NOVEMBRO 2020. EXAME. 87
DOSSIÊ PROMOCIONAL ESPECIAL PME | BOLSA DE NEGÓCIOS / PAINEL DE NOTÍCIAS
ISAG
HAVERÁ ESPAÇO PARA NOVOS
NEGÓCIOS?
Os quase 1,3 milhões de micro, pequenas e médias empresas
existentes em Portugal (PORDATA, 2018) e o contexto socioeconómico
desafiante devido à pandemia não estão a comprometer a capacidade
empreendedora dos portugueses. O otimismo é também sentido além-
-fronteiras, com dados recentes do Salesforce SMB Trends Report a
mostrar que, dos gestores de empresas em crescimento inquiridos, 72%
estavam confiantes com o futuro dos seus negócios.
À margem dos desafios impostos pela Covid-19, estão a surgir, em
vários sectores de atividade, novas ideias de negócio, que estão a
revolucionar o tecido empresarial português. Os novos empreendedores,
maioritariamente ligados à economia digital, parecem não temer as
consequências da pandemia e procuram o seu lugar no mercado,
renovando e diversificando produtos e serviços.
Para Márcia Monteiro, coordenadora da licenciatura em Gestão de Em-
presas do ISAG – European Business School, esta é uma tendência “que
terá um importante impacto positivo na nossa economia, não apenas por
se tratar de projetos inovadores e criativos, que abrem novos caminhos à
internacionalização do ‘made in Portugal’, mas sobretudo porque se está
a criar emprego e a reter talento no nosso país”. Acrescenta ainda que “é
importante valorizarmos as PME portuguesas, visto que representam
cerca de 99% do tecido empresarial português. Além disso, cerca de 66%
participam em processos de inovação de produtos, serviços, organização
e marketing, sendo este o valor mais elevado da Europa. Isto significa que
Portugal tem a maior percentagem de PME a inovar na União Europeia e
isso deve encorajar os portugueses a acreditarem na sua própria força”.
Não obstante, esta nova vaga de negócios deve ter em consideração as
importantes lições trazidas pela pandemia. De acordo com a docente, “para
serem bem-sucedidos, estes recém-empresários devem ser capazes de
antecipar e responder a cenários de crise através de uma maior e melhor
preparação das suas equipas. A mudança vai manter-se e o que sabemos
hoje pode perder validade amanhã, pelo que planear os nossos recursos
técnicos e financeiros e capacitar os nossos recursos humanos tem de ser a
prioridade”, alerta.
Márcia Monteiro, coordenadora da licenciatura
em Gestão de Empresas do ISAG- European Business School
GESTORES PORTUGUESES ESTIMAM
QUE TRABALHO REMOTO DUPLIQUE
De acordo com o relatório Remote Working and the Platform of the
Future, da consultora Boston Consulting Group (BCG) e da Microsoft,
Portugal estava abaixo da média europeia em adoção de trabalho re-
moto pré-pandemia de Covid-19, com 12% do tempo (versus média de
16%) e 79% dos trabalhadores sem esse acesso. No entanto, durante
o confinamento Portugal ultrapassou a média tanto em tempo remoto
(66% versus 62%) como em fração de trabalhadores com acesso a
trabalho remoto (79% versus 74%).
De acordo com este estudo (https://on.bcg.com/2IY4PtV), que
inquiriu 1500 gestores e 7500 colaboradores de 15 países europeus,
o primeiro passo para uma plataforma de trabalho remoto robusto é a
definição de como deve ser o trabalho remoto na empresa.
Depois disso, as empresas precisam de elaborar um modelo de traba-
lho remoto o mais eficaz possível, uma vez que os gestores esperam
que cerca de 47% dos colaboradores trabalhem parcialmente a partir
de casa nos próximos dois a três anos. Por outro lado, os estilos de
liderança e a cultura organizacional precisam de adaptar-se à nova
realidade do teletrabalho. É necessário desenvolver um estilo de
liderança cuidado, assente no desenvolvimento de uma gestão de
confiança, focada em produtividade e resultados, e não no tempo de
permanência no escritório. Por último, o estudo refere ainda a necessi-
dade de garantir que as práticas e rotinas estão adaptadas à nova rea-
lidade e que as ferramentas de teletrabalho devem combinar-se para
criar um local de trabalho físico-digital único. Pedro Pereira, managing
director e partner da BCG Portugal e coautor do estudo, salienta que
“em Portugal os gestores esperam que o volume de trabalho remoto
duplique, implicando que 25% a 30% do tempo trabalhado passe a
ser remoto”. Acrescenta ainda que “em termos de benefícios, mais de
metade dos gestores espera uma redução de custos devido à penetra-
ção de teletrabalho no futuro, 43% esperam uma melhoria na proposta
de valor que a empresa oferece ao colaborador e 42% esperam um
aumento de produtividade”.
Relativamente a riscos, este profissional afirma que “um em quatro
gestores refere ter mais dificuldade em controlar e motivar a pro-
dutividade à distância; cerca de 40% dos gestores acreditam que o tra-
balho dificulta o espírito de equipa e envolvimento e mais de metade
dos trabalhadores acredita que manter a cultura organizacional é mais
difícil no modelo remoto”.