... aos mini-TPA
Hoje, existem
terminais
de pagamento
totalmente
digitalizados
que cabem em
qualquer bolso
Das caixas de rua...
As primeiras caixas apenas permitiam
levantar dinheiro e alterar o código PIN
Micro
- EXAME. NOVEMBRO 2020
Para Madalena Cascais Tomé, a atual
pandemia veio reforçar a importância de
uma SIBS e de uma infraestrutura de pa-
gamentos nacional, que “responde rapi-
damente às necessidades sentidas no País
em situações como a que estamos a viver.
Portugal estava muito preparado, porque a
infraestrutura de pagamentos é nacional e
gerida a pensar nos portugueses”.
Com a liberalização dos meios de pa-
gamento, a entrada de novos operadores
neste mercado é uma das preocupações
de empresas como a SIBS, que terão mui-
ta dificuldade em concorrer com gigantes
mundiais, como uma Google, uma Apple
ou uma Amazon. “É de extrema importân-
cia a existência de empresas locais, como a
SIBS, a fazerem este tipo de serviço.”
“A partir do momento em que as gran-
des tecnológicas fiquem exclusivamente
com este negócio, passarão a fazer o que
querem e os abusos irão começar”, aler-
ta Ricardo Chaves, administrador da SIBS
com o pelouro comercial. E para se prote-
gerem desse ataque, a melhor estratégia é
manterem a inovação e o lançamento de
novos serviços que consigam ir ao encon-
tro das necessidades dos clientes. Para o
fazer, a SIBS conta com uma larga equipa
que lançou 50 novos produtos e serviços,
ao longo dos últimos cinco anos.
“Esta é uma casa que tem o desafio e a
inovação no seu ADN. É rara a ideia que é
desenhada de acordo com o plano inicial.
Vamos sempre questionando tudo à medida
que o projeto vai evoluindo, e isso permite
criar soluções mais inovadoras”, conta Ri-
cardo Chaves. Na prossecução deste suces-
so, a SIBS faz questão de criar equipas que
integrem os novos colaboradores, com ou-
tras competências técnicas, com o “pessoal
mais antigo da casa, que tem uma experiên-
cia e um know-how acumulado. Isto per-
mite-nos desenvolver soluções modernas
sem falhar em aspetos fundamentais como
a segurança, a integração nos ecossistemas,
etc.”, salienta o administrador da SIBS.
PROTEÇÃO CONSTANTE
Mas não é só nestes serviços que a SIBS
desenvolve tecnologia. É numa sala, à qual
poucos têm acesso, que a empresa tem em
curso uma das suas principais tarefas: a
proteção dos utilizadores. Naquele espa-
ço, onde trabalha uma equipa de várias
dezenas de pessoas, a SIBS consegue mo-
nitorizar, 24 sobre 24 horas, tudo o que se
está a passar na rede e também verificar
situações anómalas de utilização que po-
dem identificar um caso de fraude.
Apesar de os pagamentos de forma di-
gital terem disparado nos últimos anos, o
nível de segurança tem vindo a aumentar.
João Costa, diretor de gestão de redes da
SIBS, afirma que “esta é uma luta do gato e
do rato. Nós vamos criando sistemas cada
vez mais sofisticados de proteção, mas, do
outro lado, temos uma verdadeira indús-
tria que tenta, de uma forma muito sofis-
ticada, criar sistemas para vencer os nos-
sos. É uma luta diária”.
A sofisticação da fraude é de tal ordem
elaborada que já são criadas o que os téc-
nicos chamam “identidades sintéticas”, ou
seja: máquinas que, através de Inteligência
Artificial, tentam replicar o comportamen-
to humano. “Ao contrário do que aconte-
cia anteriormente, em que se roubava um
montante elevado de uma só vez, hoje em
dia fazem-se transações de pequeno va-
lor, espaçadas no tempo, que não fogem
ao padrão de utilização da pessoa que está
a ser pirateada. E, desta forma, vão testan-
do a segurança do sistema”, esclarece. Mas
com pouco sucesso. O nível de fraude com
cartões bancários em Portugal é de apenas
0,007% das operações feitas, cerca de dez
vezes menos do que em França ou no Rei-
no Unido, dois dos países europeus com
maior incidência nesse tipo de crime. E