Delineando a pesquisa clínica 4a Ed

(AlbertoBarroso) #1

desproporções ao acaso de preditores basais importantes. Esse tipo de
randomização traz poucos benefícios em ensaios clínicos de grande porte
(mais de mil participantes), pois a designação aleatória garante uma
distribuição quase parelha das variáveis basais.
Uma limitação importante da randomização em blocos e estratificada é
o número pequeno de variáveis basais (não mais do que duas ou três) que
podem ser balanceadas por essa técnica. Uma técnica para contornar essa
limitação é a randomização adaptativa, que usa uma “moeda enviesada”
para alterar a probabilidade de designar cada novo participante, de modo
que, por exemplo, um indivíduo com um escore de risco elevado com
base em qualquer número de variáveis prognósticas basais teria uma
probabilidade ligeiramente maior de integrar o grupo de estudo que tem
menor risco geral com base em todos os participantes já randomizados até
aquele momento. As desvantagens dessa técnica incluem a dificuldade de
explicar aos participantes, durante o consentimento informado, a
probabilidade de alocação aos grupos de estudo, bem como a
complexidade de implementação, por requerer um sistema
computadorizado interativo que recomputa as probabilidades da moeda
enviesada a cada nova randomização.
Geralmente, é melhor randomizar números iguais para cada grupo, pois
isso maximiza o poder estatístico para um determinado tamanho total de
amostra. Entretanto, a atenuação do poder mesmo com uma desproporção
de 2:1 é relativamente modesta (14), sendo às vezes adequado alocar de
forma desigual os participantes para os grupos de tratamento e controle
(15). Isso pode ocorrer das seguintes formas:



  • Aumentando a razão de tratamento ativo contra tratamento controle, de
    modo a tornar o estudo mais atraente para potenciais participantes,
    como aqueles infectados pelo HIV, que iriam apreciar a maior
    probabilidade de receber tratamento ativo se arrolados.

  • Diminuindo a razão de participantes com tratamento ativo contra
    participantes com tratamento controle, de modo a tornar o estudo mais
    acessível quando as intervenções tiverem custo muito elevado (como
    no estudo sobre dieta com baixo teor de gorduras do Women’s Health
    Initiative (16)).

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