócio.
Os serviços digitais têm
um nível de investimento
significativo e contínuo.
No MB Way, temos acres-
centado duas a três novas
operações e funcionalida-
des por ano, o que exige
um grande esforço de
investimento.

A SIBS tem vindo a inter-
nacionalizar os negócios.
Qual a importância
desta estratégia para a
empresa?
O negócio dos pagamen-

tos é tecnológico e de
escala. E como somos
um País pequeno, esta
internacionalização tem
esse objetivo estratégico.
Estamos em 11 países, e
a atividade internacional
já pesa cerca de 10% do
volume total de receitas.
Há cinco anos, era de 7
por cento. E queremos
crescer ainda mais.

Foi na Polónia que
fizeram um dos maiores
investimentos?
É a nossa principal aposta
na Europa. A PayTel
[comprada pela SIBS, em
2018] está entre os três
maiores operadores do
país. É um mercado muito
interessante. Estava algo
atrasada, mas a Polónia
criou políticas públicas
para acelerar a utilização
de métodos de pagamen-
to eletrónicos.

Há também uma aposta
em África?
Estamos em três dos
cinco maiores mercados
africanos. Na Nigéria, o
sétimo maior país em
população, já processa-
mos 300 mil terminais,
ou seja: uma rede quase
semelhante à que temos
em Portugal. Em Angola,
lançámos recentemente
o serviço Multicaixa Ex-
press que, no fundo, é o
MB Way angolano que já
está a fazer dois milhões
de operações por mês.
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