Exame Informática (Junho 2020)

(NONE2021) #1

C


92

EDIÇÃO 300

omecemos com um aviso: Final Fantasy
VII (FF7) é o jogo da minha vida. Foi o
jogo ao qual passei mais horas agarrado,
no qual deixei quase, quase todas as
personagens a nível 99, foi o jogo que me ensinou
inglês e é, para mim, o melhor jogo já feito até à
data. Isto torna-me, ao mesmo tempo, tendencioso,
mas também especialmente crítico desta recriação
que é Final Fantasy VII Remake. Escusado será dizer
que à medida que os anos foram passando sempre
estive à espera do dia em que veria o renascer desta
aventura, tirando proveito de todas as evoluções
tecnológicas que aconteceram nos últimos 23 anos.
Neste sentido, FF7 Remake é um estrondo e entra
diretamente para a História como um dos mais
ambiciosos remakes já alguma vez feitos. A Square
Enix não decidiu apenas ‘copiar e colar’ o sucesso do
passado com gráficos de nova geração: redesenhou
e repensou todo o jogo de raiz, o que tem vantagens
e desvantagens. Do lado positivo, consegue explo-
rar todos os elementos nostálgicos que fizeram do

título original um marco nos videojogos e consegue
entregar novidades suficientes para que, em certa
medida, pareça um jogo novo. Do lado negativo, a
escala e complexidade do jogo lançado há 23 anos
tornavam impossível – palavras do próprio pro-
dutor – a recriação total num único jogo, pelo que
FF7 Remake é um projeto ‘em construção’ e esta é
apenas uma parte, a primeira parte. Conclusão?
Mesmo depois de terminarem o jogo, os jogadores
vão continuar sem conhecer e viver aquelas que são
as melhores partes do FF7 original e a genialidade
do título como um todo.

UMA HISTÓRIA ATUAL
Este primeiro capítulo de FF7 Remake dá-nos a co-
nhecer a história de um grupo rebelde, a Avalanche,
que está a combater a Shinra, uma megacorporação
que fatura dinheiro explorando um elemento natural
(mako) que é uma espécie de ‘sangue’ do planeta.
Conclusão? A grande indústria e o consumismo
estão a matar o planeta. Não deixa de ser curioso
como uma história com 23 anos está mais atual do
que nunca. A personagem principal do jogo é Cloud
Strife, um antigo soldado ao serviço da Shinra e que
agora vive como mercenário. O que era um serviço
esporádico para a Avalanche – rebentar com um
reator de energia, quem nunca? –, acaba por se
transformar num desenrolar de acontecimentos
que fazem com que a luta contra a Shinra seja mais
do que uma questão ideológica, mas sim uma luta
do Bem contra o Mal. Neste primeiro capítulo de
FF7 Remake – o segundo, quando sai, ninguém
sabe ao certo, mas pode demorar anos – a história
está centrada em torno de Midgar, a megametró-
pole deste planeta. Como alguém que já percorreu
várias vezes Midgar no jogo original, posso dizer
que a Square Enix fez um trabalho fantástico na

O sistema
de combate
implementado
no jogo é cinco
estrelas: dinâmico,
complexo, rápido e
consequente


Não se deixe
enganar por estes
dois: Cloud e Tifa
são verdadeiras
máquinas de
porrada, e ela é a
mais 'brava'

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