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que equipa o iPhone 12 e o iPad Air 4.
O próprio macOS Big Sure tem muito
de iPad OS e iOS. De tal modo, que no
MacBook Air tanto podemos instalar
aplicações criadas para o macOS como
apps criadas para o iPhone e iPad. No
fundo, os Mac com M1 vieram aplicar a
ideia de aplicações universais já há tanto
tempo anunciada como um dos grandes
objetivos da indústria. Algo que a Apple
agora está a liderar e com uma distân-
cia grande para a concorrência, leia-se
Microsoft.
Trata-se, portanto, de uma nova ar-
quitetura para computadores pessoais
que tira partido da evolução da tecnologia
nos dispositivos móveis baseados na ar-
quitetura ARM. Enquanto os processado-
res x86, como os da Intel, nasceram há
décadas, numa altura em que não havia
preocupações com o consumo energé-
tico, os processadores com instruções
ARM, como o Apple M1, foram criados
com a eficiência como prioridade, o que
significa conjuntos de instruções mais
simples, mais objetivas, que podem ser
referidas, de um modo simplificado,
como ‘mais leves’. De um outro modo,
enquanto os processadores x86 têm mui-
tos transístores dedicados a operações
pouco ou nada utilizadas, os chips ARM,
especialmente os M1, foram desenhados
para executar o melhor possível as ope-
rações mais comuns.
E é por isto que a experiência de uti-
lizar o MacBook Air M1 é, em alguns
aspetos, mais similar à experiência de
usar um smartphone ou tablet de alto
desempenho. Referimo-nos, sobretudo,
à reatividade, como a velocidade com
que as aplicações são iniciadas ou co-
mutadas. Há uma série de coisas que
acontecem de forma quase imediata.
Algumas até podem não importar mui-
to, como a instantaneidade com que se
comuta entre o ecrã do MacBook Air
e um ecrã externo. Mas outras, como
a fluidez com que é possível mover ou
ampliar fotos de altíssima resolução num
editor de imagem, são importantes para
muitos utilizadores.
Há uma sensação de imediatismo a
que não estamos habituados mesmo
em computadores mais caros. A fluidez
da experiência é uma constante e uma
mais-valia que não é visível nos ben-
chmarks. Neste MacBook Air podemos
abrir dezenas de separadores no brow-
Air é menos poderoso que portáteis
maiores e mais caros em tarefas exigen-
tes como render de vídeo 4K no Adobe
Premiere (programa de edição de vídeo
profissional). Mas não só a diferença de
desempenho é menor do que seria de
esperar – não nos podemos esquecer
que o MacBook Air é um ultraportátil,
que nem ventoinhas tem para dissipar
calor – como a energia gasta para realizar
a tarefa é várias vezes inferior ao que os
concorrentes fazem. É incrível como esta
máquina consegue fazer tanto trabalho
gastando pouca energia. A percentagem
da bateria ‘teima’ em manter-se eleva-
da. Voltando ao exemplo do Premiere
Pro, experimentámos fazer um render
especialmente complicado de um fil-
me 4K. Apesar de o MacBook Air M1
demorar mais tempo a fazer o referido
render, quando comparado com um por-
tátil Windows com processador Core i7,
placa gráfica GeForce RTX 2060 e bateria
de capacidade semelhante, o MacBook
ser e quase não se sente o desempenho
a ser afetado. Isto numa máquina com
apenas 8 GB de RAM. Uma vez mais, a
forma como o sistema parece ser capaz
de atribuir recursos apenas às estâncias
das aplicações em primeiro plano, dei-
xando as outras janelas em stand-by,
é muito mais próxima do que estamos
habituados nos smartphones do que nos
computadores, sejam eles Mac Intel ou
PCs Windows.
NÃO É UM PASSO, É UM SALTO
Mas mais do que o desempenho, até por-
que em muitas aplicações o MacBook
Air está, naturalmente, longe de poder
ser considerado uma máquina de alta
performance, é a eficiência que nos deixa
atordoados. Vamos a exemplos concre-
tos. Como seria de esperar, o MacBook
Não há uma única
ventoinha dentro
do MacBook Air
M1, o que significa
que não há ruído
durante a utilização
O botão para
ligar/desligar o
MacBook é, também,
um leitor de
impressões digitais
que autenticar
o utilizador
O único componente
substituível é a bateria. Não
é possível mudar o SSD ou
aumentar a memória RAM