marighella

(Ornilo Alves da Costa Jr) #1
360 CARLOS, A FACE OCULTA DE MARIGHELLA

Manuel – Isso. Aí a gente entrou. Não foi o grupo que entrou,
foi uma célula, uma base da ALN. Mas, gradativamente, um puxou o
outro, que puxou outro, que depois puxou outro. Eu, particularmente,
entrei direto no Grupo Tático Armado, o GTA. A partir daí, eu fiz
uma ação – aliás, todos nós entramos no GTA, foi uma opção nossa
entrar para a ação armada, a gente já tinha uma prática anterior, a
gente estava querendo dar um salto de qualidade.


Edson – Por que vocês escolheram a ALN?
Manuel – Olha! A gente acreditava num caminho. A avaliação
que a gente tinha é que a proposta da ALN era mais ampla. Ela não
se definia como socialista, comunista, era uma luta de resistência, uma
luta pela democracia. A gente achava que esse era o caminho certo,
achava que diversos setores da sociedade tinha seus interesses contra-
riados pela ditadura, ou pela violência da ditadura, tanto é que esses
setores foram resistindo à ditadura, forçando mais e mais endurecesse.
Fundamentalmente, era isso. A gente não se achava marxista, a gente
só não estava satisfeito era com a situação nacional. É exatamente a
proposta da ALN: de libertação nacional, de redemocratização. Foi
uma opção política.


Edson – Como foi o primeiro contato com a ALN? Foi com esse
amigo de vocês?
Manuel – É. Isso eu não exponho.


Edson – Você, fale o que quiser.
Manuel – Não, não é que eu não queira, é que eu não sei. Não
sei como apareceu o primeiro contato com a ALN. Eu sei até quem
foi, mas não sei como aconteceu.


Edson – E daí vocês foram para o GTA?
Manuel – Isso.
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