EDSON TEIXEIRA DA SILVA JUNIOR 325
a federalização. Eu me lembro, em termos de ter uma ação... assim,
militar mesmo, que o Paulo de Tarso, que era ministro da educação,
veio falar sobre a federalização no Mackenzie. Lá tem um auditório
que cabe umas mil pessoas, os caras trouxeram gente da Aeronáutica
e tomaram quase a metade do auditório, mas foi uma pancadaria!
Quando o Paulo de Tarso e o Moisés, que era o presidente da mesa,
entraram no palco, começou uma chuva de ácido, de ampolas de
ácido, aquilo foi uma loucura. Foi uma pancadaria, o primeiro grande
atrito que teve lá foi esse.
Edson – Lá no Mackenzie?
Roberto – Foi lá no Mackenzie, foi no segundo semestre de 1963.
Edson – Essa reivindicação se centrava em relação ao Mackenzie?
Roberto – No Mackenzie era a grande reivindicação interna. A
discussão externa estava começando a iniciar. Eu já vinha um pouco
marcado por ter participado dessa eleição do Moisés, a gente já tinha
mais acesso ao PC, o pessoal que vinha das coordenações do partido
já era mais chegado à gente, então, a gente começava a discutir mais
coisas. Daí eu fiz cursos com o Florestan Fernandes, na Faculdade
de Filosofia da USP, eu era muito amigo do Chico Buarque, fiquei
mito amigo do pai dele, Sérgio Buarque de Holanda, que me indi-
cava algumas coisas. Tinha muitos cursos naquela época, com caras
fantásticos.
Edson – Esses cursos do Florestan eram cursos pela Faculdade
ou por fora?
Roberto – Eram pela universidade, na USP, que era em frente,
era a Faculdade de Filosofia, teve aquela briga em 1964,em 1965, o
pessoal do Mackenzie quebrou a faculdade, que teve que mudar da
Rua Maria Antônia. Daí, então, a gente começou a ter muito contato
com o pessoal da USP e começamos a nos politizar muito.