EDSON TEIXEIRA DA SILVA JUNIOR 299
realmente tinha pessoas valorosas naquele grupo. A minha posição,
que eu sempre procurava transmitir aos companheiros de luta, era
que nós tínhamos que manter a organização, tentar fazer o melhor
possível, melhorar um pouco a nossa situação para a chegada desses
companheiros que iriam assumir naturalmente o processo. Eu, parti-
cularmente, sempre tive isso e transmiti aos companheiros, eu estava
ali circunstancialmente, eu assumi um comando em função da morte,
da prisão, dos companheiros que estavam comandando antes que eu.
Isso é muito importante. Isso dentro de um espírito do Guevara, do
Marighella, havia esse idealismo, pelo menos na minha maneira de agir
naquelas ocasiões. Isso foi muito bom porque conseguiu unir, havia
divergências sérias entre nós mesmos e eu consegui transmitir isso de
maneira muito verdadeira e consegui essa liderança ali no momento.
Edson – Marighella já estava morto?
Carlos – Marighella já morto.
Edson – De quais ações você chegou a participar na ALN?
Carlos – Até ações para conseguir armas para a guerrilha, desar-
mando a polícia e o Exército, metralhadoras, revólveres etc. Uma
ousadia, olha que maluquice...
Edson – Esses desarmamentos eram para...
Carlos – Arrecadar metralhadoras. Pensando bem, hoje, também
foi uma provocação, mas a ideia maior eram os armamentos.
Edson – E assalto a banco, você chegou a participar?
Carlos – Expropriações.
Edson – Como vocês se estruturavam nessas ações? A ALN aqui
no Rio, onde você mais atuou, como vocês se organizavam para as
ações?