Exame Informática (Junho 2020)

(NONE2021) #1
EDIÇÃO 300

nota final

N


97

+

+

+





ALTOS
E BAIXOS

4
PC

a edição passada escrevi que Animals
Crossing: New Horizons era o jogo certo
para o momento errado. Em Gears
Tactics acontece o contrário: mo-
mento errado para o jogo certo. Isto porque GT é
um dos melhores jogos de estratégia dos últimos
tempos, ainda mais para um adepto confesso do
género como eu. O problema é que o ambiente
de confinamento não é compatível com este jogo,
que requer concentração para aniquilar monstros
num cenário apocalíptico. Eu, pelo me-
nos, procuro fugas que me levem para
ambientes mais animados.
Dito isto, a ação decorre antes dos even-
tos retratados em Gears of War, mas são
jogos bem diferentes. Enquanto GoW é
um tiro-neles na terceira pessoa, GT é
um jogo de estratégia por turnos com
semelhanças com XCOM, embora com jogabilidade
bem diferente. Num ambiente 3D com gráficos
muito detalhados. A ligação com as personagens e
cenários de GoW é evidente, sobretudo nas cenas
de introdução entre missões da campanha – este é
um daqueles jogos com progressão linear. Apesar
da vista de cima típica destes jogos, até os movi-
mentos das personagens estão de acordo com o
que conhecemos de GoW. Outra semelhança entre
estes dois jogos é o grande número de inimigos que
temos de enfrentar. Felizmente, há muitas armas
para destruir os monstros, incluindo granadas e

motosserras, e a passagem para a terceira pessoa
durante os ataques resulta bem.
Em cada turno, o jogador tem três ações para rea-
lizar por cada um dos quatro soldados que controla
nas missões. Há ações que requerem mais pontos que
outras. Há uma grande liberdade de ação e muitas
formas de progredir. Por exemplo, uma das soluções
é atribuir aos soldados a função de proteção de uma
área, que o leva a atacar automaticamente se um
inimigo aparecer nesse espaço. O mesmo acon-
tece com os adversários, o que significa
que raramente o percurso mais curto é
o melhor. A estratégia tem de assentar
na combinação dos movimentos, dispa-
ros e capacidades especiais. O trabalho
de equipa não só é reforçado pelas ações
coordenadas, mas também pelo ganho
de pontos de ação extra quando um dos
soldados faz um ato heroico, como correr para junto
de um inimigo para uma morte à queima-roupa.
Há muitas opções para gerir, como o recarregar
das armas (gasta pontos de ação), o que enriquece
muito a componente de estratégia. Aspetos como a
personalização das armas, utilizando peças que se
recolhem nos cenários, a evolução e recrutamento
dos soldados e o sistema de habilidades evitam que
se sinta que o jogo é repetitivo. Mas, ainda assim,
depois de algumas missões senti pouca vontade de
voltar. Mas, acredito, será mais uma consequência
do confinamento do que do jogo em si. Sérgio Magno

BOM, MAS FORA DE CONTEXTO


Estratégia por turnos, mas a um ritmo elevado
e com o ambiente que conhecemos bem de Gears of War

O grafismo e o
ambiente de God
of War estão
bem replicados,
com execuções
gráficas

As muitas opções
de combate
reforçam a
componente
estratégia

A ação decorrer
a um ritmo
elevado, acima
do habitual em
jogos por turnos

Não é o momento
certo para
cenários
apocalípticos
e pensamentos
estratégicos

GEARS TACTICS €69,99
Free download pdf