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nota final
93
ALTOS
E BAIXOS
4,5
PS4 (testado) É a primeira parte
do jogo original,
mas muito 'mais
melhor bem'
Grande qualidade
gráfica e muito
bom sistema
de combate
Como diria Sérgio
Godinho, este
primeiro capítulo
"soube-me
a pouco"
Conquistar
Summons num
simulador? Pffft,
uma desonra para
o FF7 original
adaptação gráfica da cidade. Os cenários são todos
belíssimos, cheios de detalhe e vida própria, que
fazem parecer que estamos mesmo a navegar por
uma cidade real. A riqueza dos cenários e o detalhe
gráfico estende-se também às personagens. Se no
jogo original na maior parte do tempo tínhamos uma
versão muito poligonal destas personagens, aqui
temos texturas e pormenores em barda. Apesar de
achar que algumas falas e atitudes das personagens
são demasiado hollywoodescas, considero que o
trabalho de adaptação, sobretudo das personali-
dades, está bem conseguido: Cloud é frio como o
gelo, Barret uma panela a ferver e pronta a virar,
Tifa é a união do grupo e a Aerith é a ‘miss simpatia’.
JOGABILIDADE MODERNA
É difícil escrever uma análise a um jogo
que é tão focado na história sem reve-
lar spoilers, por mínimos que sejam,
mas Final Fantasy VII Remake dá-nos
tudo aquilo que esperamos de um role
playing game e de um jogo da série:
uma progressão linear, com a hipótese de fazermos
algumas tarefas secundárias; lutas épicas contra
‘bosses’, de forma regular quase como encerra-
mento dos capítulos, que são intercaladas por lutas
contra adversários mais fracos, mas não menos
duros de roer; grande possibilidade de configuração
das nossas personagens, que no caso de FF7 significa
armas, acessórios, magia e divindades conhecidas
como Summons; evolução das personagens, magias
e armas; e personagens com diferentes estilos de
luta, que nos convidam a explorar uma estratégia
diferente mediante o adversário que temos à nossa
frente. Neste remake, a Square Enix encontrou um
bom equilíbrio entre ação em tempo real e gestão
de estratégia com base nos recursos especiais das
nossas personagens. Quase tão importante como
dar com a espada no adversário, é saber quando
devemos aplicar uma magia ou chamar um Sum-
mon para nos ajudar na luta. Além disso, podemos
controlar diretamente cada uma das personagens
que faz parte da nossa equipa. Admito, foi a parte
que mais gostei: poder pegar individualmente em
cada personagem, algo raro no jogo original, andar
com ela pela arena e, se assim quisermos, passar toda
a luta sem mexer na personagem principal, Cloud,
é o brilharete deste jogo. A fluidez com que pode-
mos trocar de personagens e executar diferentes
ações numa estratégia concertada de ‘porrada no
adversário’ também está muito bem implementada
e tornam a jogabilidade muito boa e,
acima de tudo, moderna.
UM FIM À CRISTOPHER NOLAN
Ainda que a luta da Avalanche seja o
prato forte deste primeiro capítulo, ra-
pidamente percebemos que existe uma
trama muito maior em torno de FF7. E
para que isto pudesse acontecer, foram necessá-
rias algumas adaptações, estranhas no mínimo. O
grande vilão do jogo, Sephiroth, aparece numa fase
muito primária do remake quando comparado com
o original. Porquê? Porque tinha de ser, já que este
remake não tem toda a história de FF7. No original,
a parte de Midgar representa, diria, 15% de todo
o jogo. Portanto dá para perceber que fica muito,
muito de fora. Mas esta ideia é desafiada, no final
do jogo, com uma reviravolta digna do realizador
Cristopher Nolan. Pelo que foi conseguido neste
primeiro episódio, a Square Enix merece o benefício
da dúvida para os próximos capítulos, mas tudo
depende de quanto tempo vão demorar a chegar e
da respetiva consistência. Rui da Rocha Ferreira
Há vários
ataques
especiais que
precisa de
aprender a
dominar em
cada uma das
personagens