Delineando a pesquisa clínica 4a Ed

(AlbertoBarroso) #1

Concordância. Uma medida de concordância entre dois (ou mais) observadores sobre a ocorrência de
um fenômeno. Por exemplo, a concordância entre os radiologistas A e B foi de 96% para a presença de
um infiltrado lobar na radiografia de tórax, mas de apenas 76% para a presença de cardiomegalia. Ver
também kapa.
Condicionamento em um efeito comum. Uma fonte de viés em estudos epidemiológicos nos quais é
introduzida uma associação entre duas diferentes causas do mesmo efeito por meio do condicionamento
naquele efeito. Por exemplo, devido ao condicionamento em um efeito comum (tempo total de
televisão ligada) há uma associação inversa entre assistir à televisão e jogar videogame em crianças que
ficam com a televisão ligada pelo menos seis horas por dia. Aquelas que passam mais tempo assistindo
à televisão jogam menos videogame.
Condicionamento. Processo de examinar as associações entre duas ou mais variáveis em níveis fixos
de outra variável na qual elas estão “condicionadas”. A especificação, o pareamento, a estratificação e o
ajuste multivariado são as formas mais comuns de condicionamento em uma variável. Por exemplo, o
investigador não encontrou associação entre uso de cocaína e risco de sífilis após condicionar o número
de parceiros sexuais.
Confundidor. Ver confundimento.
Confundimento por indicação. Uma forma específica de confundimento na qual uma das indicações
para um tratamento é o confundidor. Em geral, ocorre em estudos observacionais sobre a associação
entre um tratamento e um desfecho. Por exemplo, os revisores de um estudo observacional estavam
preocupados que a associação relatada entre um novo tratamento para o transtorno bipolar e o aumento
do risco de suicídio poderia ter ocorrido porque os pacientes com doença subjacente mais grave haviam
propositadamente recebido o novo medicamento.
Confundimento. Um fenômeno epidemiológico no qual uma associação entre uma variável preditora e
uma variável de desfecho se dá devido a uma terceira variável (denominada confundidora, ou variável
de confusão), e não devido a uma relação de causa-efeito entre a variável preditora e o desfecho. Por
exemplo, a associação aparente entre tabagismo e câncer cervical foi confundida pela infecção pelo
papilomavírus humano (HPV), uma vez que as mulheres que fumavam tinham maior probabilidade de
terem (múltiplos parceiros sexuais e) infecção pelo HPV. Ver também modificação de efeito.
Consulta (query). Comando ou instrução para um banco de dados relacional para selecionar ou
manipular os dados. Por exemplo, o coordenador do estudo fez uma consulta para selecionar nomes e
informações de contato para todos os participantes do estudo que estavam previstos para realizarem
uma visita de seguimento nos 2 meses subsequentes e que ainda não haviam sido agendados.
Contaminação. O processo indesejável no qual algum ou a maioria dos efeitos de uma intervenção
também afetam sujeitos no grupo-controle. Por exemplo, um estudo sobre se os efeitos de ensinar
crianças a contar de trás para frente melhorou suas habilidades aritméticas sofreu contaminação, pois as
crianças no grupo de intervenção não conseguiam resistir à tentação de ensinar essa habilidade a seus
amigos no grupo-controle.
Controle de qualidade. Processos para assegurar que a condução de um estudo, incluindo o
arrolamento, as aferições, os procedimentos laboratoriais e o gerenciamento e a análise dos dados,
sejam da melhor qualidade possível. Por exemplo, os investigadores controlaram a qualidade da coleta
de dados elaborando procedimentos explícitos descritos por escrito para todas as aferições em um
manual de operações e observando periodicamente a equipe do estudo para assegurar que ela seguia
esses procedimentos.
Controle. Termo com dois significados distintos. No primeiro deles, controle se refere a um sujeito que
não desenvolveu o desfecho de interesse e, portanto, é membro de um grupo de comparação com o qual

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