POLÍTICA MONETÁRIA - O Banco Central será independente?
Banco Central do Brasil
Revista Isto é/Nacional - ECONOMIA & NEGOCIOS
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021
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Autor: Guilherme Henrique
Prioridade para o governo, autonomia do BC é aprovada
para sinalizar ao mercado a retomada da agenda de
reformas. Medida é positiva para afastar a interferência
política, mas a real independência da instituição
precisará ser testada na prática
Há meses a equipe econômica tenta lidar com a crise
sem fim, a ausência de reformas e a paralisia nas
privatizações. Os dados sobre a vendas do varejo em
dezembro, que levaram um tombo de 6,1%,
contribuíram para diminuir o otimismo. Para o governo
Bolsonaro, sinalizar ao mercado que a agenda de
reformas ainda está de pé era fundamental. Por isso,
até o presidente do Banco Central, Roberto Campos
Neto, entrou há meses no corpo a corpo com
parlamentares para destravar uma proposta
modernizante que era debatida desde os anos 1990: a
autonomia do Banco Central, que liberaria a instituição
da interferência política. A aprovação da norma na
Câmara na quarta-feira, 10, por 339 votos a 114, foi a
primeira conduzida por Arthur Lira (PP-AL) desde sua
vitória na eleição para a presidência da Câmara. É um
resultado forte, mas num tema que já não despertava
muita oposição.
A medida é discutida em Brasília há pelo menos 30
anos. O projeto de lei complementar de autoria do
senador Plínio Valério (PSDB-AM), aprovado no Senado
em novembro do ano passado, foi votado na Câmara
com relatoria do deputado pernambucano Silvio Costa
Filho (Republicanos). A proposta fazia parte da lista de
35 prioridades enviada pelo governo Bolsonaro ao
Congresso. A autonomia do Banco Central vai mudar a
situação da autoridade financeira. Os planos da
instituição deixarão de estar atrelados ao Ministério da
Economia e ao Palácio do Planalto, algo que é visto
como positivo por analistas econômicos.