Delineando a pesquisa clínica 4a Ed

(AlbertoBarroso) #1

Considerar técnicas especiais de randomização


Em geral, a abordagem preferencial é fazer uma randomização simples
dos participantes individuais para cada grupo de intervenção. Em ensaios
clínicos de pequeno ou médio porte, é possível aumentar levemente o
poder estatístico por meio de procedimentos especiais de randomização
para balancear o número de participantes em cada grupo (randomização
em blocos) e a distribuição das variáveis basais sabidamente preditoras do
desfecho (randomização em blocos e estratificada).
A randomização em blocos é uma técnica comumente usada para
garantir que o número de participantes seja igualmente distribuído entre
os grupos do estudo. A randomização é feita em “blocos” de tamanhos
predeterminados. Por exemplo, se o bloco contiver seis pessoas, a
randomização é feita normalmente dentro de cada bloco de seis, até que
três pessoas tenham sido randomizadas para um dos grupos; então, os
indivíduos seguintes são automaticamente designados ao outro grupo, até
que o bloco de seis seja completado. Isso significa que, em um estudo
com 30 participantes, exatamente 15 serão alocados para cada grupo e, em
um estudo com 33 participantes, a desproporção não pode ser maior que
18:15. A randomização em blocos de tamanho fixo pode não funcionar
muito bem em estudos não cegos, pois a designação do tratamento para os
participantes no final de cada bloco poderia ser antecipada e manipulada.
Esse problema pode ser minimizado variando-se o tamanho dos blocos
aleatoriamente (variando, p. ex., de blocos de 4 a 8) de acordo com um
esquema desconhecido pelo investigador.
A randomização em blocos e estratificada garante que um preditor
importante do desfecho seja distribuído mais uniformemente entre os
grupos de estudo do que o mero acaso poderia determinar. Em um ensaio
clínico sobre o efeito de um medicamento na prevenção de fraturas, a
fratura vertebral prévia é um preditor tão forte do desfecho que talvez a
melhor coisa a fazer seja garantir que números semelhantes de indivíduos
com fraturas vertebrais sejam alocados em cada grupo. Isso pode ser
alcançado realizando-se a randomização em blocos separadamente por
“estratos” – os com e os sem fraturas vertebrais. A randomização em
blocos e estratificada pode aumentar ligeiramente o poder de um ensaio
clínico de pequeno porte, pois reduz a variação do desfecho causada por
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